O ano 2008 inicia-se sem que se vislumbrem alterações no rumo seguido por Portugal: uma classe média a definhar, uma pobreza a rondar os 20% que persiste, uma classe alta que tende a engordar e um conjunto de problemas estruturais que não melhoram, seja ao nível da ineficácia das nossas políticas de saúde, educação e justiça, seja pela incapacidade da nossa economia e poder de compra quando comparados com a grande maioria dos restantes países da UE.
Entretanto, só se fala nos milhões dos senhores que mandam no BCP, na PT, na EDP e noutros glutões do nosso país, enquanto que o "zé povo" continua envolto em dívidas, a contar os tostões. Num país com 2 milhões de pobres, meio milhão de desempregados, uma classe média que perde poder de compra e um endividamento exorbitante, onde a maioria das famílias optam por ter apenas um filho, onde a emigração aumenta e onde muita pobreza continua escondida, ousamos vender para o estrangeiro a imagem de um país onde o nível de vida elevado é uma evidência.
Na verdade, apenas uma minoria dos portugueses se revê naquilo que passamos para o exterior! O que por cá se passa nada tem que ver com o nível de vida dos nossos parceiros europeus. Por cá impera uma Educação de rastos, envolta num sucesso escolar irrealista, uma Saúde onde as listas de espera perduram, uma Justiça lenta e vergonhosa (o novo Código de Processo Penal é simplesmente uma afronta à dignidade humana), um Ambiente e uma Cultura desprezados...
Enfim, parece-me que tendemos para o abismo. E, se nada for feito, a partir de 2013 é que vão ser elas. Com o fim dos dinheiros de Bruxelas as dificuldades irão aumentar. Há que mudar de rumo!!!
1 comentário:
Eu diria que somos um país de Opereta, mas nós todos temos muita culpa no cartório, porque eles estão lá porque são eleitos por nós. Não há meio de aprendermos. Abraço
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