sábado, agosto 05, 2006

Israel vs Hezbollah

Com quase um mês de ataques e contra-ataques infligidos entre um exército de um país democrático e uma milícia terrorista que anseia pela destruição de um Estado soberano, quem mais tem sofrido é, como acontece sempre neste tipo de situações, a população civil que não consegue escapar às bombas... Mas, há que distinguir duas situações bem diferentes: a de uma população que, na sua generalidade, se mostra ignorante, iletrada e, talvez por isso, defensora de um movimento terrorista e uma outra população que se rege pelo princípio da democracia e da estratégia do ataque em legítima defesa. Digo isto porque a comunicação social (e a televisão em particular) permite que possamos diferenciar aqueles que dão "guarida" a guerrilheiros terroristas que combatem sob o escudo de uma população civil subjugada e sem liberdade de opinião dos que, refugiando-se em esconderijos subterrâneos esperam pelo dia de voltarem a ver a luz do sol na sua terra...
Como seria a nossa reacção se estivéssemos cercados por um conjunto de Estados assentes em democracias "fantoches" e patrocinadores de grupos terroristas cujo único sentido de existência fosse a procura da aniquilação do nosso Estado soberano? O que faríamos se soubéssemos que a cada esquina de uma qualquer rua poderia estar um terrorista para colocar uma bomba no autocarro por que esperávamos? Qual a nossa resposta ao sabermos que dois soldados foram raptados para serem mortos de forma violenta? Será que há um número mínimo de raptos ou mortos para que um Estado soberano e democrático se possa defender?
Lembro que Israel apenas exigiu que os dois soldados raptados pelo grupo terrorista Hezbollah fossem entregues e que fosse aplicada a resolução 1559 das Nações Unidas, que visa o desmantelamento do Hezbollah. A resposta foi a que se sabe, pelo que teve que ser Israel a iniciar agora à força o cumprimento dessa resolução, com vista à destruição da força militar deste grupo terrorista, sem que o Líbano se pareça preocupar com a população civil...
Bem sei que a posição mais fácil é a de criticar Israel e exigir um cessar-fogo imediato. Para quê? Para que o Hezbollah se possa de novo reforçar militarmente junto dos seus aliados Irão e Síria? A verdade é que, enquanto a ONU, enquanto organização internacional que junta as democracias de todo o mundo, não conseguir forçar países como o Irão, a Síria, a Palestina, a Coreia do Norte e alguns outros países a seguirem o caminho sério da democracia e da paz, continuaremos a ter, ciclicamente, estas situações de ataques e contra-ataques entre Estados democráticos e grupos terroristas patrocinados por alguns regimes autoritários e ditatoriais, que deixam a sua população viver na decadência e na miséria. Até lá, Israel continuará a ter que se defender...

6 comentários:

Diesel disse...

Ainda não escrevi sobre esta matéria (e espero fazê-lo em breve) mas, no essencial, concordo com a tua analise. O resto são opiniões fáceis e politicamente correctas. Hoje é bonito ser contra EUA, Bush, Israel, Blair, etc. e a favor dos movimentos islamicos, aborto, minorias (o que quer que isso seja), Zapatero, etc.
Para mim cada caso será sempre um caso e a minha opinião não será condicionada pelo politicamente correcto. Neste caso não esqueçam quem é o Hezbollah.

Anónimo disse...

Caro Daniel Tecelão, sabe que se contam histórias acerca de professores que defendem ideais nazis perante os seus alunos, em pleno estágio? De que se espanta????

Pedro disse...

O sempre crítico Tecelão comete dois erros na sua curta intervenção:
1. A função de professor não obriga a tomar partido por uma determinada parte do conflito entre israelitas e terroristas, sob pena de voltarmos ao tempo da ditadura, em que não existia liberdade de expressão e os professores se limitavam a transmitir conhecimentos sem suscitarem junto dos seus alunos a opinião livre e consciente;
2. A relação entre a minha opinião neste conflito e a avaliação dos professores é despropositava, até porque, independentemente de opiniões diversas que se possam ter sobre esta questão, tal avaliação é necessária, podendo sim questionar-se a forma como a mesma deverá ser feita.
PS - O comentário anónimo peca pela generalidade e falta de ligação para com o tema em questão...

Pedro disse...

Muito gostaria que o Daniel me elucidasse melhor sobre a falta de rigor histórico patente no meu artigo. É que com generalidades não vamos longe no debate que se quer sério e efectivamente rigoroso...
Quanto à avaliação dos professores desafio-o a ir ao meu outro blogue e entrar no debate sobe o tema.

PF disse...

Pedro,
fugindo um pouco à tyriste realide que comentas e a que o mundo tem assistido, deixa-me dizer-te algo com sinceridade:
És dos poucos professores, ou melhor, dos poucos portugueses que vejo escrever muit bem, sem erros, com uma excelente pontuação, vocabulário.
Argumentas e expôes os teus pontos de vista de uma forma muito concisa, directa e muito bem argumentada.
Quero dar-te os meus parabens pelo teu talento na escrita.
Serias um optimo autor de livros, crónicas, artigos jornalísticos...enfim...
A Dianinha vai ter uns pais muito dedicados no seu percurso escolar, privilegio que muitas crianças hoje em dia não têm.
Parabens, Pedro.
Continua assim, com essa garra e convicções.

Joquitas aos 3 lindos!

Pedro disse...

Diz o Daniel em tom irónico: "de um lado está um país democrático, do outro um bando de terroristas". Será que há dúvidas???
Israel é ou não não é uma democracia? E o Hezbollah? Não é um grupo terrorista financiado por regimes ditatoriais e que pretende a aniquilação do povo israelia?
Sejamos coerentes, rigorosos e directos!