sábado, março 31, 2012

Extinguir freguesias? Claro que sim...

Hoje, muitos presidentes de junta de freguesia e seus "correlegionários" concentram-se em Lisboa para protestar contra mais uma reforma que este Governo quer implementar: rever o número de freguesias, ajustando-o à realidade do país.


Portugal tem, actualmente, mais de 4000 freguesias, muitas delas com menos de 1000 habitantes e que apenas subsistem por razões históricas. Basta olhar para o mapa ao lado para perceber que Portugal, sobretudo, a região Noroeste do país tem freguesias a mais... Ora, com a modernização do país, sobretudo em termos de encurtamento da distância-tempo, fruto da melhoria das infra-estruturas rodoviárias, não faz qualquer sentido continuarmos a ter milhares de freguesias que distam poucos minutos umas das outras e que apresentam um reduzido número de habitantes.


Na minha opinião esta reforma apenas peca por não ir mais além, nomeadamente ao nível da agregação de concelhos. Em muitas regiões do país temos concelhos contíguos e com uma densidade populacional tão reduzida que bem que se poderiam agregar. Por outro lado, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, há concelhos cuja relação em termos de migrações pendulares é de tal ordem que não fazia mal nenhum que se juntassem num só.


Mais do que poupar dinheiro, esta reforma vai de encontro à nova realidade do país: com tanto investimento em estradas e auto-estradas, a distância-tempo reduziu-se imenso e as áreas de fixação urbana cresceram de tal ordem que com pouco de mais de 1000 freguesias e 200 concelhos teríamos um país mais eficiente e menos "caciqueiro". A maioria dos meus alunos compreende esta nova realidade geográfica, mas há quem continue agarrado ao passado...

quinta-feira, março 22, 2012

Uma greve para os do costume...

Hoje foi dia de greve geral, mas esta de geral não teve nada. Absolutamente nada... Aliás, o que teve foi a adesão dos de sempre. Os trabalhadores da "esquerda ortodoxa" das empresas públicas, muitas delas em falência técnica e que só não encerram as portas porque são do Estado: Metro, Transtejo, CP, STCP, Carris, entre outras. Nos hospitais, nas escolas e nos tribunais a greve foi insignificante. Claro que os militantes do PCP e do BE aproveitaram o dia para mais uma folga, pouco se importando com o estado do país. Os desordeiros aproveitaram para fazer barulho e tentar aparecer na televisão. Desta vez, até tivémos a oportunidade de assistir a um "desaguisado" entre militantes da CGTP e adeptos de outros movimentos de contestação. E até houve direito a que o polícia de intervenção fizesse uso dos cacetetes em punho...
De resto, amanhã será mais um dia de trabalho, depois de um dia de publicidade para a CGTP e mais uns quantos milhões de euros de prejuízo para as empresas públicas do costume.

quinta-feira, março 15, 2012

Escolas de luxo. Para quê?

O Governo Sócrates, na ânsia de promover o betão de luxo (dando assim a ganhar milhões de euros às constutoras dos seus amigos) criou a Parque Escolar, empresa pública responsável pela requalificação de mais de 330 escolas.


Agora começamos a saber, em pormenor, as centenas de milhões de euros que esta "empreitada socialista" vai custar aos contribuintes portugueses. Isto já para não falar do disparate que é termos escolas secundárias que, a nível arquitectónico, mais parecem universidades, e que em termos de manutenção irão triplicar as despesas dos estabelecimentos escolares.


Vejam a maquete de uma dessas escolas secundárias. Mais parece uma universidade de um país rico. A escola onde lecciono, no final das obras de requalificação, vai parecer uma mega-escola secundária de um concelho pequeno com cerca de 10000 habitantes e que, na minha opinião, não precisava de uma escola de luxo como a que vai ter. Umas obras de melhoria das condições existentes seriam suficientes. Mas, o governo Sócrates pensou que vivíamos num país cheio de dinheiro...


Quanto às contas do descalabro, a Inspecção das Finanças tratou de as apurar.

segunda-feira, março 12, 2012

Recordar as PPP`s

As parcerias público-privadas constituem um dos principais factores que obrigaram Portugal a recorrer ao empréstimo concedido pela "troika". Pena é que não tenhamos uma legislação semelhante à da Islândia que permita levar a julgamento o responsável principal por esta "catástrofe" financeira...
O actual Governo prepara-se para, dentro do possível, dar a conhecer novidades sobre os contratos que os anteriores governos (sobretudo os socialistas) assinaram com as entidades privadas que, todos os dias, ganham milhões de euros à custa dos contribuintes portugueses. A maior parte dos contratos dizem respeito a auto-estradas, muitas delas, autênticos "desertos de cimento" que não servem para nada. Há ainda auto-estradas, como a A25, que foram feitas à custa da destruição de antigos IP`s e que agora obrigam milhares de portugueses a gastar dezenas de euros por mês para irem trabalhar, por falta de alternativas. Felizmente que o TGV e o aeroporto de Lisboa já fazem parte do passado. Quanto à Parque Escolar, fica para outro artigo...
Mas, voltando ao desastre das PPP`s deixo aqui apenas dois gráficos que são bem elucidativos sobre quem nos meteu no buraco em que (ainda) nos encontramos.


Os governos socialistas são responsáveis por mais de 90% dos contratos assinados com os privados e que obrigam a pagamentos exorbitantes até ao ano 2050. E, compare-se o que os governos de Guterres e Sócrates fizeram com o que outros países da UE gastam ao nível das PPP`s.


Sócrates fugiu para Paris, mas o Correio da Manhã tem trazido, de vez em quando, umas novidades sobre o "carrasco" de Portugal. Pode ser que ainda se venham a descobrir umas coisas sobre a forma como Sócrates enriqueceu...