Num colóquio organizado na passada semana em Lisboa a propósito de diversas questões relacionadas com as comunidades portuguesas no estrangeiro foi dado a conhecer um indicador, no mínimo, preocupante: os portugueses são o segundo povo no mundo que mais emigra. Este facto é elucidativo sobre os tempos que correm no nosso país. Tempos difíceis, onde o emprego escasseia, a falta de estabilidade profissional aumenta e o custo de vida dispara...
Esta emigração apresenta duas realidades diferentes. Por um lado, assiste-se à debandada anual de centenas de portugueses altamente qualificados que não se sentem atraídos pelas condições de emprego colocadas à sua disposição no nosso país (quando têm emprego!) e que levam à sua saída para outros países mais desenvolvidos e que lhes proporcionam salários bem superiores em relação aos praticados por cá. Aliás, ainda esta semana o Banco Mundial deu a conhecer que Portugal é o país que lidera na Europa a chamada "fuga de cérebros", com quase 150 000 jovens licenciados portugueses a viverem no estrangeiro. Preocupante? Claro que sim...
Depois, temos a situação de milhares de portugueses que, com reduzidas ou médias qualificações profissionais, não conseguem arranjar emprego e se vêem obrigados a deslocar-se para Espanha, França, Suiça, Alemanha e outros países à procura de um emprego na construção civil, no comércio ou nos serviços banais. Os que optam ou são obrigados a ficar por cá, pelas mais diversas razões, sujeitam-se crescentemente a situações extremas de precariedade...
E o que dizer dos 30 000 jovens licenciados inscritos nos centros de emprego e dos muitos mais milhares que arranjaram um emprego que em nada tem que ver com o curso que concluíram? Enfim, a situação em que se encontra o nosso país é, sem dúvida, difícil e nada condizente com a imagem positiva que este Governo tenta fazer passar para a opinião pública!
Entretanto, de Bruxelas chega-nos outro indicador: Portugal é o pais que, no conjunto dos 27 da UE, apresenta o maior índice de desigualdades sociais. Uma coisa é certa: a emigração é e sempre foi sinal de fuga às más condições de vida do país de origem e, tal como na década de 1960, parece que voltámos aos tempos das dificuldades e carências!!!
Urge alertar as consciências mais distraídas para esta dura realidade...
1 comentário:
A sua análise está correcta,todavia é toldada pela sua partidarite,se não vejamos:
Para contrariar muito do que você aponta,ninguem fez mais neste país que o actual governo,se anda à procura de responsáveis pelo actual estado de coisas,terá de recuar um pouco na nossa história contemporânea,e,se,quiser ser isento,não terá muita dificuldade em encontrar responsáveis,mas não me venha demagógicamente atribuir culpas a este governo!!!
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