domingo, abril 25, 2004

Dias de angústia...

Os últimos dias têm sido terríveis para mim e para a minha esposa (principalmente para ela). A perda de um filho, ainda no ventre da mãe, mas já motivo de muito amor e carinho, não é de fácil superação. Nestes momentos de profunda tristeza e dor, tudo o resto é motivo de desinteresse... Mas, a vida tem de continuar, na certeza de que o Pedrinho ficará para sempre no nosso coração!

segunda-feira, abril 19, 2004

A maior riqueza é o conhecimento...

Iniciou-se hoje o terceiro período de aulas nas escolas portuguesas. Um período que costuma ser o mais curto, mas também o mais angustiante para alunos e professores. Por um lado, estão os bons alunos, cujas provas globais e exames nacionais irão constituir testes decisivos às suas capacidades para uma possível subida das notas finais. Por outro, lá teremos que aturar aquele conjunto de alunos que, tendo obtido péssimos resultados nos períodos anteriores, vão para este último período de aulas apenas para chatear a cabeça dos professores... Para estes casos (e hoje apareceram-me na escola onde lecciono alguns que tiveram mais de oito negativas no período passado!), cada vez mais me convenço que só com medidas que responsabilizem os pais pelas atitudes dos seus educandos é que se poderia acabar com esta mediocridade nacional que constitui o insucesso escolar.
Mas, este dia deve ser lembrado, não como de mais um regresso às aulas, mas sim como o dia em que foi dado mais um passo para que Portugal se desenvolva cada vez mais em termos do conhecimento e da cultura... Depois do apoio concedido ao regresso de investigadores portugueses ao nosso país, a inauguração da Biblioteca do Conhecimento On Line, que coloca à disposição dos investigadores portugueses 3.500 revistas científicas internacionais, é a prova da aposta deste Governo na investigação e na educação.

Declarações que deveriam valer a prisão!

A entrevista a Omar Bakri Mohammed, fundamentalista islâmico e ferveroso adepto do terrorismo, que a revista Pública edita na edição de ontem do jornal Público, deveria ser lida por todos aqueles que têm adoptado uma postura moderada e comedida relativamente aos grupos terroristas ligados ao Hamas e à Al-Qaeda.
O que esta criatura demonstra é um total desrespeito pelo valor da vida, afirmando coisas monstruosas, que lhe deveriam, no mínimo, valer um mandato de captura judicial e consequente julgamento em tribunal por fomento de actos terroristas. A verdade é que, se esta coisa vivesse em Israel, já teria tido o mesmo destino dos seus amigos Yassin e Rantissi. Por isso mesmo, optou por se fixar em Londres e incentivar a maldita "Jihad islâmica"...
Deixo apenas aqui alguns exemplos das barbaridades proferidas por esta coisa:

Pergunta: Os atentados de 11 de Setembro foram legítimos?

Resposta: Claro que sim. A América atacou o Afeganistão, a Somália, o Sudão, o Iraque, apoia regimes ditatoriais nos países árabes, estacionou tropas em território muçulmano. Há o direito de retaliar. Al-Qaeda atacou a América. É a acção e a reacção. Vocês são terroristas, nós somos terroristas. O terrorismo é a forma de agir do século XXI.

Pergunta: Mas o que pode justificar matar deliberadamente milhares de civis inocentes?

Resposta: Nós não fazemos a distinção entre civis e não civis, inocentes e não inocentes. Apenas entre muçulmanos e descrentes. E a vida de um descrente não tem qualquer valor. Não tem santidade.

Pergunta: Mas havia muçulmanos entre as vítimas.

Resposta: Isso está previsto. Segundo o Islão, os muçulmanos que morrerem num ataque serão aceites imediatamente no paraíso como mártires. Quanto aos outros, o problema é deles. Deus mandou-lhes mensagens, os muçulmanos levaram-lhes mensagens, eles não acreditaram. Deus disse: "Quando os descrentes estão vivos, guia-os, persuade-os, faz o teu melhor. Mas quando morrem, não tenhas pena deles, nem que seja o teu pai ou mãe, porque o fogo do Inferno é o único lugar para eles".

sexta-feira, abril 16, 2004

O que fazer com a prostituição?

