terça-feira, maio 18, 2004

A apologia da greve

Com a Revolução de Abril iniciou-se em Portugal um processo de verdadeira conquista dos direitos e liberdades inerentes à salutar condição humana. Este foi um dos grandes benefícios que o 25 de Abril nos trouxe, mas que nos últimos anos tem perdido o seu carácter de nobreza e de civismo. Digo isto porque, actualmente, não há abertura de noticiário televisivo que não dê destaque ao anúncio de mais uma greve ou manifestação desencadeadas por uma qualquer associação sindical. Eles são médicos, professores, funcionários judiciais, enfermeiros e muitos outros que, trabalhando para o Estado se "encostam" à certeza de que o Estado não vai a falência, usando e abusando de um direito que deveria ser tido como de excepção...
Em Portugal, cada vez que a direita está no poder parece haver uma sintonia entre os partidos de esquerda (sobretudo o PCP) e as grandes organizações sindicais (com destaque para a CGTP e a UGT), que se concretiza numa apologia à greve dirigida aos trabalhadores do Estado. O que nos últimos dias se tem passado com constantes ameaças de greve marcadas para os dias do EURO e do Rock in Rio é a prova de como os sindicatos são cada vez mais meros tentáculos político-partidários que visam destronar a direita do poder.

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