Hoje, muitos presidentes de junta de freguesia e seus "correlegionários" concentram-se em Lisboa para protestar contra mais uma reforma que este Governo quer implementar: rever o número de freguesias, ajustando-o à realidade do país.
Portugal tem, actualmente, mais de 4000 freguesias, muitas delas com menos de 1000 habitantes e que apenas subsistem por razões históricas. Basta olhar para o mapa ao lado para perceber que Portugal, sobretudo, a região Noroeste do país tem freguesias a mais... Ora, com a modernização do país, sobretudo em termos de encurtamento da distância-tempo, fruto da melhoria das infra-estruturas rodoviárias, não faz qualquer sentido continuarmos a ter milhares de freguesias que distam poucos minutos umas das outras e que apresentam um reduzido número de habitantes.
Na minha opinião esta reforma apenas peca por não ir mais além, nomeadamente ao nível da agregação de concelhos. Em muitas regiões do país temos concelhos contíguos e com uma densidade populacional tão reduzida que bem que se poderiam agregar. Por outro lado, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, há concelhos cuja relação em termos de migrações pendulares é de tal ordem que não fazia mal nenhum que se juntassem num só.
Mais do que poupar dinheiro, esta reforma vai de encontro à nova realidade do país: com tanto investimento em estradas e auto-estradas, a distância-tempo reduziu-se imenso e as áreas de fixação urbana cresceram de tal ordem que com pouco de mais de 1000 freguesias e 200 concelhos teríamos um país mais eficiente e menos "caciqueiro". A maioria dos meus alunos compreende esta nova realidade geográfica, mas há quem continue agarrado ao passado...
3 comentários:
'Auto-estradas', pagas a preço de artigo de luxo, a inexistência de transportes públicos condignos que sirvam as reais necessidades da população que não tem outro meio de transporte para se deslocar(falo dos mais velhos que, muitas vezes não sabem ler nem escrever, quanto mais usar a internet)...
Deixe as freguesias em paz (refiro-me às mais afastadas dos grandes centros urbamos) que não é por elas, de certeza, que vamos resolver o problema da crise em que PS e PSD enfiaram o País!
Já dos concelhos...
Acabar-se-ão com 2, no máximo 3 concelhos!
É que, dava cabo do tacho a muito oportunista dos partido (des)governantes!
Essa dos seus aluno compreenderem esta nova realidade demográfica (de destruição compulsiva do interior do país, entre outras), só me confirma que alguns profissionais deveriam rever as suas directrizes deontológicas!
Fica-lhe mal misturar opiniões pessoais (válidas, embora não concorde com elas defendo a liberdade de expressão) com a formação de mentalidades dos jovens que está prestes a formar.
Não faça isso, é feio, é indecente, é imoral,...
O Portugal de hoje já não tem nada que ver com o Portugal de Mouzinho da Silveira de 1832!!!
Por isso, reforme-se a divisão administrativa de Portugal...
No Portugal de hoje ainda existem muitas pessoas que dependem das juntas de freguesia!
Não é por causa das juntas de freguesia que estamos no buraco em que estamos.
A reforma administrativa necessária passaria (mas não passa que eles apreciam o tacho) pela eliminação de TODOS os concelhos, deixando apenas os distritos e respectivas juntas de freguesia, com a devida excepção das zonas metropolitanas, onde, de facto, não fazem sentido tantas juntas de freguesia.
Mas eu há mais de quarenta anos que deixei de acreditar no Pai Natal...
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