terça-feira, agosto 29, 2006

Portugal em bicos dos pés...

Sinceramente, não consigo perceber a vontade desenfreada que impera na esfera do poder político português no sentido de forçar a comunidade internacional a conceder um "lugarzinho" nas chamadas operações de manutenção(?) de paz às nossas forças militares. Depois do Kosovo, da Bósnia, de Timor e do Afeganistão, agora é a vez do Líbano...
Num período em que deveria imperar a contenção de despesas (é o próprio Governo quem o afirma) é, no mínimo, aburdo e contraditório ver a figura que Portugal faz ao quase implorar para que seja chamado a contribuir na força da ONU que irá intervir no Líbano. Alias, só nesta intervenção poderão ser gastos, à custa daqueles que pagam impostos, mais de 10 milhões de euros. Outro número a reter: só este ano Portugal irá despender quase 90 milhões de euros com 816 militares em missões no estrangeiro. Não será um exagero???
Não sou como os comunistas ou bloquistas que recusam qualquer intervenção de Portugal em missões de paz. Mas, nem tanto à terra e nem tanto ao mar... Há que ter bom senso e Portugal bem que poderia, desta vez, ficar de fora desta intervenção no Médio Oriente. Ainda por cima, a mesma reveste-se de contornos bem mais delicados...

sexta-feira, agosto 25, 2006

Ano (lectivo) novo, vida nova...

Escrevo no dia em que a nossa pequenota faz oito meses de vida fora do ventre da mãe. Todos os meses tenho aqui vindo recordar esse dia maravilhoso que foi o dia de Natal da nossa Diana.
Aproxima-se um novo ano lectivo, e com ele, aguardam-nos mudanças e novidades. Desde logo há o facto da nossa filhota ir para o infantário, visto que chegou ao fim o tempo de estar com a mãe. Esta nova experiência não vai ser fácil para nenhuma das duas, isto porque a mãe se habituou durante este tempo todo a uma rotina e estilo de vida que foi do seu agrado, tendo que agora confiar no profissionalismo de outras pessoas para tomarem conta da filhota, mas também não será fácil à Diana, de um momento para o outro, ter de se acostumar a novos horários, novos ambientes, novos espaços... Até eu, certamente, acharei estranho esta nova rotina de a "ir deixar e trazer" do infantário.
Esperemos que tudo corra pelo melhor. Acredito que apenas os primeiros dias serão difíceis de ultrapassar e logo estaremos todos habituados à nova rotina de um novo ano lectivo para todos. A Diana está a progredir da melhor maneira e já lhe apareceram dois dentinhos à frente. Continua cheia de genica e adora passear pela rua. Agora que vai conhecer novos amigos na sua "nova" casa, espera-se que evolua ainda mais depressa.
Entretanto, há que começar a preparar o novo ano lectivo. Já me desloquei à escola para aceitar a colocação para os próximos três anos lectivos e pedi para que não entre em nenhum dia às 8.20 H. para, assim, poder ir levar a Diana ao infantário. A ver vamos no que vai dar este pedido. Também já sei os anos de escolaridade a que vou leccionar: 7º, 8º e 11º anos, o que é do meu agrado. Agora só há que esperar por Setembro para começar mais um ano lectivo a todo o vapor...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Que sistema é este???

Depois de umas férias intercaladas passadas entre as regiões de Fátima, Covilhã e Minho, eis que se aproxima o dia de novamente voltar ao trabalho. Finalmente chegou o ano dos professores poderem saber com um pouco mais de antecedência qual a escola para onde irão trabalhar, desta vez por um período de três anos, o que será positivo para os alunos, mas nefasto para muitas famílias de professores. Pessoalmente, não me posso queixar da minha colocação, visto ter ficado na escola que coloquei como primeira opção...
Embora ainda em período de férias há que começar a organizar um novo ano lectivo. Leio os jornais, como habitualmente faço e o que vejo? "Endividamento das famílias cresce, mal-parado desce" e "Empréstimos sobem num ano 14 mil milhões". Pois é, a dependência das famílias portuguesas face aos bancos não pára de crescer, sobretudo no caso dos casais mais jovens. Há que comprar casa e carro e os empréstimos parecem a solução...
A propósito, se há coisa que considero um absurdo é o sistema de subida de escalão assente no avanço da idade. Digo isto por uma razão muito simples... Onde está a justiça deste sistema cego? Respondam-me à seguinte questão: quando é que o dinheiro faz mais falta a uma família? No início da sua vida profissional, quando tem de comprar casa e carro e ter as despesas com a saúde e educação dos filhos (escola, livros, etc.) ou quando já se está a caminho da idade da reforma, com a casa e o carro pagos e os filhos já despachados? A resposta é mais que óbvia. Por isso, nunca concordei com este sistema que, por exemplo no caso dos professores, permite salários de 2000 Euros limpos a um docente com 50 anos de idade, enquanto que um professor em início de carreira e a constituir família recebe um ordenado de pouco mais de 1000 Euros. A minha proposta seria a de todos receberem por igual: a igual serviço, o mesmo salário, havendo depois a hipótese de existirem complementos financeiros para os que melhor desempenhassem a sua função...
Enfim, mais uma das muitas contradições dos tempos modernos!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Três anos depois...

