domingo, julho 29, 2012

Só para relembrar os mais distraídos

Há quem continue a esquecer-se que Portugal teve que recorrer à chamada "troika" para não entrar em bancarrota. Sim, falência técnica, sem dinheiro para pagar ordenados aos funcionários públicos, pensões aos reformados e demais subsídios...
Sócrates endividou o país e fugiu. Passos Coelho foi eleito Primeiro-Ministro e, todos os dias, dá a cara pela austeridade imposta e que passou a tomar conta do dia-a-dia dos portugueses. Mas, convém lembrar que ainda faltam muitos meses para que o FMI deixe de tomar conta de Portugal. Sim, porque durante algum tempo Passos Coelho não passa de uma espécie de "marioneta" a mando da troika!!!
E quem diria que seria um etíope (lembrem-se os mais distraídos que a Etiópia é dos países menos desenvolvidos do mundo e com maiores índices de pobreza) a tomar conta daquele que já foi um dos países mais ricos do mundo (falamos de época dos Descobrimentos), que apresentou um dos maiores crescimentos em termos de IDH (nas décadas de 1980 e 1990) e que até há pouco tempo era considerado o "bom aluno" da UE...

quinta-feira, julho 26, 2012

A verdade vai morrer solteira???

São cinco minutos que vale a pena analisar com atenção. Foram dadas a conhecer as conclusões da auditoria feita pelo Tribunal de Contas às parcerias público-privadas rodoviárias, que provam até que ponto estas negociatas foram um desastre financeiro para o país, não se tendo levado em consideração o interesse público. Esta auditoria só diz respeito a algumas PPP`s rodoviárias; se abordasse as respeitantes às PPP`s da saúde e às negociatas da Parque Escolar, o descalabro seria maior...
Certo é que durante quase 40 anos os contribuintes portugueses vão estar a pagar valores exorbitantes por muitas obras sem qualquer interesse público e que apenas serviram os bolsos dos privados. Conhecem-se os principais responsáveis por estas negociatas: José Sócrates e Paulo Campos. O que lhes vai acontecer? Provavelmente nada. Mas, fica aqui o registo em vídeo para memória futura do que deveria ser feito para não nos esquecermos de alguns dos factores (talvez os principais) que quase levaram o país à bancarrota...
Volto a colocar um gráfico que mostra os governos responsáveis por este buraco financeiro. Só para que não se coloquem todos os governos no mesmo saco da incompetência. Como diz um amigo meu: há uns mais incompetentes do que outros...

sexta-feira, julho 20, 2012

Tanto fumo sem fogo??? Não me acredito...

O Público escreve que o acordão lido hoje em tribunal a propósito do caso Freeport refere que:
- "ao longo das audiências de julgamento, resultaram “fortes indícios” de que foram feitos pagamentos a pessoas com altas responsabilidades na administração pública e no Ministério do Ambiente";
- "enunciar com abundantes detalhes os motivos que levaram o tribunal a credibilizar os testemunhos que referiram os pagamentos alegadamente feitos a José Sócrates – entre eles os de Alan Perkins, ex-administrador do Freeport, João Ferreira do Amaral, advogado e amigo do arguido Manuel Pedro, e Mónica Mendes, antiga empregada da firma Smith & Pedro";
- "o acórdão lido pelo presidente do colectivo, Afonso Andrade, justifica a iniciativa declarando “insustentável” que se mantenham por mais tempo “suspeitas” sobre uma pessoa que exerceu o cargo de primeiro-ministro de Portugal".
Será que há assim tanto fumo sem fogo? Não me acredito... Aliás, cá para mim ainda havemos de ter mais novidades em relação a outros casos relacionados com as famosas parcerias público-privadas que quase levaram o país à falência.

sábado, julho 14, 2012

Insustentável

Na política, não basta ser; é preciso parecer. Esta permissa aplica-se sobretudo ao nível da seriedade e da consequência das acções tomadas pelos governantes, antes e após o serem...
Relvas, ao aceitar ser Ministro devia saber que qualquer acção tomada por si antes de ser nomeado Ministro iria ser escrutinada pela comunicação social e julgada pela opinião pública e publicada.
Ora, depois do que se escreveu a propósito da "pseudo-licenciatura" de Sócrates, era por demais evidente que a forma como Relvas se licenciou seria "carne para canhão", no sentido de se exigir a demissão do cargo de Ministro!!!
Claro que os casos de Sócrates e Relvas, apesar de semelhantes nas consequências, são diferentes na forma: o primeiro parece ter agido ilegalmente, através do compadrio e das cunhas, enquanto que o segundo agiu legalmente, mas aproveitando-se de uma lei que simplesmente não deveria existir. No máximo, poderá ter sido a Universidade Lusófona a agir de forma ilícita, devendo, por isso, ser alvo de um inquérito aprofundado por forma da PGR.
Agora, apesar de Relvas não ter feito nada de ilegal (pelo menos do que se sabe até agora), é certo que um Ministro não se pode aproveitar das "ligeirezas" de uma lei (seria bom que todos soubessem em que legislatura foi aprovada esta lei!!!) e depois vir exigir sacrifícios aos portugueses...
Quanto a Passos Coelho, está visto que não tem coragem para demitir o seu braço-direito (todos sabemos como funcionam as amizades no trabalho!), mas deveria lembrar-se dos velhos ditados populares: "trabalho é trabalho, conhaque é conhaque" ou "amigos, amigos, negócios à parte"...

quinta-feira, julho 05, 2012

Viseu: a cidade com melhor qualidade de vida

Num estudo realizado pela DECO, a cidade de Viseu foi considerada como a melhor para se viver em Portugal. Obteve bons resultados ao nível da mobilidade e transportes, planeamento e gestão municipal, habitação, saúde, educação, ambiente, comércio e serviços e paisagem urbana.
Muitos foram aqueles que vieram criticar o estudo, considerando-o demasiado subjetivo por dar muito destaque às percepções e opiniões dos residentes de cada uma das cidades que foram estudadas. Mas, qual o problema de questionar as pessoas sobre se gostam de viver na sua cidade? E o porquê de gostarem ou não?
O certo é que, cada vez mais me convenço que vale a pena viver numa cidade média como Viseu. Uma cidade da região Centro, a meio caminho entre Aveiro e Espanha e entre Vila Real e Coimbra, a pouco mais de uma hora da cidade de Porto e a duas horas e meia de Lisboa, próxima da praia e da montanha, onde se respira tranquilidade, mas onde não faltam espaços de lazer, de cultura e de desporto.
Não é fácil combater o despovoamento do Interior e evitar os fenómenos de litoralização e de bipolarização que afectam a distribuição da população em Portugal, mas são cidades como Viseu, Covilhã e outras do Interior que ainda vão contrariando a macrocefalia que "reina" em Portugal.
Não se pode obrigar as pessoas que vivem no litoral a virem para o interior, nem se podem enviar pessoas para as aldeias para evitar o êxodo rural. Mas, com uma reorganização administrativa coerente do país e com uma correcta gestão municipal, assente no planeamento e em investimentos sustentáveis, pode-se alcançar um maior equilíbrio entre o litoral e o interior e entre o campo e as cidades, com destaque para as de média dimensão. A cidade de Viseu, alheia a investimentos megalómanos ou a despesas inúteis, tem sabido proporcionar à sua população uma qualidade de vida invejável...