Assisti hoje, no canal Odisseia, a um documentário sobre o fenómeno da prostituição em diversos países da Europa, com destaque para o caso da Holanda, onde a prostituição é legal. Este é um fenómeno social que não considera fronteiras e, sendo considerado, meio a brincar, meio a sério, como a mais antiga profissão do mundo, não é de fácil resolução.
Em Portugal, há quem defenda a legalização deste flagelo, com destaque para os partidos mais radicais de esquerda, por forma a, segundo eles, conceder uma melhor segurança ao nível da saúde das mulheres que optaram por dar este rumo à sua vida. Por outro lado, afirmam os defensores desta medida, o índice das doenças sexualmente transmissíveis, com destaque para a SIDA e a hepatite C, teria uma quebra considerável com a legalização da prostituição.
Ora, depois de ter visionado o referido documentário no canal Odisseia, onde reparei que as "trabalhadoras do sexo" na Holanda são tratadas como um simples meio de fazer dinheiro para os empresários legais que as colocam em cotação numa espécie de bolsa de valores do sexo, reforcei ainda mais a minha opinião de que legalizar a prostituição é um perigoso caminho a tomar, tanto ao nível da dignificação da condição feminina, como no que concerne a um conjunto de ideais e valores que o Estado tem como função preservar e fomentar.
A verdade é que a prostituição, legalizada ou não, consiste numa forma extrema de discriminação sexual. Legalizar este tipo de violência feminina retiraria qualquer tipo de liberdade às mulheres, bem como os seus direitos de cidadania, abrindo as portas a um tipo de comércio que, actualmente, é considerado ilegal e tratando as mulheres como uma simples mercadoria e objecto de satisfação para aqueles que têm poder de compra. Se as mulheres se podem transformar numa comodidade legitima para quem as procura, então é-lhes atribuída uma cidadania de segunda categoria. Legalizar uma situação destas é deturpar o próprio princípio da democracia.
Ora, é, no mínimo contraditório, assistir-se ao discurso de uma esquerda que, ao mesmo tempo que combate, desenfreadamente, a liberalização da economia e o comércio internacional sem fronteiras, vem apelar à legalização de um fenómeno que transforma as mulheres numa simples mercadoria transacionável de forma lícita... Mas, mais estranho foi ver a JSD ter vindo, em tempos atrás, defender esta medida. Felizmente que o PSD soube pôr os laranjinhas na ordem... Mas, quem abrirá as consciências da esquerda radical portuguesa?
Solução para o problema: instruir e educar a população dentro dos valores e princípios da verdade e do respeito, combatendo toda a espécie de fenómeno que fomenta o tráfico de seres humanos...

quinta-feira, abril 15, 2004

Revolução com evolução...

Nos últimos dias, muito se tem discutido sobre o teor dos cartazes espalhados um pouco por todo o país, onde se faz referência aos trinta anos que passam sobre o 25 de Abril de 1974, referência essa acompanhada do termo "evolução". Ora, a esquerda não gostou que se retirasse a consoante "r" ao termo revolução, e logo veio dizer que a direita quer menorizar toda a envolvência histórica que deve ser dada à Revolução do 25 de Abril...
A este propósito, o editorial do Público de hoje, escrito por José Manuel Fernandes, dá, como se costuma dizer, "uma no cravo e outra na ferradura", abarcando a ideia de que o 25 de Abril foi, efectivamente, uma revolução que permitiu a evolução e progresso do nosso país, o que torna inócuo qualquer debate que tenha lugar sobre esta questão...
Ora, é esta ideia que a esquerda deveria compreender e assimilar, por forma a entender que, para todos aqueles que não viveram o 25 de Abril (e é sobretudo aos jovens que deve ser dirigido o teor dos ditos cartazes), considerar esta data como a porta de saída da ditadura e da censura, que permitiu o desenvolvimento de Portugal, é, de facto, interligar a revolução à própria evolução. Retornar às velhas ideologias maçadoras e nada atractivas para a juventude portuguesa seria comemorar o 25 de Abril, retrocedendo no tempo e fechando os olhos ao futuro...

