terça-feira, julho 24, 2007

O erro de sempre!!!

O Governo acaba de avançar com medidas que, segundo a tutela, visam apoiar a natalidade e inverter a situação de crise demográfica que se vive em Portugal. No entanto, e mais uma vez, foi descurado um factor que mina toda e qualquer intenção de contrariar o crescente envelhecimento da população portuguesa: só com apoios à classe média se pode pensar em aumentar de forma sustentável o número médio de filhos por mulher...
A situação é muito simples de se explicar. As famílias mais pobres já são, hoje em dia, aquelas que mais filhos têm, enquanto que a diminuição gritante de crianças e adolescentes se tem vindo a verificar nas famílias pertencentes à classe média. Ora, com apoios que se resumem a acréscimos financeiros no abono de família, ignorando os prazos das licenças de maternidade e paternidade, o reforço do apoio à flexibilidade no emprego e o aumento do número de vagas nas creches e jardins de infância, serão as famílias das classes sociais mais baixas aquelas que passarão a ver nos abonos de família mais um motivo para terem (ainda mais) filhos. Quanto às famílias da classe média, não serão mais 20 ou 30 Euros mensais que farão a diferença na hora de decidirem ter mais um rebento...
Assistimos, pois, na minha opinião, a mais uma oportunidade perdida. Alargar a licença de maternidade para 12 meses ou garantir vagas em creches públicas para todos os bebés a partir dos cinco meses de idade seriam, isso sim, impulsos decisivos para aumentar o número de filhos por mulher.
É pena que estejamos na presença da velha e gasta lógica do rendimento mínimo garantido: a caridadezinha que apenas reforça mais do mesmo!!!

quinta-feira, julho 12, 2007

Há que insistir!!!

Pela enésima vez, volto a insistir, neste blogue, num assunto que muitos não gostam sequer de ouvir falar (sobretudo governantes), mas que urge relembrar as vezes que forem necessárias. Portugal é, neste momento, o sexto país mais envelhecido do mundo, com tendência para piorar. Outros países que sofrem do mesmo problema que nós (défice de jovens) estão preocupados e preparam-se para tomar medidas natalistas (exemplos da Alemanha, França, Espanha e Japão). Por cá, muito se fala sobre a interrupção voluntária da gravidez ou sobre os direitos dos homossexuais, mas quanto a medidas de apoio às famílias que têm filhos nada de novo...
Estando prestes a ser pai pela segunda vez, é com tristeza que sou obrigado a dizer que vivo num país que concede maiores apoios aos toxicodependentes, às mulheres que querem abortar ou aos presidiários e que, simplesmente, ignora as necessidades dos pais que não têm outra hipótese que não seja pagar mais de 200 euros para terem um filho num infantário privado (porque no público não há vaga e os avós moram longe) e que recebem todos os meses 10 euros de abono familiar, que não passam de uma verdadeira anedota (10 euros nem para um saco de fraldas chegam)...
Há que insistir com os nossos governantes e abrir-lhes os olhos para a real necessidade de rejuvenescer a nossa população. E, sem o apoio social do Estado ao nível do aumento da licença de maternidade e paternidade, da flexibilidade de horários no trabalho e do aumento das vagas nas creches e jardins de infância públicos, não iremos longe, pelo que em 2050 seremos um país de velhos!!!
Tanta preocupação em Portugal com o direito dos toxicodependentes às salas de chuto, o direito dos fumadores à liberdade de fumarem em locais fechados, o direito de abortar concedido às mulheres que assim o desejem, o direito dos presos a boas condições de reclusão e quanto aos direitos das famílias com filhos é o que se sabe: desprezo total!!!

quinta-feira, julho 05, 2007

21 500 000 000 Euros

Até 2013 Portugal tem a derradeira oportunidade para aproveitar da melhor forma o pacote financeiro de apoios que lhe está destinado a partir de Bruxelas. São mais de vinte mil milhões de Euros que, a serem investidos, grosso modo, como foram os anteriores vão significar um enorme desperdício de fundos. Estudos feitos por universidades têm vindo a sublinhar a oportunidade perdida que os Quadros Comunitários de Apoio I, II e III se revelaram para a economia portuguesa. Apesar de exemplos positivos que existem, a verdade é que desde 1986 que muito dinheiro tem sido desperdiçado em investimentos improdutivos e incoerentes com as reais necessidades do país, isto já para não falar da forma como muitos oportunistas, desde sindicatos, associações diversas e empresários aproveitaram de forma descarada os apoios comunitários para promoverem as conhecidas "acções de formação", em que os grandes beneficiários são as entidadades formadoras e não tanto os formandos, as empresas ou a sociedade em geral.
Depois da aposta no betão e na formação facilitista (há pessoas que têm dezenas de acções de formação feitas, mas que na prática, não lhes servem para nada), é tempo de aproveitar seriamente esta última oportunidade. A última notícia de que muitos milhões poderão ser gastos no novo Aeroporto Internacional de Lisboa não augura nada de bom...
Se agora há quem esteja desgostoso com a entrada de Portugal na UE, então a partir de 2013 é que a contestação à UE vai ser a sério!!!