Somos um país de brandos costumes. Muitos dos que nos visitam dizem que somos conservadores. Não gostamos de grandes experimentalismos.
No entanto, somos dos poucos países do mundo que permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo e, agora, estamos prestes a aceitar a coadoção de crianças por casais homossexuais. E, sabemos que com esta possibilidade fica mais próximo de se concretizar a adoção de crianças por casais homossexuais...
Em 2004 (há quase dez anos atrás) escrevi, neste mesmo blogue (aqui), a minha opinião sobre a adoção de crianças por casais homossexuais e, já aí, me intrigava sobre as verdadeiras razões que estavam por detrás desta possibilidade... Passada uma década, os meus receios confirmaram-se!
1. O Parlamento aprovou, na generalidade, a coadoção de crianças por casais do mesmo sexo por uma diferença de apenas 5 votos. Numa questão deste género, socialmente bastante fraturante e delicada, não podemos estar dependentes das maiorias que se formam na Assembleia da República, pois corre-se o risco de, em poucos anos, se formar uma maioria de deputados com opinião diferente da anteriormente estabelecida. O mais correto e sério é realizar um referendo...
2. Entre ter dois "pais" e duas "mães" ou ter um pai e uma mãe, como referências da masculinidade e da feminidade, está mais que provado que o melhor para as crianças é, em termos do seu desenvolvimento psicossocial, que estas cresçam num ambiente familiar onde estejam presentes um pai e uma mãe.
3. Quanto se legisla a possibilidade de pessoas do mesmo sexo adotarem crianças não se está a ter como principal preocupação os superiores interesses da criança, mas sim os caprichos dos adultos, numa lógica de tentar igualizar aquilo que é diferente.
4. Na família ideal (aquela que deve estar na base das preocupações da adoção), um pai tem o seu papel específico (a protecção, a segurança, a disciplina...), tal como a mãe possui os seus talentos (a afectividade, a harmonia, o carinho...), pelo que não vale a pena vir-se com o argumento de que num casal de duas mulheres, uma pode fazer o papel da masculinidade e que num casal de dois homens, um deles pode ser menos masculino. Claro que um pai também dá afetos e uma mãe também pode dar uma palmada no rabo da criança, mas não me venham dizer que num casal homossexual um deles pode fazer de pai e o outro de mãe...
5. Entre o direito das crianças à parentalidade conjunta por um pai e uma mãe e o direito de um casal homossexual à coadoção (primeiro passo para a possibilidade da plena adoção por casais homossexuais) dou total primazia ao direito das crianças à parentalidade conjunta por um pai e uma mãe. Não sendo possível a parentalidade conjunta por um pai e uma mãe (por divórcio dos conjugues, por morte de um deles ou pela condição de mãe solteira ou qualquer outra razão), penso que, para bem da criança, é melhor que a criança faça parte de uma família monoparental do que de uma família composta por duas "mães" ou dois "pais". A prioridade tem de ser a criança e não os adultos e os seus caprichos.
1 comentário:
Estou-me a cagar para os paneleiros, se podem ou não adoptar, eu quero lá saber, no entanto existe muito paneleiro e fufa que consegue dar melhores condições de vida a uma criança....
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