Se um presidente de câmara independente consegue obter um acordo de governação com o PS para garantir estabilidade na condução dos destinos da autarquia da segunda cidade mais importante do país, não há razões que justifiquem a incapacidade para que os dois maiores partidos portugueses (PSD e PS) não se entendam por forma a obterem um acordo de entendimento a longo prazo (no mínimo 10 anos) que permita a Portugal falar a uma só voz nas instâncias internacionais.
Veja-se o que se passa na Alemanha, onde são envidados esforços para que o partido de Merkel chegue a um entendimento com o partido da oposição. Por cá, continuamos a ter a mesma "cassete" de sempre: o governo propõe e a oposição crítica e cada vez que um novo partido chega ao Governo desfaz o que o anterior construiu. E, assim, o que temos? Uma incapacidade atroz para que a nossa credibilidade externa possa ser levada a sério.
Enquanto PSD e PS não se entenderem em questões fundamentais como a reforma do Estado Social, o futuro do sistema de Segurança Social e políticas basilares como a fiscal, a da justiça, a da educação e a da saúde, continuaremos a assistir a esta espuma dos dias centrada no "bota abaixo" constante entre PSD e PS, que, na prática, não traz quaisquer benefícios aos nosso país. Bem pelo contrário! Lá dizia o outro: "não se governam, nem se deixam governar".