quarta-feira, abril 14, 2004

Dialogar com moderados? Claro que sim...

Depois da disparatada ideia de Soares, de que se deveria dialogar com terroristas, já ter caído em saco roto, chega-nos agora a notícia de que os EUA solicitaram o apoio ao Irão, país que se tem vindo a "reconverter", aos poucos, ao Ocidente, a fim de que este possa ajudar à resolução do conflito iraquiano. Esta boa nova surge depois de Freitas do Amaral, num excelente artigo publicado na revista Visão, ter criticado Soares, defendendo a ideia de que o Ocidente deve "estender a mão aos árabes moderados", combatendo "apenas os radicais".
Ora, o que Bush e Blair têm vindo a fazer é, precisamente, separar o trigo do joio, apoiando as Nações que recuaram nos arsenais nucleares e que começam a dar sinais de que caminham para uma gradual democratização, ao mesmo tempo que não dão tréguas a todos aqueles que defendem o terrorismo como forma de aniquilar o Ocidente.
Por outro lado, o emissário da ONU para o Iraque afirmou hoje que tudo se prepara para que no próximo dia 30 de Junho se processe a transferência de poderes para as autoridades iraquianas e que as primeiras eleições livres e democráticas podem ocorrer já em Janeiro de 2005. Nem tudo são más notícias...

segunda-feira, abril 12, 2004

De leitura obrigatória para bloquistas...

Na revista Visão desta semana é publicada uma excelente entrevista a Tony Anatrella, padre e psiquiatra francês, que deveria ser de leitura obrigatória para todos aqueles que tem uma postura libertária em termos de valores e ideais pelos quais se deve reger uma sociedade civilizada. Refiro-me, nomeadamente, aos simpatizantes e militantes do Bloco de Esquerda, que tendem a sofrer de um síndrome gravíssimo, que é confundir o conceito de liberdade com o de libertinagem.
A referida entrevista incide sobretudo no tema da toxicodependência e no perigo que seria caso partíssemos para a legalização das drogas, como defende o Bloco de Esquerda. Afirma Anatrella e, muito bem que, "legalizando a droga, não é o produto que fica liberalizado, mas sim as razões que levam ao consumo que ficam validadas".
Ora, é precisamente aqui que residem os perigos de se legalizarem comportamentos que, em nada contribuem para a construção de uma sociedade valorativa, responsável e respeitadora dos princípios mais básicos da vida humana. Comportamentos ignóbeis como a legalização do consumo de drogas, da prostituição ou dos casamentos entre homossexuais devem ser totalmente rejeitados pelo Estado, se este tiver como preocupação a promoção de uma verdadeira atitude consciente, firme e responsabilizadora na sociedade em geral e, na juventude, em particular.
Numa palavra: a liberdade só se atinge com a pedagogia da exigência e não com a teoria do "Deus dará"...

sábado, abril 10, 2004

Confundir democratização com extremismo...

