domingo, outubro 25, 2015

Cavaco Silva, o clarificador...

António Costa e a esquerda radical, no dia a seguir às eleições de 4 de outubro passado resolveram surpreender o país com a possibilidade de juntarem os trapinhos para chegarem ao poder, fazendo "tábua rasa" de tudo aquilo que disseram de uns e outros durante a campanha eleitoral. Recorde-se que o PCP chegou a acusar o PS de ser igual ao PSD!!!
Pois bem, Cavaco Silva também resolveu surpreender o país, colocando tudo em pratos limpos, com um discurso frontal, direto e sem papas na língua! Para quem era acusado de se comportar como uma múmia, Cavaco Silva revelou-se e fez juz ao seu papel de clarificador...
Claro que agora as esquerdas (a moderada e a radical) parecem estar mais unidas do que nunca, mas Cavaco Silva apenas tem de fazer o que a Constituição o obriga a fazer e o que a sua consciência de moderador o impela a passar à prática: impedir que uma coligação falsa e "cozinhada" à revelia dos portugueses chegue ao poder e destrua tudo o que durante estes quatro anos de dificuldades se conseguiu: o retorno da credibilidade externa, da autonomia financeira, de contas públicas mais equilibradas e do consenso social ao país!!!
Cavaco Silva fez o que tinha de fazer: clarificar e alertar os portugueses para a deriva que poderíamos assistir, caso as esquerdas chegassem ao poder, nas costas do que os portugueses definiram em eleições!!! 

domingo, outubro 18, 2015

Há quem não tenha memória e pense que o passado nunca se repete. Mas, ás vezes, repete-se...

Depois de na noite eleitoral das últimas legislativas todos terem cantado vitória (até Costa se vangloriou do resultado do PS!), eis que a surpresa tomou conta dos espíritos mais sensatos. António Costa, em desespero por manter o lugar de líder do PS, esticou a corda toda e resolveu virar à esquerda, por forma a tentar chegar a Primeiro-Ministro com o apoio da esquerda radical...
Apesar de não haver sondagens sobre o assunto (e sabemos como as sondagens em Portugal têm sido certeiras - basta recordar as sondagens pré-eleitorais que acertaram em cheio!), parece-me que a maioria do eleitorado português se sente defraudado e enganado com a postura de António Costa, inclusivé muitos dos que votaram PS... 
E o que se seguirá? Pois bem, é óbvio que Cavaco Silva terá de dar posse a Passos Coelho para formar governo. Com a recusa do PS para o diálogo à direita, teremos um governo minoritário. Penso que o programa de Governo da coligação passará com a abstenção do PS. A partir daí será tudo uma incógnita, dependendo do aparecimento ou não de uma oposição interna no PS.
Mas quero aqui recordar o que aconteceu em 1987. Quando Cavaco Silva também tinha um Governo minoritário e a oposição de esquerda resolveu derrubar o Governo, o povo não gostou e "brindou" Cavaco Silva com a sua primeira maioria absoluta. Há quem diga que o passado não se repete, mas pode ser que António Costa arrisque derrubar o governo minoritário de Passos Coelho e queira provar da lucidez do povo português. O PS que derrube com o BE e o PCP o governo de Passos... e verá o que o espera. A "pasokização" do PS português já começou... 

segunda-feira, outubro 05, 2015

Limpinho, limpinho!!! O povo (ainda) tem memória...

Os resultados das legislativas de 2015 não deixam margens para dúvidas! O povo português, na sua maioria (e falo da maioria que foi às urnas e que, portanto, fez valer o seu direito cívico de votar), expressou-se de forma muito clara: compreende os quatro anos de sacrifícios que Portugal teve, reconduziu Passos Coelho como Primeiro-Ministro, mas anseia por maior diálogo, negociações e compromissos na Assembleia da República. Contudo, fica claro que a haver compromissos terão de ser feitos entre os partidos do "centrão", ou seja, entre PSD, PP e PS e não com os partidos da esquerda radical, confinados a menos de 20% do eleitorado...
Sejamos claros e sintéticos:
- vitória clara da coligação PSD/PP e, até poderá apelidar-se de surpreendente, se tivermos em conta que os últimos quatros anos foram de muita austeridade;
- derrota estrondosa do PS, tendo em conta que Costa pediu a maioria absoluta e que "substituiu" Seguro, apelidando a vitória do PS nas últimas europeias como a saber a "poucochinho";
- recuperação do BE aos valores deixados por Louçã, mas a evidência de que a maioria do povo não se revê neste partido da esquerda radical para ser alternativa de governo do país;
- mais do mesmo em relação ao PCP, com os tradicionais 400 mil votos comunistas.
É bom que aqueles que pensavam que iríamos assistir a uma derrota estrondosa de Passos Coelho e que pensavam que seria a esquerda (qualquer que ela fosse, com ou sem BE ou PCP) a formar governo, metam na cabeça que, de facto, como dizia o outro, o povo é sereno e tem memória. Sim, memória! Há quem não esqueça como o país estava há quatro anos atrás e compreenda e avalize os quatros anos de governação que tivemos. Apenas pedem maior dose de consenso e governação entre os partidos do chamado arco da governação... Limpinho!!!

domingo, outubro 04, 2015

Finalmente, o dia D...

Nas últimas semanas Portugal viveu em clima de campanha eleitoral. Aliás, nos últimos dois meses o país parece que esteve em estado de "piloto-automático" e as notícias a nível nacional foram "eclipsadas" pelo ambiente de campanha eleitoral. Eleições em Outubro é no que dá: com a silly season das férias de verão e o setembro "preguiçoso" de regresso ao trabalho, Portugal esteve "hipnotizado" nos últimos seis meses, mas, a fazer fé, nas sondagens que todos os dias nos apareceram pela frente o ambiente de campanha eleitoral continuará a perdurar nos próximos tempos. É que não havendo um governo maioritário (que é o mais certo!) a instabilidade política tomará conta do país e os partidos estarão em constante despique (uns à espera de novas eleições; outros na ânsia de se manterem no poder).
Quem esteve sempre em campanha e fez várias voltas a Portugal foi António Costa. Quando chegou a líder do PS, as sondagens davam-lhe maioria absoluta; hoje ficará contente se conseguir mais um voto que seja do que a coligação PSD/PP. A ver vamos se sai de cena após os resultados eleitorais...
A poucas horas de fecharem as urnas acredito na vitória da coligação PSD/PP. Caso isso se confirme será interessante ouvir o que Costa terá a dizer aos portugueses. Caso Cavaco Silva dê posse a um governo minoritário de Passos Coelho estou curioso para ver como se irá comportar o novo líder socialista. Recorde-se o que aconteceu com o primeiro governo de Cavaco Silva: depois da esquerda ter derrubado o primeiro governo minoritário cavaquista, o povo "ofereceu-lhe" uma maioria absoluta...