Sinceramente, não consigo perceber a vontade desenfreada que impera na esfera do poder político português no sentido de forçar a comunidade internacional a conceder um "lugarzinho" nas chamadas operações de manutenção(?) de paz às nossas forças militares. Depois do Kosovo, da Bósnia, de Timor e do Afeganistão, agora é a vez do Líbano...
Num período em que deveria imperar a contenção de despesas (é o próprio Governo quem o afirma) é, no mínimo, aburdo e contraditório ver a figura que Portugal faz ao quase implorar para que seja chamado a contribuir na força da ONU que irá intervir no Líbano. Alias, só nesta intervenção poderão ser gastos, à custa daqueles que pagam impostos, mais de 10 milhões de euros. Outro número a reter: só este ano Portugal irá despender quase 90 milhões de euros com 816 militares em missões no estrangeiro. Não será um exagero???
Não sou como os comunistas ou bloquistas que recusam qualquer intervenção de Portugal em missões de paz. Mas, nem tanto à terra e nem tanto ao mar... Há que ter bom senso e Portugal bem que poderia, desta vez, ficar de fora desta intervenção no Médio Oriente. Ainda por cima, a mesma reveste-se de contornos bem mais delicados...