segunda-feira, setembro 10, 2012

Início de mais um ano lectivo e a cena repete-se...

Durante esta semana dar-se-á início a mais um ano lectivo. O Ministério da Educação informou as escolas que as aulas teriam que começar entre hoje e sexta-feira. A maioria dos estabelecimentos escolares, no meio de tanta trapalhada, decidiu-se por apenas iniciar as actividades lectivas na próxima sexta-feira. É que a confusão instalada nas escolas à volta da distribuição do serviço docente, da definição dos horários dos professores, da abertura ou não de EFA`s, do estabelecimento dos apoios escolares, entre outros assuntos, é tanta que estaremos, uma vez mais, confrontados com um novo ano lectivo que se espera, no mínimo, atribulado. Já não bastam as injustiças de termos professores com oito, nove ou mais turmas, enquanto que outros (os de horário zero) podem vir a estar um ano de "férias" e a receber (e há quem goste disso), como ainda temos a tal questão dos 30 alunos por turma, da agregação de escolas, do aumento dos CEF`s, profissionais, PCA`s para os professores do costume, etc, etc, etc, 
Contudo, durante estes dias iremos ter a habitual ronda ministerial por escolas escolhidas a dedo e previamente avisadas e preparadas para a presença de Nuno Crato. A ver vamos como se comportam, desta vez, professores e alunos aquando da visita ministerial à escola de eleição. As instruções devem estar mais que definidas para que as câmaras televisivas apenas filmem sorrisos e gestos de alegria. Estou para ver se não vamos assistir novamente a apupos (no ano passado o massacrado até foi Cavaco Silva) ou se a teatralização vai ser suficiente para camuflar o mal-estar que se vive por estes dias nas escolas públicas.
À noite vamos poder assistir a uma entrevista de Nuno Crato na TVI. Estou curioso por ver de que forma é que a Judite de Sousa vai abordar dois temas: o das colocações dos professores (e sobretudo os horários zero) e o dos cursos vocacionais e profissionais. A ver vamos se vai conseguir tirar da boca do Ministro as razões que estão por detrás das imensas mudanças verificadas ultimamente: a poupança ao nível dos recursos financeiros (ou seja, a diminuição das despesas com salários e, logo, menos professores) ou se se vai deixar levar na conversa do costume. É importante que se ouça da boca de Nuno Crato a verdade por inteiro: que o Ministério da Educação tem instruções claras da troika para diminuir o número de professores e que os factores demográficos não explicam tudo...
Na RTP1 também haverá um especial às 21 horas sobre o ano escolar. Também estou curioso por ver de que forma é que a RTP vai abordar o assunto. Mas, espero ainda mais pelo Prós e Contas sobre o assunto (não sei quando será, mas certamente que voltaremos a ter mais do mesmo, ou seja, uma Fátima Campos Ferreira mal preparada e incapaz de abordar verdadeiramente os prós e os contras). Ficamos à espera...

10 comentários:

Anónimo disse...

Caros professores, talvez esteja na hora de usar a bomba atómica!! Ir para a escola entreter criancinhas é o que já nos mandam fazer na escola. Na minha escola desapareceu a figura das aulas de substitruição, agora vamos ficar armazenados na biblioteca à espera que algum colega falte. Se tal acontecer, Temos que entreter as criancinhas, não com atividades relacionadas com as disciplinas, mas com brincadeiras, tipo auxiliar no recreio. Ficamos a ver as crianças a brincar no pátio da escola.
Sabem o que é a bomba atómica em que todos pensamos mas ninguem tem coragem de dizer? Estar na sala de aula com os alunos e não dar qualquer matéria, dia após dia. Isto sim alertaria os pais. Talvez apareça por aí alguns colegas muito preocupados com a imagem do professor, com a ética, tudo treta!! A nossa imagem nunca esteve tão desgastada e ridicularizada pelos pais e comentadores. Só assim mostraríamos a nossa força!! De que estamos á espera!! Deste modo também não nos vinham ao bolso, ao contrário das greves normais que só servem para encher os cofres do estado. Pensem nesta hipótese, é o última arma que temos!!

daniel tecelao disse...

Então este ministro não é do seu agrado?
Estou espantado!
Vou rebolar de gozo quando o mandarem para África ensinar geografia!!!

Pedro disse...

O Tecelão pensa que o facto de apoiar este Governo me inibe de o criticar quando acho que o devo criticar. Desengane-se...

daniel tecelao disse...

Você só critica porque sente os calos apertados,se fosse integro e de pensamento independente,teria muito para criticar.

Anónimo disse...

Força Sr. Tecelão, é assim mesmo! Parece que o pedro só critica quando lhe toca também a ele!!!!!
Mas não vai nada para áfrica ensinar geografia, a geografia não serve absolutamente para nada, e voltando a seguir o raciocínio do governo, temos o gps, para que queremos nós professores de geografia!
Já fizeram isso com as disciplinas do saber fazer, saber aplicar conhecimento (quase destruídas - a EVT e a ET), temos computadores, não precisamos nada disso...

Quero ver onde vai parar o país onde ninguém sabe, nem quer saber fazer nada, emigrar?!!!!!!!!! Quem os quer?

Tome juizo!

Força Senhor Tecelão

Um abraço

Anónimo disse...

Já agora... que me diz o sr pedro do aumento do imposto sobre o seu vencimento?

E daquilo que o fantasminha gaspar se prepara para fazer em 2013?

Toca-lhe também a si...

Dói, não dói?

Pelas minhas contas (baseadas em informação postada anteriormente por v exa) deverá auferir ao fim do mês menos 300 euritos...