Faz hoje três anos que eu e a Salete casámos. O tempo passa e, com o nascimento da nossa Diana em Dezembro último, já somos três cá em casa. Esperamos não ficar por aqui e podermos dar à nossa pequenota um irmão (ou irmã)...
Fazendo um pequeno balanço de como decorreram estes anos depois do nosso casamento, não tenho dúvidas de que valeram a pena. Apesar dos normais "desaguisados" que qualquer casal tem, a verdade é que temos sido felizes, ainda mais depois da Diana nos ter vindo fazer companhia.
Casamento sem filhos não faz mesmo sentido. É nestes momentos que penso no sofrimento daqueles que desejando ter filhos não conseguem alcançar tal objectivo. E, ironia das ironias, cada vez sabemos de mais histórias de pais que o não mereciam ser... Enfim, são as tais contrariedades da vida.
Nestes três últimos anos temos assistido à união e desunião de casais nossos amigos. Como se costuma dizer "a vida de casado não é fácil". Mas, quando duas pessoas se conhecem bem, se amam e se entregam uma à outra, todos os problemas se tornam em desafios que urge serem ultrapassados.
Espero daqui a três anos poder escrever neste blogue um novo artigo recordando o nosso dia de casamento, se possível com a família ainda mais alargada, pois não queremos que a Dianinha seja filha única.
Obrigado Salete e Diana por me fazerem (ainda) mais feliz a cada dia que passa...

domingo, agosto 13, 2006

Que Portugal queremos ter?

Comemora-se hoje o "Dia Internacional da Juventude", num tempo em que debater o ser-se jovem equivale a termos que nos debruçar sobre uma série de problemáticas. Desde logo, convém termos bem presente que em Portugal, assim como em toda a Europa, os jovens são cada vez menos, dependem mais dos pais até mais tarde, casam menos, divorciam-se mais e têm menos filhos, chegando estes em idades muito mais tardias. Esta situação comporta sérias dúvidas sobre a renovação de gerações e a própria capacidade de um povo para ser dinâmico, audaz e minimamente sustentável.
Dou apenas um exemplo: vejamos o que se passa no Japão. Obcecados nas últimas décadas com o crescimento e o desenvolvimento económico do seu país, a maioria dos japoneses investiu muito da sua vida na procura de um nível de vida elevado. Assim, o trabalho sobrepôs-se à família, tendo-se chegado a uma situação em que, em média, cada mulher japonesa em idade fértil tem apenas 1,25 filhos (índice de fecundidade). Ora, com a esperança média de vida mais elevada do planeta (82 anos), os japoneses andam agora a desesperar, tentando responder à questão de quem vai sustentar as crescentes legiões de pensionistas!!!
Por cá, continuamos a ter um Governo que pouco parece preocupar-se com as famílias numerosas, não assumindo uma verdadeira política natalista. Outros países com problemas semelhantes ao de Portugal, já abriram os olhos e investem em medidas que promovam a natalidade. Dou apenas o exemplo da Alemanha, onde a partir de 2007, aqueles que decidirem ficar em casa, para criar os filhos, receberão dois terços do salário até um máximo de 1800 Euros. Em vez de terem rendimentos mínimos garantidos, que apenas promovem a precariedade e a miséria, os alemães investem na sustentabilidade, salvaguardando o direito à família daqueles que com o seu trabalho e devidos impostos contribuem para as finanças do país.
Se a situação não se inverter rapidamente correremos o sério risco de termos um país de "velhos" (muitos deles sem as mínimas condições de vida, visto as reformas serem reduzidas), dependente da imigração para que haja crianças e onde os jovens "cérebros" nacionais tendem a emigrar à procura de melhores condições de vida.

