Se um presidente de câmara independente consegue obter um acordo de governação com o PS para garantir estabilidade na condução dos destinos da autarquia da segunda cidade mais importante do país, não há razões que justifiquem a incapacidade para que os dois maiores partidos portugueses (PSD e PS) não se entendam por forma a obterem um acordo de entendimento a longo prazo (no mínimo 10 anos) que permita a Portugal falar a uma só voz nas instâncias internacionais.
Veja-se o que se passa na Alemanha, onde são envidados esforços para que o partido de Merkel chegue a um entendimento com o partido da oposição. Por cá, continuamos a ter a mesma "cassete" de sempre: o governo propõe e a oposição crítica e cada vez que um novo partido chega ao Governo desfaz o que o anterior construiu. E, assim, o que temos? Uma incapacidade atroz para que a nossa credibilidade externa possa ser levada a sério.
Enquanto PSD e PS não se entenderem em questões fundamentais como a reforma do Estado Social, o futuro do sistema de Segurança Social e políticas basilares como a fiscal, a da justiça, a da educação e a da saúde, continuaremos a assistir a esta espuma dos dias centrada no "bota abaixo" constante entre PSD e PS, que, na prática, não traz quaisquer benefícios aos nosso país. Bem pelo contrário! Lá dizia o outro: "não se governam, nem se deixam governar".
4 comentários:
É impressão minha, ou o Pedro começa a ficar também desiludido com o PSD? É que não me parece que a culpa dessa falta de entendimento seja apenas do PS, a julgar pelo que escreve...
Caro anónimo, a resposta do PS ao pedido de diálogo do PSD a propósito da reforma do Estado responde bem à sua questão...
Quem não quer dialogar é o PS. E nem o exemplo da Alemanha, onde Merkel e a oposição se entendem, parece fazer com o que o PS mude de ideias.
A estratégia do PS é apenas uma: esperar que o poder lhe chegue de bandeja em 2015 e não criar ondas até lá.
E não foi exactamente isso que fez o seu PSD quando estava na oposição? É isso que não entendo nos fanáticos, sejam eles laranjas (como o Pedro) ou rosas, como muitos outros: não admitirem que a estratégia é igual, e (quase) tudo o resto também. E uso o quase, porque há uns pormenorzitos que não são iguais. E quando a diferença se resume a isso...
Quando o PS pediu a colaboração do PPD para o PEC 4,foi negado.Quiseram ir ao tacho,espatifaram a economia puseram o país de rastos com a treta de irem para lá da troika.Agora querem o apoio do PS.Que deslavada lata têm estes palhaços!!!
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