segunda-feira, janeiro 31, 2005

Agora calam-se...

Pois é, as eleições no Iraque correram melhor do aquilo que se julgava e o povo iraquiano demonstrou que a sua vontade de ter liberdade e democracia no seu País é maior do que o medo do terror e a teoria do "deixa andar"...
Depois de longos meses de um ruído ensurdecedor por parte dos que se auto-apelidam de "anti-Bush", este é já o segundo sapo vivo que tiveram que engolir em pouco tempo: depois da vitória de Bush nos EUA, só mesmo uma forte adesão do povo iraquiano a estas eleições para calar aqueles que se diziam "amiguinhos" do povo iraquiano. Agora ficaram calados!!!
A História ensina que foram raras as ocasiões em que os valores democráticos venceram sem custos humanos (o caso português é uma excepção à regra) e, infelizmente, tivemos que assistir a muitas baixas em solo iraquiano para que estas eleições pudessem ter ocorrido. O caminho é longo, mas fica a lição: ainda há quem lute pela democracia!

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Programas eleitorais? Para quê?

Será que alguém ainda se lembra do que vinha escrito nos programas eleitorais do PS em 1995 e 1999 ou do PSD em 2002? Não creio... Vem isto a propósito do que muito se tem escrito sobre o conteúdo dos programas eleitorais que PSD e PS apresentaram recentemente. Convém lembrar que os ditos programas não passam de propósitos ambiciosos que, legitimamente, cada partido pensa poder vir a cumprir, caso a conjuntura socio-económica lhe seja favorável. Claro que há promessas que soam a puro populismo: a criação de 150 mil novos empregos proposta pelo PS (quantos serão destruídos?) ou a diminuição do peso do Estado de 48% para 40% do PIB ambicionada pelo PSD (à custa de quanto desemprego?)...
Mais do que discutir números interessa discutir a forma de estar na política dos principais intervenientes nesta campanha! E, se Santana Lopes pode ser considerado como intempestivo, pelo menos é alguém que não tem medo de lobbies, nem de propostas reformadoras. Já José Sócrates, dá a ideia de alguém que não tem força para combater o imobilismo, deixando transparecer falta de coragem e de ambição quando aparece em público.
A verdade é que nos últimos quatro meses, apesar de alguma confusão, Santana Lopes deixou a imagem de alguém que pretende enfrentar os lobbies instalados em muitos sectores da população portuguesa, pretendendo introduzir taxas diferenciadoras na saúde e educação, acabar com o sigilo bancário, reformar a Administração Pública e a Segurança Social, aumentar os impostos aos bancos, etc. Já Sócrates, rodeado do que resta do pior guterrismo, mais parece o "fantoche" de Vitorino, sem ideias novas, nem propostas que enfrentem o estado actual de coisas.

domingo, janeiro 23, 2005

A campanha começa a aquecer...

Quando, formalmente, ainda estamos em pré-campanha eleitoral, os debates entre alguns líderes partidários e a constante troca de acusações começam já a alertar a opinião pública para aquilo que nos espera ao longo das próximas semanas.
O tiro de partida começou logo com a completa falta de educação demonstrada por Louçã quando este afirmou que Portas devia estar calado sobre o referendo do aborto por este não saber o que é ser-se pai. Como é possível que um líder partidário consiga descer tão baixo e evidenciar tiques de totalitarismo exacerbado. Louçã ainda se há-de arrepender do que disse... Do lado do PCP a cassete continua e ora se atacam os "amigos" da esquerda bloquista e socialista, ora os alvos são o PSD e PP.
E o que dizer de Sócrates? Uma completa desilusão, na aplicação de uma estratégia de fuga ao debate de ideias e ao confronto de opiniões e na defesa de um programa eleitoral inócuo, sem propostas inovadoras que sejam diferentes das apresentadas pelo PSD. Enfim, Sócrates consegue ser pior do que o mais amorfo Guterres.
E Santana, o que tem mostrado? Sem dúvida, uma força e vontade enormes que o tão bem caracterizam, no sentido de chamar a atenção aos portugueses que urge "atacar" os interesses dos lobbies que são contra as reformas de que Portugal necessita, desde a reforma laboral e administrativa à concretização das mudanças em curso na saúde, na segurança social e no ambiente, entre outras áreas. Na actual conjuntura, só um partido reformador como o PSD e um homem sem medo como Santana Lopes podem fazer com que Portugal prossiga o caminho do desenvolvimento.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Sampaio com as orelhas a arder...