Abra os olhos, está-lhe a acontecer a si e não só ao vizinho do lado!

Ah... a culpa é toda do sócas!

Anónimo disse...

A verdadeira bomba atómica, para mostrar verdadeiramente a nossa indignação, é aquilo que vou expor de seguida e que há anos ando a dizer aos sindicatos (aquela treta que nos representa!!!

1º - ignorar a benesse da isenção parcial de horário que só serve para que ainda trabalhemos mais (muitíssimo mais) em casa do que aquilo que deveriamos e com os nossos recursos (computadores, internet, fotocopiadora, resmas de folhas, esferográficas,...) e fazer todo o nosso horário na escola, com os recursos que esta nos disponibiliza e nas condições em que o faz (a maioria destas não tem salas de trabalho devidamente equipadas nem com espaço suficiente!)
Isto, como é óbvio, em horário completo na escola, entrando às oito e trinta e saindo às cinco da tarde e sem levar uma única folha para casa!

2º - como em qualquer outra profissão, o empregado trabalha com os materiais e equipamentos fornecidos pelo patrão, façamos o mesmo - usemos somente os computadores do estado, as resmas de folhas do estado, as impressoras, e respectivos tinteiros, do estado, requisitemos, inclusivamente, as esferográficas do estado - não se esqueçam de preencher zelosa e criteriosamente as respectivas requisições.

3º - sempre que não houver condições não se faz e pronto, mas devemos SEMPRE ter a intenção de o fazer, eles propõem e nós fazemos, SEMPRE... quando conseguirmos...!

É esta a verdadeira bomba atómica e não outra, é isto que tento dizer aos sindicatos há anos, mas nem eles, nem a maioria dos nossos colegas têm disposição para esta ideia.

Imaginem só,
- o dinheiro a mais que o estado irá gastar em materiais;

- o serviço todo entupido, encalacrado, atrasado e impossível de fazer dentro dos prazos;

- as reuniões intercalares e de avaliação feitas só dentro do horário referido acima e respectivas consequencias;

- as pautas de avaliação do 1º período a sairem só no final do segundo/início do terceiro;

- os encarregados de educação a quererem, no final de um ano lectivo, saber da situação do seu educando e esta não ser possível de transmitir antes do início do ano lectivo seguinte (no meio disto tudo há as férias a que temos direito - marcadas da forma mais díspare possível por cada um de nós);

- imaginem toda a situação de caos vivida de norte a sul do país nas nossas escolas, sendo que no entanto, não mais estariamos a fazer que cumprir na íntegra, de forma zelosa, todos os nossos deveres!

É aqui que nos tornamos intocáveis

CUMPRIR ZELOSA E ESCRUPULOSAMENTE AS NOSSAS FUNÇÕES SENDO QUE EM PRIMEIRO LUGAR VEM A QUALIDADE DO NOSSO TRABALHO COM OS NOSSOS ALUNOS.

Fazemos tudo o que nos pedem, no local de trabalho, durante o horário que nos pagam, com as condições disponíveis, e elevando ao máximo a qualidade do nosso desempenho com os alunos.

Podem-nos exigir mais que isto?

Não, não podem!

É esta a única e possível bomba atómica que podemos, e que nos resta usar - O ZELO

Um abraço e divulguem o mais possível esta ideia

Pedro disse...

Caro anónimo (esta mania de não dizerem o nome é uma chatice!), agradeço-lhe a sua última opinião e permita-me comentá-la.
Em relação à primeira sugestão, concordo com ela e acredito que até deveria ser tomada quando todas as escolas fossem do género de algumas escolas de luxo que estão a construir por esse país fora. Mais parecem universidades, com gabinetes para tudo e mais alguma coisa, computadores, scanners, projectores e muito mais. Resta saber se vai haver dinheiro para pagar isso tudo e colocar tudo a funcionar. Tudo graças ao socratismo que tivemos e deixou o país à beira da bancarrota (Ái o que fui dizer!!!).
Mas, acredite que não me importava de passar 35 ou mesmo 40 horas semanais na escola e não trazer trabalho para casa.
A segunda sugestão advém da primeira e concordo inteiramente com ela.
Quanto à terceira sugestão já não concordo. Digo-lhe porquê? Como em todas as profissões, há bons e maus profissionais. Ora, a sua teoria levaria a que muitos colegas nossos (e olhe que, porventura não seriam tão poucos como se julga) se desculpassem com isto e aquilo para não fazerem as suas tarefas. A não ser que houvesse uma avaliação a sério. Mas, isso também daria para outro debate.
Por enquanto, a única bomba atómica que temos tem um nome: eleições. E o veredicto foi dado há um ano atrás.
Um abraço e volte sempre com esse estilo construtivo!!!

daniel tecelao disse...

Você ousa falar em avaliação?
Descaramento não lhe falta.
Por que é os profes não gostavam da Lurdinhas?
Conte aí!!!

Anónimo disse...

Uma avaliação séria... é só aquilo que queremos!

Onde a quem trabalha lhe é reconhecido o mérito.

E quando falo uma avaliação a sério, refiro-me a uma avaliação com base em todo o percurso profissional e não só a 2 aulas assistidas e um período de tempo que todos sabem qual é, sem stress e com tempo de «preparar o teatro»!

Acredito no registo biográfico e em inspecções aleatórias à sala de aula... um bom professor não tem medo disto de certeza.

Poderão dizer, e então se houver um azar nessa aula?

O azar não acontece em todas as aulas que, sem problemas aquele que é um bom profissional não teria receio de sugerir a observação de outras imediatamente a seguir!

Um abraço, Afonso