sábado, agosto 05, 2006

Israel vs Hezbollah

Com quase um mês de ataques e contra-ataques infligidos entre um exército de um país democrático e uma milícia terrorista que anseia pela destruição de um Estado soberano, quem mais tem sofrido é, como acontece sempre neste tipo de situações, a população civil que não consegue escapar às bombas... Mas, há que distinguir duas situações bem diferentes: a de uma população que, na sua generalidade, se mostra ignorante, iletrada e, talvez por isso, defensora de um movimento terrorista e uma outra população que se rege pelo princípio da democracia e da estratégia do ataque em legítima defesa. Digo isto porque a comunicação social (e a televisão em particular) permite que possamos diferenciar aqueles que dão "guarida" a guerrilheiros terroristas que combatem sob o escudo de uma população civil subjugada e sem liberdade de opinião dos que, refugiando-se em esconderijos subterrâneos esperam pelo dia de voltarem a ver a luz do sol na sua terra...
Como seria a nossa reacção se estivéssemos cercados por um conjunto de Estados assentes em democracias "fantoches" e patrocinadores de grupos terroristas cujo único sentido de existência fosse a procura da aniquilação do nosso Estado soberano? O que faríamos se soubéssemos que a cada esquina de uma qualquer rua poderia estar um terrorista para colocar uma bomba no autocarro por que esperávamos? Qual a nossa resposta ao sabermos que dois soldados foram raptados para serem mortos de forma violenta? Será que há um número mínimo de raptos ou mortos para que um Estado soberano e democrático se possa defender?
Lembro que Israel apenas exigiu que os dois soldados raptados pelo grupo terrorista Hezbollah fossem entregues e que fosse aplicada a resolução 1559 das Nações Unidas, que visa o desmantelamento do Hezbollah. A resposta foi a que se sabe, pelo que teve que ser Israel a iniciar agora à força o cumprimento dessa resolução, com vista à destruição da força militar deste grupo terrorista, sem que o Líbano se pareça preocupar com a população civil...
Bem sei que a posição mais fácil é a de criticar Israel e exigir um cessar-fogo imediato. Para quê? Para que o Hezbollah se possa de novo reforçar militarmente junto dos seus aliados Irão e Síria? A verdade é que, enquanto a ONU, enquanto organização internacional que junta as democracias de todo o mundo, não conseguir forçar países como o Irão, a Síria, a Palestina, a Coreia do Norte e alguns outros países a seguirem o caminho sério da democracia e da paz, continuaremos a ter, ciclicamente, estas situações de ataques e contra-ataques entre Estados democráticos e grupos terroristas patrocinados por alguns regimes autoritários e ditatoriais, que deixam a sua população viver na decadência e na miséria. Até lá, Israel continuará a ter que se defender...

terça-feira, agosto 01, 2006

Férias de descanso...

Finalmente, estou de férias!!! Depois de mais um árduo e cansativo ano lectivo (o oitavo desde que saí da Faculdade), eis que me encontro finalmente em gozo de um merecido e ansiado período de férias. Este foi, deveras, um ano cheio de trabalho, com oito turmas e cerca de duzentos alunos, sendo de acrescentar o facto de todos os dias da semana ter de fazer 140 Kms de automóvel em viagens casa-escola-casa. Por outro lado, este ano resolvi inovar na minha forma de leccionar, tendo apostado na realização de vários conjuntos de diapositivos em PowerPoint da matéria de Geografia para posterior projecção na sala de aula aos alunos, pelo que, para além do trabalho normal da escola feito em casa (realização e correcção de fichas e testes, textos de apoio, planificação das aulas, etc.) gastei ainda dezenas de horas na preparação da matéria em PowerPoint. Foi ainda um ano em que tive que me dedicar à minha tese de mestrado e a todo um conjunto de tarefas de investigação que um trabalho deste tipo exige. No final do ano lectivo tive ainda a vigilância de dez exames nacionais e todo o trabalho inerente a dois pedidos de revisão de nota. Enfim, estou de rastos... E, ser professor ao mesmo tempo em que se passa a ser pai não é nada fácil! Mas, quem corre por gosto não se cansa e esta foi, sem dúvida, uma das escolas onde mais gostei de trabalhar, tanto ao nível de alunos e funcionários, como de colegas e direcção da escola...
Agora há que aproveitar o mês de Agosto para descansar o mais possível e ganhar forças para enfrentar mais um ano lectivo que se avizinha. Por isso, espero, durante estas férias, poder desfrutar do maior tempo possível com as minhas duas princesas para que o exemplo desta foto se repita por muitos e belos lugares deste país...
A todos os visitantes deste blogue desejo umas boas férias de descanso.