Desta vez, nem Sampaio foi poupado. Depois das criticas absurdas à visita de trabalho de Morais Sarmento a S. Tomé e Princípe, com o PS a analisar ao pormenor os gastos de deslocação e alojamento do Ministro, foi agora a vez de o Presidente da República levar um "puxão de orelhas" dos sindicatos têxteis pelo facto de na sua visita à China ter levado consigo alguns empresários portugueses que estão interessados em, e diga-se, de forma legítima, internacionalizarem os seus negócios.
Claro que numa economia aberta e global, é importante que as empresas nacionais consigam internacionalizar-se e expandir o seu negócio extra-fronteiras. Só que Sampaio esqueceu-se que convinha dar a ideia que a sua visìta à China devia também servir de incentivo a que multinacionais chinesas e outras do Sudeste Asiático investissem am Portugal, em vez de ter passado cinco dias a "suplicar" às autoridades chinesas para terem pena do nosso País e não inundarem o mercado português de produtos baratos.
Sampaio tem o hábito de publicar uns livros sobre as suas Presidências Abertas. Seria bom que Sampaio também tivesse a preocupação de informar os portugueses sobre as mais-valias das suas viagens de Estado ao estrangeiro. É que não chega vermos o Presidente dançar com umas chinesinhas ou emocionar-se ao ouvir um poema lusitano, quando os empresários apenas estão interessados em aumentarem os seus lucros.
Quem semeia ventos arrisca-se a ter que se confrontar com tempestades. Desta vez, foi Sampaio quem se disponibilizou ao ridiculo.

quinta-feira, janeiro 13, 2005

De que novas propostas fala Sócrates?

O candidato do PS a Primeiro-Ministro faz-me lembrar Guterres no que este tinha de pior: o falar muito para fazer pouco. Desde que Sócrates entrou em campanha eleitoral que ainda não ouvimos da sua parte nenhuma ideia séria e concreta que seja contrária às protagonizadas por Santana Lopes. Até agora só banalidades: fomentar o crescimento económico, criar emprego, reforçar a educação, etc, etc, etc... De concreto nada de novo. Nem uma única ideia que se possa levar a sério...
Imagine-se que, agora, o líder socialista até já vem dizer que caso venha a governar Portugal irá manter a isenção dos beneficíos fiscais concretizada pela coligação PSD-PP e que havia servido de justificação para o PS votar contra o Orçamento de Estado. A confusão é total no PS.
A ânsia de poder é tanta que o que Sócrates gostava mesmo era que não houvesse lugar a campanha eleitoral e que os portugueses fossem chamados a votar o mais depressa possível para não ter que ir a debates e ser confrontado com perguntas às quais tem que responder sem o auxílio do teleponto.
Sócrates viveu durante muitos anos na cidade donde sou natural, a Covilhã, e o que por lá se diz dele não o favorece muito. Conta-se que na escola não era dado a grandes notas e que durante os testes gostava de cabular. Não sei se é verdade ou não, mas que quanto a poder de oratória não é lá muito dotado, parece-me evidente.
Estou para ver se Sócrates continuará na estratégia do "foge, foge" ou se, de uma vez por todas, consegue enfrentar o seu principal adversário político, o temível Santana Lopes, sem telepontos, nem cábulas de ocasião. Que venham os debates...

segunda-feira, janeiro 10, 2005

A contra-informação continua...

A pouco mais de um mês para a realização das eleições legislativas e depois do bombardeamento de reportagens sobre a catástrofe natural que assolou o Índico, os jornalistas portuguesas voltam a insistir na "novela" do caso Casa Pia e na procura de pseudo-escândalos que envolvam membros do actual Governo, no sentido de não reduzir as audiências televisivas e as vendas de jornais.
Agora voltamos a ver as capas dos nossos jornais e as aberturas dos noticiários televisivos inundados de reportagens sobre o que disse Silvino e restantes arguidos do caso de pedofilia, ao mesmo tempo que uma viagem de trabalho a São Tomé e Príncipe do Ministro da Presidência é apelidada de mini-férias pelos partidos da oposição.
Quando as ideias da oposição não abundam, restam-lhes a maledicência e o abuso de confiança, no sentido de confundir o eleitorado e fugir às principais questões que actualmente se colocam à governação de Portugal: Como se pode diminuir o défice orçamental? O que fazer com as SCUT`s? Quais as propostas para a reforma da Administração Pública? Quais as mudanças a aplicar ao nível da educação e da saúde?
Entretanto, Sócrates continua a preferir não abrir o jogo sobre hipotéticas coligações e só fala em maioria absoluta. Aguardemos por dias melhores...

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Deputados de onde?

Este novo ano não começou nada bem a nível internacional, com a catástrofe natural que assolou alguns países do Índico, ao mesmo tempo que continuam os atentados em solo iraquiano e muitas outras misérias escondidas se multiplicam por esse mundo fora.
Entretanto, aqui, por este Portugal meio adormecido, muito se tem falado das listas de candidatos a deputados que os principais partidos vão levar às próximas eleições. A confusão deve estar instalada na cabeça de muitos portugueses: afinal, as senhoras e senhores que representam o povo na Assembeia da República são deputados da Nação ou do distrito? É que se uns acusam os partidos de colocarem nas listas os chamados "paráquedistas" que nada têm que ver com os distritos pelos quais vão a votos, há outros que, e muito bem na minha opinião, lembram que em legislativas vota-se, quer se queira, quer não, num partido candidato a governar Portugal.
O que faz falta a Portugal é uma efectiva e completa reforma do sistema político, pois, nem a divisão distrital do País tem lógica na actual configuração regional de Portugal, nem sequer o acto eleitoral das legislativas se enquadra, de facto, num voto em deputados que, na maior parte das vezes, são desconhecidos da opinião pública.
Que venha a discussão sobre os programas eleitorais e as propostas de cada partido, que, afinal, é o que interessa neste momento...