quarta-feira, maio 28, 2008

A escolha possível...

Como militante social-democrata que me orgulho de ser tenho assistido com atenção à campanha interna que se tem vindo a desenrolar para as eleições à liderança do PSD. As dúvidas têm sido maiores que as convicções e, pela primeira vez desde que sou militante (já lá vão 14 anos), não sei, com certezas, qual o rumo que o partido deverá seguir.
Santana Lopes preconiza a candidatura das rupturas e das quezílias, não só por culpa própria (o erro de ter pegado no Governo de Durão foi gravíssimo), mas sobretudo pelo ódio que muitos dos históricos do partido nutrem por esta figura de grande carisma do PPD-PSD. Ferreira Leite apresenta-se como a imagem do imobilismo e do politicamente correcto, para além de que tem a enorme desvantagem de não incentivar ao rejuvenescimento do partido (haver a possibilidade de alguém com mais de 70 anos estar à frente do partido é demasiado frustrante). Passos Coelho é, como se costuma dizer em bom português, um autêntico tiro no escuro, demasiado conotado com os muitos oportunistas do partido que veem neste jovem político, uma possibilidade de utilizarem a sua imagem cordata e limpa para facilmente manietarem o partido a seu belo prazer.
As dúvidas são mais que muitas e só tenho pena que Marcelo não tenha avançado nesta oportunuidade que, para ele, teria sido de ouro. Sendo assim, e depois de muito reflectir, tomei a decisão de, no próximo sábado, ir votar em Santana Lopes. Apesar de saber que uma possível vitória de Santana iria quase revolucionar o partido, afastando de vez muitos daqueles que por ele têm um ódio de estimação, também penso que é legítimo que Santana tenha a possibilidade de ir a votos com Sócrates. Nas últimas legislativas, Sócrates ganhou enganando muitos milhares de portugueses. Muitos daqueles que ora votam PS, ora votam PSD, sentem-se defraudados com o governo PS. Pode ser que agora votem em Santana e lhe deem a oportunidade de provar que, ao contrário de Sócrates, tem sensilidade social.
Ferreira Leite apresenta uma clara imagem de regresso ao passado. Parece, descupem a analogia, um Sócrates de saias.
Passos Coelho é demasiado liberal para o meu gosto. Talvez daqui a uns anos possa ser uma boa alternativa. Por enquanto, não me inspira confiança.
Santana Lopes é o eterno lutador que não vira as costas ao partido, nem ao país. Não tem interesses instalados, nem segue o politicamente correcto.
Enfim, em jeito de resumo diria que Santana Lopes foi enganado por Sampaio. O povo foi enganado por Sócrates. Pode ser que Santana não seja enganado pelos militantes do PSD. A ver vamos...

terça-feira, maio 13, 2008

Um problema demasiado sério para que o possamos ignorar!!!

A crise alimentar mundial parece que chegou de vez aos países desenvolvidos. As razões são várias, desde o crescimento económico brutal da China e Índia e o consequente aumento do poder de compra de centenas de milhões de habitantes destes dois países até à crescente procura do petróleo e à substituição dos cereais alimentares por cereais destinados a produzir biodiesel...
Depois de décadas de fome contínua em muitos dos países africanos, eis que os problemas alimentares chegam aos países ricos. Com o aumento dos preços de muitos bens de primeira necessidade, milhões de agregados familiares dos paises desenvolvidos enfrentam sérios problemas ao nível da redução do seu nível de vida. Claro que esta situação em nada se pode comparar com a fome que atinge milhões de pessoas nos países pobres. Gente que morre à fome...
Há que mudar rapidamente o paradigma vigente na relação vigente entre os países desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento. A lógica dos simples donativos, dádivas e perdões de dívida tem que dar lugar à lógica do investimento na educação, na democracia e na repartição da riqueza existente. Por outro lado, parece claro que a ilusão dos biocombustíveis produzidos a partir dos cereais alimentares tem de ser posta de lado de uma vez por todas. Finalmente, a ONU tem de ter uma intervenção eficaz e séria no sentido de obrigar os EUA, a China, a Índia, a Rússia e a UE a diminuirem a emissão de gases poluentes.
O cartoon que apresento, da autoria de John Darkov, é bem elucidativo do desprezo que muitos dos países ricos têm pelos países pobres. A outra figura (aconselho a clicarem em cima dela para a visualizarem melhor) constitui um excelente esquema publicado na revista Visão que resume as causas inerentes a este grave problema de âmbito mundial...
É tempo dos nossos governantes actuarem!!! Amanhã será tarde demais!!!