sábado, setembro 12, 2015

Aí está a campanha, com Sócrates como protagonista...

Passos Coelho deve estar satisfeitíssimo. Mal Sócrates saiu da prisão de Évora para a casa da ex-mulher (estranho, não é?) em prisão domiciliária, eis que as sondagens mudam de direção e começam a sugerir que o PS pode não ganhar as eleições. Pois é, a vida não está fácil para António Costa e a forma como o candidato socialista se enervou no debate a dois com Passos Coelho cada vez que ouvia a palavra "Sócrates" deixa claro que o nervosismo tomou conta das hostes socialistas. O que eles queriam é que Sócrates estivesse calado, surdo e imune ao protagonismo. Ora, Sócrates quer é o inverso. Quer que lhe façam visitas e que estas sejam notícia. Quer que os jornalistas lhe façam perguntas. Quer que os seus advogados continuem a aparecer nos jornais. Quer que se fale dele...
Quer queiramos, que não (e o PS não quer), cada vez que se fala de Sócrates é como que um clique que se faz na memória dos portugueses. É o regresso ao passado recente de há quatro anos atrás, quando Portugal estava impossibilitado de recorrer ao crédito externo e, portanto, à beira da bancarrota. De quando o PS teve de chamar a troika. Sim, foi o PS e não o PSD como afirmou Costa no debate (é preciso ter muita lata para vir dizer que foi o PSD quem chamou a troika!).
Falta menos de um mês para as eleições legislativas e o PS já percebeu que terá de recorrer à estratégia do medo para tentar ganhar as eleições. Daí que venha pressionar a classe média com a conversa dos lesados do BES ou que venha meter medo aos pensionistas com o "bicho papão" do plafonamento das pensões...
Ainda se lembrarão os socialistas de quando, há menos de um ano, discutiam a dimensão da maioria absoluta que iriam conquistar? Agora é vê-los a tentar ganhar as eleições, nem que seja por um único voto de diferença. E sabem quem é o sujeito que, por esta altura, mais se estará a rir com esta novela toda? O Seguro, pois é! E só não é o Sócrates porque este já leva com nove meses de cadeia nas costas. Aliás, em termos de risota, aconselho a leitura desta excelente artigo da São José Almeida disponível aqui...   

quarta-feira, setembro 02, 2015

Professores vs Médicos

A Educação e a Saúde são considerados como os dois sectores sociais mais importantes de um país e decisivos para "medir" o nível de desenvolvimento humano. É a ONU que o diz...
Ora, basta analisar as capas de dois dos principais jornais desta semana para avaliar o ponto de situação das principais classes profissionais que dominam a Educação e a Saúde: médicos e professores, respectivamente...
Depois de conhecidas as listas de colocação de docentes para o próximo ano lectivo, o Público fala de uns largos milhares de candidatos a professores que o não conseguem ser. Fala também de largos milhares de professores que ficaram colocados longe das suas áreas de residência, longe das suas famílias e com o "fardo" de terem de suportar despesas de alojamento e largas horas passadas nas deslocações para as escolas... Isto já para não falar do clima de "guerrilha" existente na classe dos professores...
Já o DN fala que os concursos para a colocação de médicos em muitos dos hospitais deste país, sobretudo em regiões do Interior, ficaram "desertos". Os médicos podem dar-se ao luxo de não concorrerem para certas regiões do país, porque desemprego é algo que não lhes bate à porta. E, com tantas Universidades a formarem médicos (são largas centenas aqueles que todos os anos saem das Faculdades de Medicina prontos a exercerem), nem assim Portugal consegue ter os seus hospitais públicos apetrechados do número de médicos suficientes para as necessidades do país.