domingo, fevereiro 24, 2013

O punho fechado não engana ninguém...

A originalidade e a espontaneidade deram lugar ao aproveitamento político dos de sempre que aproveitam toda e qualquer oportunidade para "malhar" no Governo. O punho fechado é elucidativo da origem política desta gente e agora o efeito surpresa esgotou-se...
As redes sociais são, nos dias de hoje, a "arma" a que muitos jovens (desiludidos com as medidas tomadas por este governo) têm recorrido por forma a poderem manifestar-se sem estarem dependentes dos sindicatos. É um sinal positivo que demonstra interesse dos mais jovens na defesa dos seus interesses. Desde que a manifestação não seja sinal de má-educação ou de violência só tenho a elogiar esta capacidade dos mais jovens para chamarem a atenção da opinião pública para as suas causas!
A originalidade tem sido pedra de toque e a recente "espera" que algumas dezenas de jovens fizeram ao ministro Miguel Relvas na ISCTE é disso prova. Contudo, as tentativas de "copiar" o original por parte de alguma gente de esquerda resultam na total perda de credibilidade. Foi o que aconteceu com as palavras de ordem que uns "gatos pingados" proferiram para com o ministro da Saúde, ao apelidarem-no de ladrão e ao gritarem que o ministro está a "assassinar os portugueses".
Se no próximo dia 2 de Março voltarmos a assistir a uma manifestação ordeira como a que ocorreu no último 15 de Setembro estaremos na presença de uma nova fase do ideal contestatário, imune a partidos e sindicatos, e assente no poder das redes sociais para aglutinar gente de várias proveniências etárias e sociais e que sentem a necessidade de manifestar a sua desilusão com o poder político que nos governa. Contudo, se a lógica for a da "perseguição" às aparições públicas de Ministros e secretários de Estado, assente na violência verbal e até na ameaça física (a que já assistimos para com a Ministra Assunção Cristas) há que ver estas situações como casos de desordem pública que devem ser pronta e eficazmente resolvidos...
Acho bem que ninguém no Governo passe a imagem que a solução é deixar de aparecer em público!

sábado, fevereiro 09, 2013

O facilitismo estende-se às universidades

Há uns dias atrás o Público noticiava que existem politécnicos e universidades que concedem uma bonificação na nota final de curso aos alunos que têm um percurso escolar "exemplar", ou seja, que completam o curso no número de anos previstos, sem qualquer chumbo pelo meio. Há situações em que a média final de curso pode ser acrescida de um valor!
De facto, a proliferação de institutos e universidades um pouco por todo o país, isto já para não falar das instituições de carácter privado, fez com que a qualidade média do ensino ministrado no superior decaísse a pique. É a velha lógica da lei da oferta e da procura, só que agora aplicada ao ensino superior. Com centenas de cursos a invadir o país a qualidade média dos mesmos decai e apenas alguns (os do costume!) continuam a ter como pressupostos básicos a exigência, o rigor e a qualidade.
Se há uns atrás foi no ensino não superior que se verificou a banalização do facilitismo, situação provocado pela massificação do acesso ao ensino, agora é já no superior que a epidemia facilitista chegou em força. Já não bastava termos cursos em que a média de entrada é de 9,5 valores e a forma como quem tem mais de 23 anos consegue entrar no ensino superior! Agora, basta que um aluno faça aquilo que tem obrigação de fazer (estudar e fazer o curso nos anos devidos) que também recebe um prémio: uma bonificação da sua nota. Qualquer dia inventam mais qualquer coisa para premiar os alunos que não chumbam (por exemplo, permitir a entrada direta nos politécnicos a alunos que terminem um curso profissional no secundário!) e o facilitismo não pára... Não será por acaso que os politécnicos dizem querer apoiar as escolas secundárias na ministração dos cursos profissionais. É no que dá termos politécnicos a mais e alunos a menos!
A autonomia do ensino superior é positiva quando os interesses financeiros não se colocam acima dos interesses pedagógicos. Ora, sabemos que o lóbi dos politécnicos e das universidades tem um interesse a preservar: o posto de trabalho de milhares de docentes universitários. Deste modo, ninguém fala em encerrar politécnicos ou pólos universitários e todos dizem que têm uma missão a cumprir em prol do desenvolvimento regional. À custa de quê? Da menorização da exigência que no ensino superior deveria ser bem elevada...
Urge uma reforma séria de todo o ensino superior e se para isso for necessário retirar autonomia aos politécnicos e universidades que se retire. É que há quem não saiba compatibilizar exigência com autonomia e muitos reitores não o sabem!!!