segunda-feira, novembro 23, 2015

À procura da solução estável, duradoura e credível que a esquerda não consegue alcançar...

O documento que Cavaco Silva entregou a António Costa é bem demonstrativo do que o Presidente pensa acerca da "manta de retalhos" proposta pelo PS e os partidos da esquerda radical. Sim, esta pseudo-acordo não passa de um rendilhar de estratégias comuns que apenas têm em vista tirar Passos Coelho do Governo, ignorando, por completo, que o seu afastamento implica uma verdadeira alternativa de esquerda que, efetivamente, não existe. A própria incapacidade para PS, BE e PCP assinarem, conjuntamente e em uníssono, um acordo formal é disso prova. O que temos desta esquerda são meras intenções e, imagine-se, "posições conjuntas" (é o que está escrito nos documentos!) bilateriais muito fracas...
Não existe, nesta pretensa união de esquerdas, qualquer tipo de solução estável e duradoura e, muito menos, credível! Aliás, em termos de credibilidade o que temos é uma mão cheia de nada. O que temos é vingança, ódio e apenas um propósito a unir estas esquerdas: a tal coligação negativa que apenas quer ver pelas costas Passos Coelho. Muito pouco para quem pensa que assim conseguiria ser alternativa ao Governo que (ainda) temos!
Cavaco Silva ouviu 24 personalidades. Destas, apenas três (sim, três!), afirmaram, sem rodeios, apoiar um hipotético Governo liderado por António Costa. A maioria nem sequer colocou de parte a hipótese de podermos continuar a ter um Governo de Gestão até novas eleições. Também eu vou pelo mesmo diapasão. Entre o mau e o menos mau, prefiro o menos mau até novas eleições, única forma de clarificar o que pensa o povo, em vez de darmos razão à estratégia da "facada" pelas costas, orquestrada por António Costa.
Costa saiu da audiência com o Presidente calado que nem um rato e foi Carlos César a prometer resposta. As posições extremaram-se, com o PS a ser tudo menos bem-educado e a preferir a lógica de esticar a corda. Que continuem a esticá-la. Cavaco Silva só tem de respeitar o que a Constituição manda: ouvir os partidos (já o fez) e ter em conta os resultados eleitorais (vitória da coligação). Agora. resta aguardar pela decisão final... Ah, o povo não esquece e Cavaco Silva também não!   

sábado, novembro 14, 2015

Quando a guerra é inevitável...

O coração da França foi alvo de mais um acto terrorista. Agora, de terríveis proporções! Mas, não foi só a França que sentiu a mais invisível consequência deste tipo de barbárie. O medo instalou-se. E é um medo que afecta toda a civilização ocidental, incluindo os próprios muçulmanos que vivem nos países europeus. Aliás, estes terroristas têm apenas em vista instalar o medo, esse inimigo psicológico e invisível que afecta todos. Por isso, matam de forma indiscriminada, não se preocupando se atingem ou não apenas os seus inimigos ocidentais. Eles próprios se suicidam...
É claro que a reacção europeia foi própria dos que apenas olham para o seu umbigo: enquanto os mesmos actos são perpetrados na Síria, no Líbano ou no Iraque pelos mesmos grupos terroristas apenas ficamos atónitos a olhar e dizemos "Ái meu Deus!". Mas, quando é o coração da Europa que é alvo dos mesmos ataques terroristas já sentimos medo e reagimos de imediato e de forma mais inconformada. Agora queremos vingança, muitos da pior forma: "isto é culpa dos refugiados", dizem alguns, completamente errados. A verdade é que os refugiados apenas fogem do que agora também temos medo. Estes refugiados que almejam o sonho europeu, deixam tudo para trás a fogem destes mesmos terroristas que agora atacam o coração da civilização europeia.   
As causas estão mais que diagnosticadas. A guerra civil na Síria e a instalação em território sírio de um conjunto de indivíduos que defendem a instauração de um Estado Islâmico, numa espécie de novo califado, foram o detonar deste novo tipo de conflito. Não um conflito militar, mas um conflito entre estados de espírito e de mentalidades: uma forma de pensar fanática e odiosa que quer que o povo europeu e os seus aliados tenham medo e fiquem fragilizados. 
Forma de reagir? Três ideias-chave: defesa da liberdade, aposta na vigilância e intervenção militar imediata. Continuar a defender a liberdade de pensamento, conquista do povo europeu, não dando a entender que o medo fragiliza, tem de ser ponto de ordem. Vigilância e segurança têm também de ser prioridades da Europa, não numa espécie de estado securitário, mas de salvaguarda do bem-comum. A resposta passa sobretudo por combater a origem e o foco do problema: intervir na Síria, aniquilando este grupo de terroristas (são já largos milhares os seus seguidores) tem de ser uma prioridade da Europa e dos seus aliados. Uma guerra que urge não adiar, porque se a paz se conquista com a Educação a longo prazo e a nível intergeracional, o fim a curto prazo destes grupos terroristas só se consegue destruindo os seus focos de origem. Há que intervir militarmente na Síria, terminando com a guerra civil que lá está instalada e devolvendo o território sírio ao povo sírio. Há que derrotar estes bandos de terroristas que se multiplicam no território sírio e que provaram na sexta-feira, treze, que conseguem atingir o coração da Europa.
Conhecer um pouco da História da Síria ajuda um pouco a compreender o foco do problema. Podem aqui lê-la. Intervir militarmente não pode ser uma decisão a adiar.