Manuel Carvalho escreve hoje no Público um editorial com o título "A Derrocada da Nation Building", onde defende a ideia de que as nações livres e democráticas não têm qualquer legitimidade para desencadear políticas externas que levem à democratização do mundo árabe ditatorial e embrião das formas mais diversas do terrorismo actual emergente.
Afirma o jornalista que "o conceito de "nation building" não passa de uma ideologia extremista, uma combinação perigosa de messianismo com voluntarismo, que é completamente destituída de qualquer sentido da História". Ora, penso que com esta argumentação, apoiada no medo e no voltar costas ao medievalismo político em que está subjugado grande parte do mundo árabe, só engrandece os próprios terroristas, dando-lhes razão na afirmação por eles proferida de que "não queremos cá ninguém na nossa casa" (como se a casa deles fosse um antro de paz, democracia e liberdade).
Será que as nações mais desenvolvidas do mundo, onde a democracia e a liberdade são conceitos adquiridos, não têm a legitimidade de, em nome da segurança de um mundo cada vez mais globalizado e da defesa do combate à pobreza em que (sobre)vive a população árabe (pobreza essa que fomenta o ódio ao mundo ocidental), dizia, não têm a legitimidade de orientar políticas que levem à democratização do mundo árabe? Para mim, essa legitimidade é total... De facto, penso que, tal como aconteceu na Europa Ocidental, após a 2ª Guerra Mundial e na Europa de Leste após a queda do muro de Berlim, já para não falar dos casos do Japão ou da África do Sul, a melhor forma de se garantir um mundo mais pacífico e menos desigual em termos de desenvolvimento humano é, precisamente, através da criação de condições de fomento da democracia e da liberdade nos países onde reina a ditadura e a censura.
O exemplo do Iraque poderá ser o princípio de um processo de democratização de uma região do mundo onde a falta de uma educação dos jovens assente em pilares tão básicos como a democracia e a liberdade, tem levado ao fortalecimento do fundamentalismo islâmico e do ódio ao Ocidente. Urge, agora, travar esta batalha, para que as próximas gerações possam viver num mundo mais pacífico e harmonioso...

quinta-feira, abril 08, 2004

O orgulho de ser-se beirão (um apontamento dedicado aos naturais da Beira)

Fui ontem assitir a uma conferência que tinha como tema "Estará a desertificação a ameaçar a identidade beirã?", realizada no âmbito do ciclo de conferências "Olhares Cruzados Sobre Viseu", promovido pelo Público e pela Câmara Municipal de Viseu. O debate teve como conferencistas o fotógrafo Homem Cardoso e o antropólogo João Pereira Neto. Certamente que os impulsionadores deste ciclo de debates tiveram como fundamento para convidar estes interlocutores os objectivos de dar a conhecer a visão de alguém que, como fotógrafo e artista da imagem, poderia abordar a evolução da paisagem beirã, assim como a visão de um estudioso das relações humanas, que poderia evidenciar algumas especificidades culturais que o beirão poderá ou não ter.
A verdade é que o dito debate foi, quanto a mim, uma completa desilusão. Por um lado, Pereira Neto fez uma abordagem, mais da identidade portuguesa do que propriamente do ser-se beirão, tendo extrapolado uma sua experiência pessoal para elogiar de forma simpática a identidade beirã. Por outro lado, Homem Cardoso revelou-se uma competa "seca", tendo estado durante quase uma hora a contar histórias da sua vida pessoal, como se isso contribuísse em alguma coisa para o tema em questão. É o que dá quando se convidam figuras que pouco sabem do que realmente é o sentimento beirão...
Como beirão que sou senti-me completamente defraudado com a dita conferência... E, o que é isto de ser-se beirão? Muito simples... É o sentimento de pertença a um território com o qual as afinidades são enormes. Tal como o alentejano tem orgulho em pertencer ao Alentejo e o minhoto ao Minho, o beirão identifica-se, por completo, com a Beira. Especificidades de ser-se beirão? Sinceramente, tirando a legítima pertença territorial, não vejo nenhuma em especial... Vir dizer que é mais trabalhador ou mais bruto não tem, quanto a mim, nenhuma lógica... Quanto à questão da desertificação (noção utilizada de forma errada para o processo de despovoamento humano), esta é uma realidade que afecta, sobretudo, as aldeias e o mundo rural em geral e não, propriamente, cidades de média dimensão, como Viseu, Covilhã ou Guarda. Estas têm conseguido suster a migração para o litoral, com base na diversificação dos sectores económicos, mas também (infelizmente) graças à captação de população que vivia nas aldeias circundantes.
Contudo, penso que a identidade beirã não está em risco de sucumbir. O grande risco está, sobretudo, no abandono do meio rural e na perda das tradições e costumes mais antigos que caracterizavam o beirão. Mas, esta é uma realidade que afecta todo o país e para a qual a solução está, por exemplo, no impulsionamento das aldeias históricas e na concretrização de medidas que visem defender a cultura tradicional das diversas regiões portuguesas.

