sábado, novembro 23, 2013

A idade não perdoa. Soares passou-se de vez...

Mário Soares passou-se de vez. E é a idade que o desculpabiliza de tantos disparates que vai dizendo. Bem sei que falamos de um ex-Presidente da República e de alguém que, quer se queira, quer não, terá um lugar na história da democracia em Portugal. Claro que há muitos episódios que apenas a investigação histórica poderão esclarecer (a forma como Soares se apropriou dos louvores da instauração da democracia em Portugal quando falamos de uma revolução de cariz militar ou a sua responsabilidade na forma como o FMI teve de intervir em Portugal para não cairmos na bancarrota e isto já para não falarmos das facilidades obtidas com a sua Fundação ou das ligações obscuras a Angola), mas começa a ser insuportável ter de ouvir as "ignomínias" de Mário Soares contra o actual Governo e Cavaco Silva.
Até parece que o homem já se esqueceu dos elogios que fazia nos primeiros tempos do Governo de Passos Coelho? Será que foi o regresso de Sócrates à ribalta que o fez mudar de opinião? Ou a ânsia do poder para o PS é tanta que agora até ameaça com a violência para ver se temos eleições antecipadas?
A Soares ainda podemos desculpabilizar, na lógica de que a idade não perdoa e, portanto, há que dar um desconto, tais são os disparates que o fundador do PS tem dito e redito. Quanto aos ortodoxos do costume (PCP e BE) também não há novidades, dado que esses apenas dizem mal por dizer. Não sabem fazer mais nada. Nunca governaram e, pelos vistos, não saindo da sua redoma nunca irão governar. Já algumas figuras da vida política portuguesa como António Costa ou Pacheco Pereira, deveriam ter tido um pouco mais de juízo e fazerem como fez o socialista Francisco Assis: colocarem-se à margem do incitamento à violência. 
Começa a não haver paciência para as bocas foleiras de Mário Soares. Acredito que a maioria dos portugueses, apesar de descontentes com a situação do país, não se revêem nas declarações desta personagem que caminha para uma saída muito triste da vida política portuguesa. Só um exemplo: Soares não chega aos calcanhares de um outro ex-Presidente da República, Ramalho Eanes, que aparece poucas vezes, mas que quando aparece sabe o que diz...  
Soares parece estar com graves problemas de memória. É da idade. Mas, pelos vistos, ainda há muitos portugueses que, apesar de mais novos, também não têm memória e se esquecem de como é que o país chegou ao ponto a que chegou. É o país que temos... 

quarta-feira, novembro 06, 2013

O que quer o PS?

Depois da mais do que retardada apresentação pública do guião(?) de reforma do Estado, o Governo desafiou o PS para o diálogo. Como sabemos, a resposta socialista foi um contundente “não”, justificando tal decisão com a total oposição a mudanças a operar na actual matriz do Estado social que temos. Terá sido esta a resposta de que o país (interna e externamente) necessita? Penso que não...
Desde já há que perceber que a imagem que passamos para o exterior é a de um país dependente do financiamento externo que não consegue chegar sequer ao diálogo (já não digo ao consenso) sobre o futuro do Estado social. E, como sabemos, o contexto socioeconómico que ergueu o nosso Estado social nada tem que ver com a actual realidade. Se num tempo em que predominava uma pirâmide etária jovem (com muitos jovens e poucos idosos) era sustentável termos um Estado social como o que conhecemos actualmente, o predomínio de uma pirâmide etária invertida (com uma população crescentemente idosa), aliada a uma dívida externa colossal, implica que se façam mudanças nas bases do Estado social em vigor. Isto se quisermos continuar a ter um Estado social...  Recusar esta ideia como faz o PS é negar as evidências, com claro prejuízo da imagem externa do país.
E, internamente, o que podemos dizer desta recusa socialista? A ideia que passa é que o PS apenas aguarda pelo dia em que cheguem as eleições legislativas. Até lá, não se quer comprometer com qualquer tipo de compromisso que implique insatisfação na opinião pública. Onde é que já vimos isto? Na oposição não se falam em cortes e, já instalados no poder, justificam-se com a herança recebida...
E como pode um país avançar e dar uma imagem de credibilidade quando o que comanda muitos dos nossos políticos é a falta de compromisso e a ânsia da espera da queda do actual poder? Vejam o exemplo da Alemanha, onde partidos opostos, a bem do país, se entendem. Por cá, é a politiquice do costume que domina cada dia que passa...