quarta-feira, novembro 11, 2015

O Governo caiu. O que acho que vai (e deve) acontecer...

O XX Governo Constitucional durou poucos dias. Um Governo que foi sufragado e escolhido pelos portugueses, fruto de uma coligação transparente e que não foi mais do que a continuação legítima de uma coligação de Governo que durou mais de quatro anos, de tempos muito difíceis, e que a maioria dos portugueses decidiu que continuasse, desta vez sem maioria absoluta.
Contudo, uma maioria formada pelos partidos perdedores resolveu avançar com um acordo negativo, tendo como único eixo de ligação a queda da coligação de Governo que venceu as eleições. No resto, esta maioria negativa apenas se destaca pelos seus pontos de discórdia... Nem sequer em relação a um acordo comum se entendem, tendo de subsistir acordos bilaterais. Enfim, uma autêntica "manta de retalhos".
Pois bem, o tempo agora é novamente de Cavaco Silva. Com o seu mandato a chegar quase ao fim, Cavaco Silva tem a oportunidade de, novamente, surpreender a esquerda. E tem toda a legitimidade para o fazer. Esta esquerda que pensa que já governa e que fala como se a sua indigitação tivesse, neste momento, de ser uma inevitabilidade. Mas, não é! Cavaco Silva tem a possibilidade (que a Constituição lhe confere no art. 186º ) de dar posse a um Governo de gestão, que pressupõe que o Executivo de Passos Coelho possa manter-se em funções até à tomada de posse de um novo Governo, que saia vitorioso nas próximas eleições legislativas. Dizem que o problema é que só pode haver eleições a partir de Julho do próximo ano. E qual o problema? Há praticamente quatro meses que o Governo se tem comportado como estando em gestão e o país não sofreu nenhum abalo por isso. Bem pelo contrário. O abalo na Bolsa de Valores e nas taxas de juro da dívida pública aconteceu quando se soube que a queda do Governo seria uma certeza. Outros dizem que o problema está no Orçamento. E qual o problema? Entre um Orçamento em duodécimos (que respeite o actualmente em vigor e que dará origem a um défice de 3% do PIB) e um Orçamento elaborado por uma Esquerda ortodoxa e refém de um PCP do século passado (e que daria origem, pelas promessas feitas a um défice bem acima dos 3%), que venha o Orçamento em duodécimos. E quanto à legitimidade para Cavaco Silva para optar por um Governo em gestão em detrimento do Governo da "manta de retalhos" esquerdista, essa legitimidade é total e conferida pela Constituição e pelas "balizas" que o próprio Cavaco estabeleceu aquando da tomada de posse do Governo de Passos Coelho. É que Cavaco Silva não tem que se comportar como a Rainha de Inglaterra, nem o seu cargo é meramente decorativo. Cavaco tem direito ao seu livre arbítrio, tendo em conta os valores que defende e com que se candidatou há cinco anos atrás. Valores esses sufragados pela maioria dos portugueses...
Que venha o próximo Presidente da República (muito possivelmente Marcelo Rebelo de Sousa) e dê, novamente, a voz ao povo. Aí sim, veríamos o que é que os portugueses querem? Quem tem medo de dar a voz ao povo? A esquerda, pelos vistos...  

sábado, novembro 07, 2015

Há quem queira voltar à festa... ou melhor, à bancarrota! Eu não...

