Um dos conteúdos programáticos da disciplina de Geografia do 8º ano de escolaridade (também no 10º e 12º anos) prende-se com a demografia, ou seja, o estudo da população. Ora, no início desta semana comecei a leccionar às minhas três turmas de 8º ano matéria relacionada com as disparidades mundiais existentes ao nível dos índices de natalidade e de fecundidade: regiões do mundo, como a maioria dos países africanos, onde o número médio de filhos por mulher em idade fértil é bastante elevado e outras regiões do mundo desenvolvido onde a falta de nascimentos preocupa (ou deveria preocupar) os governantes.
Este ano, o tema do aborto tem sido abordado de forma mais interessada pela maioria dos meus alunos do 8º ano (e até na minha turma do 11º ano) e, apesar do resultado verificado no referendo do último domingo, foi com agrado que verifiquei que a grande maioria dos meus alunos do 8º ano condenam a prática do aborto, tendo alguns deles ficado surpreendidos pela forma como algo de tão condenável, em termos éticos, morais e civilizacionais, pode ser encarado pelo Estado como um mal menor que merece uma acção de completa liberalização até às 10 semanas.
Claro que me poderão vir dizer que falo de alunos de um concelho do Interior, pertencente ao distrito de Viseu e, portanto, com forte influência religiosa e de mentalidade conservadora. Pouco me importa o contexto social que está na origem deste pensamento. Apenas poderei dizer-vos que me agrada ver como (ainda) há jovens que defendem a vida e não perdoam que o "esquecimento" ou a "distracção" sejam razões invocadas para justificar a interrupção de uma gravidez indesejada...
2 comentários:
Este d.t. é como as moscas, onde poisam deixam a sua marca caracteristica. Para além disso, as suas ideias são fixas e burras. Deveria voltar a ler o que quer comentar. Será capaz?
Tecelão, os alunos também têm capacidade crítica e não "comem" tudo o que os professores lhes "dão"...
Aliás, cada vez que debato com os meus alunos assuntos polémicos tenho o cuidado de os avisar que a minha opinião não os deve condicionar no juízo a formular sobre o assunto que se discute.
No tema do referendo tive alunos que defenderam o SIM e outros que foram apologistas do NÃO. Apenas constatei que a maioria deles eram defensores do NÃO e, por isso, manifestei aqui essa evidência!!!
No tempo da ditadura é que não podia haver debates nas aulas. Agora, os tempos são outros e acredite que até há alunos que sabem mais do que muitos adultos...
Enviar um comentário