terça-feira, abril 26, 2005

O centro-direita no rumo certo...

PSD e CDS/PP têm novas lideranças e um longo e difícil caminho a percorrer no sentido de se afirmarem como rostos credíveis no panorama do centro-direita português. Tenho a firme convicção de que os novos líderes do PSD e do CDS/PP correspondem ao perfis que eram exigidos para que a oposição ao actual governo socialista seja efectiva e responsavelmente assumida.
Marques Mendes apresenta uma imagem de rigor e credibilidade, ao passo que Ribeiro e Castro, apesar de desconhecido de muita da opinião pública (o que poderá ser uma vantagem) se destaca pela sua postura conservadora, sem ser radical, e mais aberta à velha tradição centrista, de que o País carece.
Espero que esta nova frente de centro-direita saiba seguir o rumo da oposição credível e firme ao longo dos próximos quatro anos, para que em 2009 uma possível coligação PSD-CDS/PP apareça aos olhos do povo como uma realidade natural e não como uma construção artificial.
As primeiras provas de fogo serão já as próximas autárquicas, nomeadamente em Lisboa e no Porto, a que se irão juntar as presidenciais de Março de 2006. Será importante que PSD e CDS/PP se unam em torno de um mesmo objectivo. Entretanto, há que continuar a denunciar a forma silenciosa e passiva como o governo de Sócrates tem actuado e alertar o povo português para o perigo da influência do Bloco de Esquerda na desregulação de uma série de princípios que caracterizam a sociedade portuguesa: a defesa da vida, da responsabilização individual e da construção europeia...

quinta-feira, abril 21, 2005

Ser-se conservador é algum pecado?

A nomeação do Cardeal Ratzinger para Chefe da Igreja Católica tem suscitado os mais diversos sentimentos por parte da comunidade católica: enquanto que uns se rejubilam com a escolha, outros há que se sentem pessimistas quanto à possibilidade da Igreja não assumir uma posição mais reformista e de ruptura com o passado. Mas, o que tem tido destaque na comunicação social é a posição tomada por muitos dos que não sendo católicos, nem sequer crentes, gostam de ter uma opinião bem "audível" sobre este assunto. E estes têm afirmado vezes sem conta que Bento XVI apresenta uma postura demasiado conservadora para o mundo de hoje.
Ora, a pergunta que se impõe é a seguinte: será o conservadorismo um obstáculo ou defeito para se cumprirem os objectivos definidos no Evangelho? Será que para se promoverem os princípios da vida, da paz e do desenvolvimento equitativo entre os povos é necessário que tenhamos um Papa que entre em ruptura com as linhas estratégicas levadas a cabo pelo anterior Papa João Paulo II? Não creio...
Na entrevista que a RTP1 ontem emitiu com o novo Papa Bento XVI (realizada há pouco mais de uma semana, quando Ratzinger ainda não sabia da decisão do Conclave) vi um homem que tem como lemas o racionalismo e a doutrina da fé e que procura colocar um travão às pressões "liberalizantes" que muitos dos que não sendo católicos gostariam de "impingir" à Igreja Católica.
Como diz o povo: mais vale poucos mas bons, do que muitos e maus... E, é nesse sentido que a Igreja deve continuar o seu percurso: defender o rigor e a firmeza dos postulados católicos, apesar de se correr o risco em se avançar numa evangelização mais lenta e demorada do que a desejada...

segunda-feira, abril 18, 2005

No novo Papa interessa a pessoa e não a nacionalidade!

O início do conclave que irá dar origem à nomeação de um novo Papa tem sido envolto numa série de discussões e apostas à volta da nacionalidade daquele que irá estar à frente dos destinos da Igreja Católica nos próximos tempos. Penso que este tipo de especulações são supérfulas e pouco têm de racional. Há quem seja da opinião que a escolha do novo Papa esteja dependente de questões políticas... Não tenho esse ponto de vista. Considero que o Papa que irá suceder a João Paulo II não está refém da sua nacionalidade ou da sua cor de pele, mas sim da sua capacidade para liderar uma instituição que detém um peso considerável na procura da paz e do desenvolvimento humano entre os povos.
Mais do uma questão de lobbies ou política, o escolhido pelos Cardeais que agora se reúnem deve ter como característica principal o seu espírito de liderança e de persuasão junto do povo católico para continuar o trabalho desenvolvido por João Paulo II, no respeito pelos princípios da vida, da paz e do desenvolvimento.
Depois da decisão tomada falaremos sobre a escolha...

quinta-feira, abril 14, 2005

À grande e à francesa!!!

A inauguração da Casa da Música tem suscitado o debate sobre o grau de importância desta obra para o País e para a cidade do Porto. E, a verdade é que há quem defenda com unhas e dentes a dita Casa ou quem se incomode com o "desperdício" de tanto dinheiro público.
Eu sou dos que não rejubilam entusiasticamente com esta obra, mas também sou daqueles que consideram que no Porto já fazia falta uma verdadeira Casa da Cultura. O problema é que o equipamento que hoje foi inaugurado ultrapassa os limites do razoável em termos de dinheiro gasto e da qualidade estética urbanística. Claro que os gostos dificilmente se discutem, mas o insistir numa estratégia de contratar arquitectos "conceituados" para realizarem projectos que se baseiam apenas num gosto pessoal, sem a intervenção daqueles que depois irão usufruir do espaço construído, parece-se ser sinónimo de abuso e de puro egoísmo. E, o resultado é o que se vê: uma obra que obedece apenas a um cunho pessoal, ignorando, por completo, a opinião dos utilizadores do espaço...
Para mim é mais que óbvio: a Casa da Música pode ser considerada, a par de muitos outros edifícios culturais existentes no País, como um projecto alucinante (pela falta de estética), abusador (pelo dinheiro gasto) e que evidencia sinais de prepotência e de vaidade pessoal (pelo recurso a mais um arquitecto que apenas pensa em realizar uma obra que dê que falar pela sua ousadia). Ou seja, mais uma vez pensou-se à grande e à francesa...

segunda-feira, abril 11, 2005

PSD: um partido activo...