terça-feira, abril 06, 2004

Responsabilizar os pais...

O Governo aprovou, hoje, em Conselho de Ministros, o Plano Nacional de Prevenção do Abandono Escolar, com o objectivo de reduzir para metade as taxas de saída precoce do sistema de ensino português. Para tal, o Governo pretende revitalizar o ensino técnico e profissional, criar uma rede de 15 a 20 escolas tecnológicas de referência, instituir em todas as escolas a figura do tutor escolar e dar maior importância ao papel dos pais, através da criação do programa Pais na Escola.
Penso que estas medidas são positivas, no sentido de diminuir o abandono escolar. Contudo, só com um real empenhamento dos pais na vida escolar dos seus filhos se poderá combater este flagelo que fere o estado do educação em Portugal. Seria bom que os pais dos alunos que andam na escola apenas para passar tempo e não terem que ir trabalhar fossem "coercivamente" alertados para a situação escolar dos seus educandos, pois, geralmente, os encarregados de educação que menos vezes vão à escola saber da situação escolar dos seus filhos, são, precisamente, os dos alunos mais problemáticos em termos de comportamento e, consequentemente, de aproveitamento. Ainda por cima, estes alunos desestabilizadores costumam arrastar consigo outros alunos, prejudicando o normal rendimento escolar das respectivas turmas.
Para quando a apresentação de medidas que, realmente, possam acordar os pais para o percurso escolar dos seus filhos, como o corte do abono de família ou a aplicação de multas, como acontece já no Reino Unido, relativamente aos alunos que andam na escola em regime de "passatempo"? É que a educação começa em casa...

segunda-feira, abril 05, 2004

Só cá faltava esta!

Depois de, ontem, a SIC ter seguido o caminho da TVI ao emitir uma reportagem sobre os problemas que os adolescentes homossexuais enfrentam no seu dia-a-dia, como se todos os outros jovens fossem imunes a problemas de relacionamento com os pais ou colegas, soube pelo Público que um grupo empresarial de comunicação dos EUA pretende lançar, com o apoio de grupos gays, um canal de televisão destinado ao público homossexual. Vejam bem, esta é a prova mais que provada de como os grupos que se dizem defensores da condição gay, são os primeiros a fomentar a segregação e a sua auto-discriminação... Imagine-se o que seria se, agora começassem a surgir canais de televisão destinados só a pessoas de uma determinada condição sexual, raça ou grupo social...
Se a moda pegar cá em Portugal, esta é a prova de como os homossexuais são os primeiros a defender a "catalogação" das pessoas em função da sua condição sexual, o que deita por terra qualquer tipo de credibilidade quando as associações de gays vêm com a conversa da exigência de igualdade de direitos. Ora, os próprios gays são os primeiros a considerarem-se diferentes. Deste modo, se os gays querem um mundo só deles, com canais de televisão, rádio, jornais e, provavelmente, até escolas e hospitais apenas destinados aos que têm a sua condição sexual, não me venham com conversas de homofobia e discriminação... Tomem é juízo!