António Costa está completamente refém da esquerda radical. Promete "mundo e fundos": aumento do salário mínimo para os 600 euros, o fim da sobretaxa para funcionários públicos, o aumento das pensões, a redução do IVA, o fim das privatizações, enfim, uma mão cheia de despesa do Estado e de redução das receitas. Ainda por cima, assegura que, já em 2016, o défice orçamental será de 2,8% do PIB. É preciso descaramento!!!
A esquerda, com tanto ódio a Passos Coelho, faz de tudo para ir para o poleiro. O PS tem centenas de "boys" e "girls" espalhados pelo país à espera do tacho. Já os comunistas e os bloquistas não são nada burros e recusam ir para o Governo. A razão é simples: assim, daqui a uns tempos, podem deitar o Governo abaixo, já que não farão parte dele. 
Mas, ainda há a esperança de que Cavaco Silva não faça a vontade a esta esquerda oportunista que, efetivamente, só pensa nela própria e não no país! Qual o problema de termos um governo de gestão? Aliás, bem vistas as coisas ,há quase quatro meses que andamos com um Governo de "banho maria". Com a pré-campanha eleitoral, a campanha eleitoral e esta trapalhada toda, a verdade é que, em termos práticos, não se tem sentido a falta do Governo. Portanto, entre um Governo de gestão e um Governo do género "manta de retalhos", que venha o Governo de gestão... e em Abril que se chame, novamente, o povo português a dizer de sua justiça! Quem tem medo de ouvir o povo? Pelos vistos, é a esquerda que não quer que o povo se pronuncie...
Como se pode confiar num suposto Governo de esquerda que, descaradamente, afirma subir as despesas de forma "astronómica" e reduzir as receitas, ainda por cima, prometendo um défice inferior a 3% do PIB? E que acordo é este (ou melhor, três acordos!) entre duas esquerdas antagónicas: uma europeia e outra anti-europeia? E que PS é este que quer que o Governo e, portanto, o país fique refém de um partido comunista tão arcaico e parado no tempo (ainda pensam à Lenine)?
Não queremos festa, nem bancarrota! Entre a desgraça, com consequências por muitos anos, e a gestão de seis meses, que venha um Governo de gestão! Cavaco, confiamos em ti... 

segunda-feira, novembro 02, 2015

Governar assim é fácil...

O PS está feito com o PCP e o BE para, juntos, derrubarem o Governo que legitimamente tomou posse. António Costa, depois da derrota que teve no passado dia 4 de outubro, deixou-se levar pela conversa da esquerda radical, que se preparar para daqui a uns meses lhe voltar as costas. Estratégia de sobrevivência de Costa, mas com elevados e graves custos para os portugueses... A intenção é simples e dupla: fazer cair o governo de Passos Coelho, por quem a esquerda radical nutre um ódio de estimação, mas também, tirar o tapete, daqui a uns meses, a António Costa, por forma a "pasokiar" o PS português (o objetivo do PCP, mas sobretudo do BE é, nas próximas eleições legislativas - não sabemos quando, mas daqui a menos de dois anos, certamente - tirar votos ao PS)...
Mas, vamos à forma como o "cozinhado" esquerdista se prepara para governar o país. Isto se Cavaco Silva for brando e não pedir a Passos Coelho para implementar um governo de gestão. É que entre a desgraça de esquerda e a gestão do que já conseguimos, mais vale a gestão do que actualmente temos. Pelo menos durante seis meses. Mas, dizia, o PCP e o BE já vieram dizer claramente que os limites do défice orçamental (acordado com a UE) não são para cumprir. Assim se explica as intenções de subir salários, descongelar pensões, aumentar reformas, baixar impostos... tudo à grande, como se "nadássemos" em dinheiro. Vejam bem, depois de quatro anos de ajustamento e de austeridade, a esquerda quer governar à rico! Assim é fácil e qualquer um governava. Até o "emplastro" do FCP governava: com o dinheiro que não se tem, empurrando a dívida pública para as gerações seguintes e arriscando uma nova entrada da troika em Portugal. Lamentável e vergonhoso...
Ainda tenho esperança que Cavaco Silva interceda junto de Passos Coelho para que este, depois da queda do Governo (a ver vamos se se confirma!), aplique o seu governo de gestão. É que a maioria do povo português (todos os que votaram na coligação e muitos dos que votaram PS) exige ser consultada em eleições antecipadas. É que três derrotados não formam um vitorioso...