A inauguração da Casa da Música tem suscitado o debate sobre o grau de importância desta obra para o País e para a cidade do Porto. E, a verdade é que há quem defenda com unhas e dentes a dita Casa ou quem se incomode com o "desperdício" de tanto dinheiro público.
Eu sou dos que não rejubilam entusiasticamente com esta obra, mas também sou daqueles que consideram que no Porto já fazia falta uma verdadeira Casa da Cultura. O problema é que o equipamento que hoje foi inaugurado ultrapassa os limites do razoável em termos de dinheiro gasto e da qualidade estética urbanística. Claro que os gostos dificilmente se discutem, mas o insistir numa estratégia de contratar arquitectos "conceituados" para realizarem projectos que se baseiam apenas num gosto pessoal, sem a intervenção daqueles que depois irão usufruir do espaço construído, parece-se ser sinónimo de abuso e de puro egoísmo. E, o resultado é o que se vê: uma obra que obedece apenas a um cunho pessoal, ignorando, por completo, a opinião dos utilizadores do espaço...
Para mim é mais que óbvio: a Casa da Música pode ser considerada, a par de muitos outros edifícios culturais existentes no País, como um projecto alucinante (pela falta de estética), abusador (pelo dinheiro gasto) e que evidencia sinais de prepotência e de vaidade pessoal (pelo recurso a mais um arquitecto que apenas pensa em realizar uma obra que dê que falar pela sua ousadia). Ou seja, mais uma vez pensou-se à grande e à francesa...
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