sábado, abril 03, 2004

A urgência de reformar as políticas de defesa

Depois de no dia 11 de Setembro de 2001 se ter aberto uma nova realidade em termos de insegurança internacional, com o dealbar de uma nova forma de terrorismo que apela à luta contra tudo o que diga respeito a um pensamento tido como ocidentalizado, e com os recentes episódios de Espanha (o último ocorrido ontem) urge reformar as políticas de defesa e segurança nos países ocidentais, com destaque para os da UE.
No caso português, mais importante do que se gastarem dinheiros públicos em submarinos, aviões F16 ou tanques, urge investir os recursos destinados à defesa nacional em verdadeiras políticas de segurança interna, que compatibilizem a defesa da liberdade individual dos cidadãos com o reforço da vigilância e da investigação criminal, por forma a combater esta nova realidade terrorista, que sobrevive à custa do fanatismo cego e do ódio ao Ocidente... Só com uma aposta forte nas polícias de investigação, nos serviços de informação e na cooperação entre democracias é que se poderão anular os efeitos desta nova forma de guerra, que por ser invisível é mais difícil de combater... Claro que a questão palestiniana é fulcral nos dias de hoje, tal como o combate à fome e à pobreza no Terceiro Mundo, mas face à realidade actual, resta-nos, nos próximos tempos, "jogar" à defesa...

sexta-feira, abril 02, 2004

A verdade sobre o Bloco...

No Público de hoje, José Manuel Fernandes, escreve sobre o partido menos representado na Assembleia da República, mas que tem uma intervenção junto dos meios de comunicação social em geral, como se de uma grande força partidária se tratasse. Haverá algum dia em que não tenhamos que aturar com as afirmações inflamadas e cheias de ironia e sarcasmo de Francisco Louçã ou de Fernando Rosas na SIC Notícias, no Fórum TSF ou em grande parte da imprensa escrita diária?
Finalmente que alguns dos comentadores políticos da nossa praça começam a tirar o capote de cordeirinho com que os bloquistas se escondem...
Numa época em que grande parte da opinião pública portuguesa parece estar algo desanimada com este Governo, convém alertar os mais distraídos quais as ideias que o BE defende, não vá este partido conseguir angariar votos daqueles cidadãos que não têm força política definida ou que querem, pura e simplesmente, deitar o voto num qualquer partido da oposição, em prol do tão falado cartão amarelo ao Governo.
Pois bem, o Bloco de Esquerda é um partido que fala muito em liberdade, mas que se esquece que não se deve confundir liberdade com libertinagem. E, a verdade, é que estes senhores defendem, entre outras ideias, a liberalização do aborto, a liberalização das drogas, a possibilidade de haver casamentos entre homossexuais, a possibilidade dos gays adoptarem crianças, a existência de máquinas de preservativos nas escolas públicas (como se tratassem de rebuçados), etc, etc... Enfim, defendem muitas das realidades existentes para as quais os verdadeiros democratas tiveram que lutar para termos uma sociedade equilibrada e civilizada, regulada por valores tão importantes como a vida, a família e a responsabilidade cívica...

quinta-feira, abril 01, 2004

O "endeusamento" da greve...

Nos tempos que correm, quando algum grupo social ou classe profissional, se sente prejudicada em matéria de direitos, regalias ou privilégios, opta, geralmente, com a anuência dos sindicatos ou associações representativas, pelo acto da greve. Ou seja, cada vez mais se banaliza a paralisação laboral como pseudo-solução para os problemas que os grevistas consideram afectar as suas vidas...
Vem isto a propósito da greve nacional que os estudantes do ensino superior público realizam hoje. Com jovens deste calibre (felizmente são uma minoria), que se servem de um direito que deveria ser utilizado em última instância, como se a greve fosse o equivalente a mais uma "party universitária", que poderemos esperar daqui a uns anos, quando estes jovens fizerem parte da população activa portuguesa? Felizmente que estas greves costumam ter uma adesão fraquíssima, mas com dirigentes associativos que mais parecem sindicalistas da CGTP, a realidade sindical portuguesa parece não ter hipóteses de sair do obscurantismo latente em que está envolto...