quarta-feira, abril 30, 2008

Até os miúdos percebem!!!

Nestas últimas semanas tenho andado a leccionar aos meus alunos do 8º ano conteúdos relacionados com a demografia.
Temos desenvolvido sobretudo questões que dizem respeito aos problemas populacionais com que Portugal se confronta.
No último teste de avaliação coloquei aos meus alunos a seguinte questão: "O que pensas que o Governo deveria fazer para melhorar a situação demográfica do nosso país?". Muitas foram as respostas de miúdos de 13 e 14 anos que, certamente, fariam corar de vergonha qualquer um dos nossos governantes.
Deixo-vos com a resposta de um desses alunos. Fica provado que apenas falta vontade política para levar a cabo autênticas medidas de protecção à família. E depois vêm com propostas anti-família, como as mais recentes liberalizações do aborto ou do divórcio, já para não falar dos milhões que se gastam no betão. Medidas sociais de verdadeiro cariz geracional, nem vê-las...

domingo, abril 20, 2008

O maior tesouro que se pode ter...

Se o actual estado da Educação, do Benfica, do PSD e do Governo nada tem contribuído para a minha felicidade, a verdade é que não é por isso que me sinto menos feliz ou mais angustiado. Porquê? Porque há mais vida para além do que a profissão, o partido e o futebol... Nada é mais importante do que a nossa família. É ela quem nos conforta quando estamos mais em baixo; é ela quem nos acompanha quando estamos mais alegres; é ela quem nos melhor conhece quando nos refugiamos no silêncio; é ela quem nos alerta quando estamos tentados a entrar num qualquer labirinto.
Há uns dias atrás assiti na SIC à alegria que dominava o estado de espírito de um emigrante português a residir no Canadá, a quem lhe tinham caído na conta bancária cerca de 9 milhões de Euros por ter acertado nos números do totoloto. O homem não se cansava de dizer que o dia em que ficou rico tinha sido o dia mais feliz da sua vida. Ah, e não parava de chorar de emoção, por pensar em tal quantia de dinheiro. Pensei cá para mim: "Mas, será que este homem não tem família? Não terá filhos?"

Bem sei que vivemos num mundo cada vez mais materialista, avesso a valores como a família ou a amizade. É o dinheiro que crescentemente domina a mente da maior parte das pessoas. Quantas vezes já não vimos alguém dizer-nos que se ganhasse o totoloto teria alcançado a maior das suas felicidades?

Pois bem, para mim não haverá dia, aliás, dias mais felizes do que aqueles em que nasceram os meus dois filhos. Para um homem decente e minimamente conscencioso não há tesouro maior do que ser pai. O dinheiro bem pode ajudar à felicidade, mas não é determinante. Decisivo para a nossa felicidade é sim podermos chegar a casa depois de um dia de trabalho e termos uma esposa e dois filhos amorosos à nossa espera. Entre o amor de família e a felicidade do dinheiro, não pestanejo de dúvida um segundo. Que se lixe o dinheiro...

terça-feira, abril 15, 2008

Desilusões (parte IV)

Este é o último artigo dedicado às desilusões que, actualmente, dominam (embora, sem afligirem) a minha vida social e profissional. Não é tanto uma desilusão, mas sobretudo revolta, pois não tem sido com surpresa que tenho assistido à forma como este Governo tem actuado: arrogância e mentira têm sido pontos de ordem durante oos últimos três anos.
Arrogância, na medida em que o autismo e a prática pouco democrática como muitas das medidas têm sido aplicadas, nomeadamente, nas áreas da Segurança Social e da Educação, evidenciam bem o estilo autoriário como José Sócrates actua na pele de Primeiro-Ministro. Só os mais distraídos é que não se lembram como já nos tempos de Ministro de Ambiente, Sócrates evidenciava tiques de pessoa nada tolerante e excessivamente nervosa e arrogante.
Mentira, porque as promessas que fez durante a campanha eleitoral, a que agora chama de compromissos, foram, pura e simplesmente, ignoradas e desprezadas. Aliás, a forma como Sócrates se serviu da mentira do défice para aumentar os impostos e fazer o que bem quis da Função Pública foi simplesmente vergonhoso. Não nos esqueçamos que a redução do défice (a grande bandeira deste Governo) apenas foi alcançada à custa de 28 meses de congelamento de carreiras nos funcionários públicos e da concessão de aumentos salariais bem abaixo da taxa de inflação. De resto, nada de substancial foi realizado. Na educação, foi aberta uma guerra contra os professores e abriu-se o caminho ao facilitismo. Na saúde, as listas de espera continuam enormes e os privados continuam a reinar. Na justiça, a lentidão veio para ficar, já para não falar da banalização da corrupção. O choque tecnológico transformou-se em autêntico choque de betão, com milhões de Euros a serem gastos no aeroporto, no TGV e nas auto-estradas.

segunda-feira, abril 07, 2008

Desilusões (parte III)

Seguindo o rol de artigos que tenho vindo a escrever sobre algumas das minhas actuais desilusões, é chegada a hora de falar um pouco sobre a lastimável imagem que o PSD tem passado para a sociedade civil.
Por influências familiares, mas também por razões de carácter ideológico, tenho orgulho em ser social-democrata. Mais do que ser um seguidor ferrenho ou cego e a qualquer preço do PSD, não tenho quaisquer dúvidas de que, desde os meus tempos de adolescente, sempre me identifiquei com este partido. Seja pela forma como a liberdade individual é defendida, como a família é valorizada ou como o reformismo é assumido, tenho a ideia clara que o PSD foi o partido que mais contribuiu para o desenvolvimento de Portugal.
Filiei-me na JSD quando andava no liceu a estudar, em plena vigência da segunda maioria cavaquista. Fui a dezenas de comícios (quando ainda eram realizados ao ar livre), fiz muitas caravanas e participei em muitas campanhas... Emocionei-me ao ouvir o meu avô e o meu pai contarem as aventuras que viveram nas décadas de 70 e 80, quando, na Covilhã, cidade eminentemente industrial, os PSD`s eram perseguidos pelos fanáticos comunistas. Muitas vezes, foram "corridos" à pedrada do Tortosendo, a chamada vila vermelha da Cova da Beira...
Com o fim do cavaquismo, o PSD entrou em crise, mas rapidamente soube retomar a linha do poder, através do delfim de Cavaco Silva. Mas, foi com a saída de Durão Barroso para Bruxelas que o declínio laranja começou a ser mais do que preocupante. Santana Lopes foi na conversa de Sampaio e a jogada socialista deu frutos. Agora, temos Menezes à frente dos destinos do partido, apenas porque muitos dos que o agora criticam não foram a votos.
Luís Filipe Menezes não é o meu líder de eleição. Penso que o PSD estaria melhor servido com Marcelo Rebelo de Sousa ou mesmo com Rui Rio. No entanto, entre Menezes e Sócrates não pestanejo um segundo. Menezes é um homem simples, emotivo e verdadeiro. Enfim, inspira confiança, no sentido de ser leal e humilde. Pelo contrário, Sócrates é a protótipo de governante arrogante, vaidoso e falso. As suspeitas que sobre si recaem acerca da forma como "adquiriu" a sua licenciatura e as peripécias que se conhecem da sua vida de "engenheiro", obrigam a que, apesar de não rejubilar com Menezes à frente do PSD, apoie totalmente o actual líder do PSD na hora de votar.