domingo, novembro 20, 2016

Um ano de Costa: "Obrigado Brasil"...

A poucos dias de se cumprir um ano de geringonça à frente dos destinos políticos do país, eis que surgem os números do PIB e a euforia de António Costa e companhia é total! No terceiro trimestre, a economia cresceu 1,6% face ao ano anterior e 0,8% face ao trimestre anterior. Ui, que só faltou abrir-se uma garrafa de Champanhe para comemorar tal feito.
Mas, e que tal "esmiuçarmos" os números? Olhamos para os números do PIB e... nada de especial! É que desde há três anos que não se verifica nenhum crescimento extraordinário. Mas, melhor ainda, procuramos saber no que se sustentou este crescimento económico e, afinal, é aos brasileiros que devemos o crescimento do PIB. Porquê? Muito simples! Não foi o crescimento da produção industrial que esteve na base deste feito mas, sim, o aumento da procura turística: 50% de aumento dos turistas brasileiros em Portugal! Obrigado, Brasil!!! Mas, há mais... O mal de uns é o bem de outros: a insegurança de alguns destinos turísticos do Norte de África e do Sul da Europa, ameaçados pelo grupo turístico Daesh, fez com que muitas rotas tradicionais a nível turístico beneficiassem Portugal. Pois é, este é a verdade: pura e dura!!!
Portanto, a geringonça tem de "agradecer" aos turistas o tal crescimento extraordinário do PIB! E, convém não esquecer o facto dos portugueses continuarem a deslocar-se de automóvel: não nos esqueçamos do aumento do imposto sobre os combustíveis!!!
Enfim, são os números e as suas circunstâncias, clarinhas como a água. Vamos num ano de geringonça e a propaganda tem sido tanta que esta euforia por tão pouco dá vontade de rir!!! "Obrigado, Brasil!!! Obrigado, Daesh!", terá que dizer Costa a Centeno...  

segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Costa, o ilusionista...

E vão três meses! É verdade! Há três meses que António Costa é Primeiro-Ministro e nunca em três meses se falou tanto em política orçamental. Aliás, o "consulado" costista tem sido marcado pelo que se diz e escreve sobre o Orçamento de Estado (OE). Nunca os portugueses ouviram tanto falar em orçamento, despesas, receitas, impostos...
Costa e Centeno asseguram que o OE que apresentam é um virar de página na austeridade, pela devolução de grande parte dos cortes que a austeridade do tempo de Passos Coelho fez incidir nos portugueses, sobretudo nos funcionários públicos. De resto, assistimos, segundo o PS, a uma descida da carga fiscal, se exceptuarmos o aumento do impostos sobre os combustíveis.
Portanto, segundo Costa temos um aumento da despesa e uma redução da receita, ao mesmo tempo que temos uma redução do défice. À custa de quê? De um hipotético aumento da riqueza nacional, medida pelo PIB. Estamos, assim, dependentes daquilo que as empresas e as famílias portuguesas possam fazer, este ano, ao nível do aumento da produção (as empresas) e do reforço do consumo (as famílias). Um Orçamento de Estado que se esfuma num conjunto de pretensões, assentes numa base mais do que gelatinosa...
É claro que quando, lá para o final do ano, o défice proposto pelo OE estiver longe de ser alcançado, lá teremos a conversa do costume. "A culpa é da herança", dirá Centeno com o sorriso a que já nos habituou. Costa acompanhará o seu Ministro das Finanças e dirá que tiveram de apresentar o OE a más horas e que a herança era tão pesada que fazer melhor era impossível...
Costa está feito um ilusionista de primeira. Desta vez, ainda tem o apoio da coligação negativa de esquerda. Mas, daqui a um ano lá veremos o BE e o PCP a esgrimirem argumentos para ver quem é que primeiro salta fora da coligação...