O PSD tem um novo líder e, do Congresso que ontem terminou, fica a clara ideia de que este é, de facto, um partido onde o salutar confronto de ideias e de propostas não impede que eleita a direcção, os militantes, dos mais conhecidos até aos anónimos de base, coloquem o País à frente das normais divisões internas. Claro que existem sempre excepções, mas são elas que confirmam a regra...
Deste Congresso sai um PSD mais forte e unido em torno do seu novo líder e pronto a fazer o que se espera do principal partido da oposição: avaliar o trabalho do Governo, alertar os portugueses para os perigos da inércia reformista que costuma caracterizar os Governos do PS e avançar com as propostas coerentes e sérias de que o País tanto necessita.
A vitória de Marques Mendes não foi tão robusta como muitos anunciavam, mas também não o tinha que ser, visto que o PSD sempre foi um partido pouco unanimista em tempo de Congressos. Esta é, aliás, a força do PSD: a frontalidade, o debate, a controvérsia e a liberdade de expressão, que se transformam em união de esforços quando o País precisa do PSD.
Marques Mendes terá um longo e difícil caminho a percorrer pela frente, sendo que António Borges aparece como uma alternativa credível no caso do novo líder não conseguir entrar no "coração" e "razão" do povo português. Menezes foi uma agradável surpresa em termos de votos conquistados no Congresso, mas não creio que tenha uma segunda oportunidade como a que teve agora para fazer passar a sua proposta.
O PSD muda de rumo e o País é quem mais fica a ganhar. Caso o Governo PS insista na atitude passiva e amorfa de fazer de conta que não governa, o PSD cá estará para relembrar os portugueses das promessas não cumpridas por Sócrates...

quarta-feira, abril 06, 2005

A minha escolha...

No próximo fim-de-semana irá realizar-se um dos Congressos do PSD mais importantes de sempre na vida interna do partido. Dois candidatos perfilam-se a alcançar a liderança do partido: Marques Mendes e Luís Filipe Menezes. Considero-os pessoas bastante diferentes uma da outra e com ideias distintas sobre o partido e o País, o que constitui uma vantagem para este Congresso. De facto, aquele que for eleito líder do PSD irá personalizar o rumo que os militantes querem dar ao partido: continuar o rumo de centro-direita, que sempre caracterizou o PSD e que é defendido por Marques Mendes ou fazer uma inversão para o centro-esquerda, como pretende Menezes.
Penso que o PSD deverá seguir a linha de rumo que quase sempre caracterizou o partido, numa lógica de centro-direita reformador e com ideias, tanto liberais no respeitante à economia, mas também defensoras de uma preocupação social assente no aumento da riqueza, por forma a distribuí-la a bem da população... Neste sentido, acho que Marques Mendes é aquele que, neste momento, está melhor colocado para assumir a liderança do partido, além de que Menezes apresenta de uma série de handicaps: a sua instabilidade emocional, a sua falta de carisma e a sua ambiguidade e volte-face em muitas matérias. Aliás, Menezes já provou que tem capacidades para a vida autárquica, mas não para se assumir como líder da oposição de um Governo maioritário. Pelo contrário, Marques Mendes está habituado a combates parlamentares, local onde o PSD, ao longo dos próximos quatro anos, terá que desempenhar uma importante função de alerta para o rumo que o PS irá dar ao País...
Por estas razões apoio Marques Mendes à liderança do partido. Quanto a ser o futuro candidato do PSD a Primeiro-Ministro nas próximas eleições legislativas a conversa é outra, e até lá o tempo será fértil em novos acontecimentos da vida interna deste grande partido que é o PSD.

sexta-feira, abril 01, 2005

Um exemplo para todos...

Já há algumas semanas que pretendo escrever um artigo sobre o Papa e o estado actual da Igreja Católica mas, por esta ou aquela razão, este propósito tem vindo a ser adiado. Enfim, desculpas de mau pagador, como costuma dizer o povo...
No entanto, as últimas notícias que têm vindo a público sobre o debilitado estado de saúde do Papa obrigam-me a que escreva umas breves palavras a propósito do exemplo que este homem tem dado ao mundo nos últimos tempos, no sentido de fazer passar a mensagem de coragem a uma sociedade que, cada vez mais, esquece os mais fracos, nomeadamente, os idosos. Num tempo que vive o imediato, se centra no materialismo e vai atrás do facilitismo, a atitude de João Paulo II em mostrar e não esconder o sofrimento de que o ser humano não pode escapar quando a doença se apodera de nós constitui a prova de que esta Igreja continua a ter como postulado basilar a defesa da vida humana, por muito que qualquer razão "deturpadora" a tente desprezar.
O momento que marcará um novo rumo na Igreja Católica estará, por certo, dependente da hora em que João Paulo II deixe de ter condições (sobretudo intelectuais) para conduzir os destinos desta Igreja. Tanto pode ser amanhã como daqui a meses ou anos, pois a vida humana a Deus pertence e só Ele sabe quando a caminhada chega ao fim... No entanto, esperemos que os católicos consigam perceber que esta é apenas mais uma etapa normal da história da Igreja Católica. De qualquer forma, este Papa será, para sempre recordado, como aquele que mais defendeu a vida humana acima de quaisquer interesses carnais ou materialistas. A cultura da vida ficará como a sua principal herança!