Depois de dois anos de forte austeridade imposta pela troika, eis que o FMI (ou pelo menos alguns dos técnicos do FMI) chega à conclusão que a dose de medidas austeras a que Portugal foi sujeito se revelou excessiva. É caso para dizer: finalmente!!! Todos sabíamos que a partir do momento em que ficássemos reféns dos credores externos e sujeitos a um plano apelidado de "consolidação das contas públicas", nada voltaria a ser como dantes. As palavras que passaram a ser mais utilizadas são o sinal evidente dos tempos difíceis que o país vive há já alguns anos: cortes, falências, despedimentos, racionalização e empobrecimento...
Era inevitável? Muito provavelmente sim, dada a dívida pública colossal que o nosso país atingiu. Mas, e a dose de austeridade? Era a exigida e necessária? Passados dois anos, parece mais do que evidente que o ritmo de cortes que afectou o dia-a-dia dos portugueses foi excessivo, com quebras enormes ao nível do consumo, do emprego, do crescimento económico e do próprio desenvolvimento e qualidade de vida da população portuguesa.
É chegado o tempo de parar e reflectir. É que, como diz o povo, "quem tudo quer, tudo perde". E o pior que nos poderia acontecer seria chegarmos agora à conclusão que os sacrifícios colossais a que o povo português foi sujeito nos dois últimos anos de nada serviram...