Há quem diga que Portugal é o bom aluno da UE. E, muitos dos que dizem isso, fazem-no num tom crítico. Chegam a afirmar que os portugueses deveriam ser como o povo grego que, nos últimos tempos, tem enfrentado os credores internacionais e, sobretudo, a UE e o FMI. Pelo menos é isso que o atual governo grego tem feito...
Mas, seria bom que quem tanto critica a UE e defende a postura do atual governo grego recuasse um pouco no tempo para perceber que talvez a UE não seja o vilão e o governo grego o inocente neste história toda...
Atente-se no gráfico que aqui apresento para perceber a origem do atual estado de coisas na Grécia. Porquê a escalada na dívida pública grega? Porque os sucessivos governos gregos (não apenas o atual) vivem, desta há muitos anos, em situação de défice orçamental. E repare-se que o défice apenas começou a contrair desde que se deu o primeiro resgate da troika à Grécia em maio de 2010. Ou seja, foi necessário que o FMI, o BCE e a UE interviessem na Grécia para que a despesa pública recuasse e as receitas (sobretudo as fiscais) subissem. Doutra forma, a Grécia continuaria o seu rumo face ao abismo. É que a dívida pública tem de ter um fim. E o fim é o abismo...
Ora, seria bom que os gregos percebessem que a solução não está em deixar de pagar a dívida pública. Seria abrir um precedente grave, sobretudo quando sabemos dos sacrifícios que os portugueses têm atravessado desde que, também por cá, a troika teve que nos livrar da quase-bancarrota em que governos sucessivos (nomeadamente os socráticos) nos meteram...
O que está para trás não é apenas história. São dívidas que têm de ser pagas. Pode-se renegociar as condições, os juros e os prazos, mas daí a ignorar a dívida vai um longo e perigoso caminho. E, a solução está em sobretudo em olhar para o futuro. Um futuro que, como por cá este governo tem estado a tentar trilhar, passa por reduzir o défice orçamental (e se possível criar superavit orçamental), por forma a tornar as contas públicas sustentáveis, tal e qual como qualquer família deve fazer em relação às suas contas caseiras: não gastar mais do que aquilo que se tem... Simples!!!
2 comentários:
Nós também temos desse tipo de história!
Há mais de 500 anos que não fazemos outra coisa que não seja trabalhar (o povo é claro!) para pagar sucessivas dívidas que aqueles que nos (des)governam inventam para pagar luxos privados...
O único, que eu me lembre, que pensou em liquidar todas as dívidas foi o António de Santa Comba Dão, e estava a encaminhar-se nesse sentido, até que, lá fora, os comunistas russos e os capitalistas norte americanos nos «inventaram» a guerra colonial, coisa muito lucrativa!
É lucrativo para quem vende armas e ainda mais lucrativo para quem vive das dívidas dos outros!
Ora, parece-me que o interesse aqui é tudo menos pagar as dívidas aos tais credores (coitadinhos que ainda vão morrer de fome e que ainda por cima são tão boas pessoas!)
O verdadeiro interesse é manter a dívida impossível de pagar e criar ainda mais dívida!
Porque não se fala da Islândia?
Porque será que nunca se fala da Islândia?
O que os islandeses fizeram foi muito parecido com aquilo que os gregos estão a tentar fazer! Isto é, quem inventou a dívida que a pague! Que se responsabilize por ela, que seja julgado e condenado pelos crimes que cometeu.
Ver aqui: http://economico.sapo.pt/noticias/como-a-islandia-saiu-da-crise_154357.html
Mas claro, a Islândia sair da crise não é notícia que interesse a «ninguém», é um «mau exemplo»
Enquanto isso, nós por cá vamos pagando!
Já reparou que, neste momento, são países como Portugal e Grécia que exportam cérebros para a Europa?
Durante anos quase que nos obrigavam a comprar tudo e mais alguma coisa a crédito e agora, repentinamente, já não pode ser!!!!!!!!!!!!!
Pense bem nisto, qual será realmente o interesse desta «crise»?
A quem é que isto interessa?
Viva a Islândia
Viva a Grécia
Aqui: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/islandia_saiu_da_crise_porque_nao_deu_ouvidos_a_ue_e_recusou_a_austeridade.html
Também é muito interessante de se ler
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