O historiador Fernando Rosas (F.R.), reconhecido simpatizante do Bloco de Esquerda, publica hoje no Público um artigo intitulado "Um País Refém do Fundamentalismo", onde tece algumas considerações sobre a situação pós-aborto em Portugal. De facto, F.R. não fala sobre as crianças que ficaram por nascer, orientando-se sim para um discurso, quase de "escárnio e maldizer" em relação à direita portuguesa e aos grupos pró-vida que condenam o aborto.
Para o historiador bloquista, não interessa discutir a moral e a ética que uma mulher e um homem devem ter em relação à concepção, planeada ou não, de uma nova vida. Para F.R. o importante é realçar que a mulher é "dona e senhora" do seu corpo e, que por isso, pode fazer o que quiser com ele, porventura, desde servir de barriga de aluguer ou até vender o corpo durante uma noite a troco de alguns euros.
Ora, em relação ao aborto, interessa ir muito mais além do que simplesmente condenar, como faz F.R. a realização do julgamento em tribunal de mulheres que abortaram. Efectivamente, penso que se torna urgente fazer ver a todos os "Fernandos Rosas" deste país que o aborto é condenável, seja em que situação for (exceptuando quando é a vida da própria mãe que está em risco ou a vida do novo ser que pode ser prejudicada). De resto, o acto de conceber um novo ser não pode ser posto num dos lados da balança, quando do outro estão meras questões económicas ou financeiras. Para esses casos, o Estado encarregar-se-á de tomar conta dessas crianças que não tiveram culpa de vir ao mundo num seio familiar problemático.
É por esta razão que o Direito não deve ignorar as situações daquelas mulheres e homens que são complacentes com a destruição de uma vida, nem que seja para ensinar à sociedade a distinção entre o bem e o mal...
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