A cada 25 de Abril que passa o país é inundado de documentários, reportagens e notícias com um propósito muito claro: não fazer esquecer, sobretudo às gerações mais novas, a importância que a revolução militar de Abril de 1974 teve na instauração da democracia em Portugal. E é bom que se recorde esse dia, visto que muitos dos mais novos dão pouco valor à democracia e à liberdade de expressão.
Contudo, o mesmo ímpeto noticioso não ocorre quando chega o dia 25 de Novembro. De facto, muita gente de esquerda (sobretudo os radicais de esquerda, com o PCP à cabeça) tudo fazem para ignorar o papel decisivo que o denominado "grupo dos nove", liderados por Ramalho Eanes, teve no sentido de impedir que de uma ditadura salazarista de mais de 40 anos passássemos para uma ditadura comunista.
Este ano voltámos a ter mais do mesmo. Poucos foram os noticiários radiofónicos e televisivos que explicaram no que consistiu o 25 de Novembro de 1975 e até houve jornais que, pura e simplesmente, ignoraram a efeméride. Ora, neste blogue o 25 de Novembro de 1975 não é esquecido!!!
4 comentários:
Pedro,"o grupo dos nove" foi liderado, direi mesmo superiormente liderado, por Ernesto de Melo Antunes. A operação militar foi encabeçada por Ramalho Eanes, que não pertencia ao referido grupo.
O "grupo dos nove" pugnava por uma sociedade assente num socialismo pluralista.
Não se incomode tanto com a relativa importância dada ao 25 de Novembro; regozije-se com facto de ter acontecido o 25 de Abril.
Caro anónimo(?), eu não referi que Ramalho Eanes pertencia ao "grupo dos nove". Mas, agradeço a chamada de atenção e o elogio a Melo Antunes. É verdade que o seu papel foi decisivo com vista a que Portugal não se transformasse numa ditadura comunista.
De resto, claro que o 25 de Abril de 1974 foi importante, mas sem o 25 de Novembro de 1975 e sem a acção de Ramalho Eanes não teríamos tido democracia, nem liberdade. Mas, a História portuguesa ainda não deu o devido valor ao 25 de Novembro de 1975.
Pedro, o eterno e acérrimo crítico de tudo o que seja rosa ou vermelho (excepto se for o Benfica, claro) e não menos acérrimo defensor de tudo o que seja laranjinha e derivados. Antes de mais, digo-lhe que não sou laranja, nem rosa, nem de outra cor qualquer pois abomino por igual todo e qualquer partido, assim como quase todos os políticos, pois não passam de um bando de mentirosos. Se quiser ser ingénuo ao ponto de achar o contrário, problema seu.
Gostava de lhe deixar umas questões:
1- Tem-se falado ultimamente que este governo devia cair,o que é altamente contestado por si e muitos outros, com o argumento da legitimidade democrática, que assenta numa eleição onde o PSD foi o partido mais votado. Até aqui tudo bem. Só que, se pensarmos que esse maior número de votos se deveu, em grande parte, a algumas promessas bem fortes, tal como o não aumento de impostos (por oposição aos PEC's do Sócrates, que incluíam isso e muitas outras atrocidades) gostava de lhe perguntar: onde está a legitimidade democrática agora? Eu sei que nesta altura entra em campo a famosa lenga-lenga (usada tanto por PS como por PSD aquando do regresso ao poder) de que as finanças estão um caos, ou que o país está de tanga, para citar o seu querido Durão. Mas quer convencer-me que o candidato a primeiro ministro não sabia disso de antemão, ele que até passou a campanha toda a dizer que o país estava caótico graças aos anos de governação socialista? Ou seja, acha mesmo que ele achava possível não subir impostos?
2- Como sabe, o deseprego tem subido de forma alarmante, atingido todas as classes, a sua incluída. Será que, caso também fique desempregado, continuará a defender os seus amigos laranjas que, entre outras coisas, aumentaram o número de alunos por turma, por um lado reduzindo o número de professores necessários (mesmo entre os que já fazem parte do quadro) e também diminuindo a qualidade do ensino?
3- Caso fique desempregado, será que tem alguma saída a não ser emigrar?
Caro anónimo(?), as suas questões merecem um artigo. Assim, tentarei ainda hoje escrever um post sobre a questão da legitimidade democrática (ou não) que este Governo tem.
Mas, não quero deixar-lhe de responder às suas questões, embora de forma sintética (os argumentos ficarão para o post).
1. Durante as campanhas eleitorais, as promessas não passam de intenções. Ir atrás das promessas fáceis, como o não aumento de impostos ou a subida de salários, é revelar demasiada ingenuidade na hora de votar.
2. As questões 2 e 3 merecem-me um comentário simples e que justificam a distinção entre o sector público e o sector privado e que estão na origem dos cortes dos subsídios serem maiores na função pública do que no privado. É que, acualmente, não é permitido despedir ninguém na Função Pública, o que levou a que a admissão de contratados diminuísse, por forma a rentabilizar os recursos humanos efectivos. Agora, se fosse professor contratado, claro que ficaria aborrecido com este Governo, embora culpasse mais os anteriores (que levaram o país à bancarrota) do que o actual que apenas está a cumprir o memorando da troika. Lembre-se que todas as entidades externas (de que estamos "reféns") dizem que o número de funcionários públicos tem que diminuir em Portugal (há quem defenda uma redução de 100000 funcionários públicos), por forma a reduzir as despesas correntes (quase 80% são salários e reformas).
Mas, prometo-lhe que farei um artigo sobre o assunto.
Enviar um comentário