quinta-feira, setembro 19, 2013

Quem tudo quer...

Depois de dois anos de forte austeridade imposta pela troika, eis que o FMI (ou pelo menos alguns dos técnicos do FMI) chega à conclusão que a dose de medidas austeras a que Portugal foi sujeito se revelou excessiva. É caso para dizer: finalmente!!! Todos sabíamos que a partir do momento em que ficássemos reféns dos credores externos e sujeitos a um plano apelidado de "consolidação das contas públicas", nada voltaria a ser como dantes. As palavras que passaram a ser mais utilizadas são o sinal evidente dos tempos difíceis que o país vive há já alguns anos: cortes, falências, despedimentos, racionalização e empobrecimento... 
É chegado o tempo de parar e reflectir. É que, como diz o povo, "quem tudo quer, tudo perde". E o pior que nos poderia acontecer seria chegarmos agora à conclusão que os sacrifícios colossais a que o povo português foi sujeito nos dois últimos anos de nada serviram...

quinta-feira, setembro 05, 2013

O flagelo dos incêndios florestais em Portugal...

O mês de Agosto foi dominado pelo tema dos incêndios florestais, um flagelo que, até agora, já ceifou a vida de seis bombeiros voluntários e que causou um considerável número de feridos em estado grave e muito grave. Mais uma vez assistiu-se ao debate acerca das causas que estão por detrás da ocorrência de tão elevado número de incêndios florestais, muitos deles a terem o seu início de madrugada. 
Há quem fale nos negócios dos incêndios, insinuando que às empresas de aviação contratadas pelo Estado lhes interessam que haja muitos incêndios. 
Há ainda quem não tenha dúvidas que a necessidade de pastagens para os animais leva a que muitos incêndios sejam provocados por pastores. 
E, finalmente, temos as situações, que vêm sendo conhecidas, de autênticos loucos que têm prazer em ver arder as florestas e se dedicam a andar pelas florestas a provocarem incêndios. Disto tudo sobram poucos incêndios que tenham como justificação uma autêntica causa natural...
As estatísticas da Autoridade Florestal Nacional (AFN) indicam que a evolução anual da área florestal ardida em Portugal é bastante irregular, pelo que, dizem, não se pode concluir que cada vez haja mais área florestal ardida. Contudo, se atendermos a uma evolução analisada por década e não por ano, as conclusões acerca do impacto deste flagelo parecem mais que óbvias: na década de 1980 a área ardida foi de cerca de 700 mil hectares, na década de 1990 foi já um pouco superior a um milhão de hectares e na década de 2000 aproximou-se do milhão e meio de hectares. Ainda não chegámos a meio da década de 2010 e a área ardida já é superior a 500 mil hectares.
Parece mais que óbvio que não é a natureza a principal responsável por este contínuo aumento da área ardida verificado desde 1980. São, sem dúvida, a multiplicidade de causas humanas que justificam tão grande flagelo. As causas estão mais do diagnosticadas.