quinta-feira, julho 31, 2003

Uma decisão de aplaudir!

O veto presidencial de Jorge Sampaio às alterações à lei-quadro de criação de municípios, decidida hoje, não constitui mais do que a solução lógica que se poderia esperar do Presidente da República, depois da confusão suscitada pela maioria governamental há umas semanas atrás.
De facto, o PSD e o PP foram os principais culpados pela onda de indignação que percorreu o país, pela pretensa ascensão de Fátima e Canas de Senhorim a concelhos, sobretudo em tempo de crise e quando as condições destas duas freguesias são insuficientes para tal decisão.
Por isso, aqui deixo o meu aplauso ao veto de Jorge Sampaio. Só quero ver agora como vão reagir os habitantes de Fátima e Canas... Vou-me fartar de rir... Áh! Áh! Áh!

O General piegas!

Depois da exoneração do Chefe do Estado-Maior do Exército, Silva Piegas, perdão Silva Viegas, a pedido deste, invocando falta de confiança no Ministro da Defesa, Paulo Portas, realiza-se hoje um jantar que irá juntar nove Generais que já exerceram em tempos este destacado cargo militar. O objectivo da realização desta reunião à mesa parece ser o de pressionar Paulo Portas para que, mais uma vez, este sinta as suas "orelhas a arder". O General "queixinhas" irá contar aos seus amiguinhos o que o fez sair do cargo que ocupava e dará azo a que os políticos da oposição e a comunicação social mais hostil atire "bombas" ao ministro Paulo Portas.
Ao longo dos últimos meses, tanto PS, PCP e BE, como alguns militares frustados (como o General Loureiro dos Santos) e alguma comunicação social, tudo têm feito para que Paulo Portas se demita e, assim, o Governo de Durão Barroso possa cair e dar origem a eleições antecipadas. Tudo é aproveitado para deitar achas para a fogueira de Paulo Portas! Será que esta gente não vê que, neste momento, o melhor para o país é deixar que este Governo resolva os problemas que o Governo de Guterres deixou?

A conversa do pois-pá!

Nos vários noticiários televisivos das 13H horas de hoje, tivémos a oportunidade de apreciar o conteúdo de umas das milhares de escutas telefónicas feitas a Ferro Rodrigues no âmbito do caso Casa Pia. Não vou questionar a pertinência de tais escutas, nem a sua validade jurídica para o caso em questão. Para isso servem os jurístas.
Apenas quero pronunciar-me sobre a conversa tida entre o líder do PS, Ferro Rodrigues e o líder parlamentar do PS, António Costa, e que nos foi dada a conhecer na íntegra em todos os serviços noticiosos de hoje.
Na dita conversa telefónica, que durou cerca de dois minutos, os dois intervenientes utilizam de forma recorrente expressões como "pá" e "pois"! Então, Ferro Rodrigues parece viciado no termo "pá" e utiliza-o constantemente para se dirigir ao seu interlocutor. António Costa é mais comedido e cinge-se a um constante "pois, pois".
Através destes verdadeiros "apanhados" telefónicos ficamos a saber como falam de facto os nossos políticos, e não por meio dos seus discursos pomposos e preparados, cheios de palavras caras e bonitas, que não passam de autênticos "termos de circunstância". Efectivamente, os nossos políticos dão a imagem de que têm uma capacidade oratória fenomenal (alguns, uma excepção, têem-na de facto), mas a maioria comportam-se como Ferro Rodrigues: pela frente falam de uma maneira, mas por trás só dizem "pá", "pois" e outras banalidades!

Libéria: a desordem completa!

Ontem à noite a SIC-Notícias emitiu uma reportagem-choque que retrata a guerra civil que ocorre na Libéria há já alguns anos. Mais uma vez, foi a SIC-Notícias que exerceu o verdadeiro serviço público que deveria ser ponto de ordem na RTP.
O que ontem passou na televisão deixa qualquer pessoa consternada sobre a forma como a vida humana pode ser tão deprezível. Cidadãos de um mesmo país envolvem-se há vários anos numa verdadeira batalha campal com a intenção de dominarem o poder político. Dos dois lados da barricada encontram-se os afectos ao Presidente Charles Taylor e os rebeldes que tentam a sua destituição. Nesta guerra civil vale tudo: alguns "combatentes" chegam ao ponto absurdo de comerem corações dos inimigos como forma de, dizem eles, "ganharem forças". E muitos destes "combatentes" têm idades que rondam os 12 anos.
Enfim, uma completa desumanização que grassa na Libéria e noutros países do continente africano que nos faz interrogar sobre que fututro poderá ter a África quando o cérebro de muitos africanos ávidos de guerra parece ter um completo déficit de neurónios!

quarta-feira, julho 30, 2003

Isto sim, é discriminação!

Para o próximo mês de Agosto está prevista a abertura de uma escola do ensino secundário na cidade de Nova Yorque, destinada exclusivamente a gays, lésbicas e transsexuais. Isto sim, é o que se pode denominar pelo absurdo da discriminação: ter escolas que recebem alunos, tendo em conta apenas a sua orientação sexual!
Que dirão as organizações portuguesas que congregam entre si este tipo de cidadãos portadores de "disfunções sexuais", acerca da abertura desta escola que constitui em si mesma o pior do que a discriminação sexual pode levar a efeito. De facto, não são essas pessoas que defendem a ideia de que se deve combater a discriminação, o racismo e a xenofobia (e com toda a razão!)? Pois bem, se a Opus Gay e outras organizações desse género vierem defender o que se prepara para fazer em Nova Yorque, estão apenas a revelar a insustentabilidade dos seus princí­pios, pois, efectivamente, quem está a exercer uma atitude discriminatória é o conjunto de gays, lésbicas e transsexuais que se preparam para se inscreverem nessa escola norte-americana.
Seria, efectivamente, um retrocesso no tempo voltarmos a ter escolas destinadas só a cidadãos negros ou raparigas, ou como está prestes a ocorrer em Nova Yorque, a pessoas que sofrem de uma qualquer "disfunção sexual"! Claro que nos próximos dias muito se irá falar acerca desta questão, mas gostaria de saber a opinião dos gays portugueses sobre este tema.
Uma coisa é certa para mim: se vierem defender a criação de escolas para frequência exclusiva desse tipo pessoas, a minha reacção para com elas (que já não é de bom grado) irá ser de total desprezo, pois quem fomenta a discriminação sexual são, de facto, essas organizações. E ainda falam em igualdade de direitos! Essas pessoas que sofrem, quanto a mim, de "perturbações do foro psicológico" devem é tomar juízo e integrarem-se na sociedade sem fazer "alarme" das suas tendências sexuais! Eles que crescam intelectulamente, pois não é com este tipo de ideias (escolas só para gays!) que conseguem a compreensão do resto da sociedade. A minha não a terão certamente!

terça-feira, julho 29, 2003

A propósito da idade da reforma.

Um dia destes tive uma conversa animada com um amigo meu que defende a ideia de que a idade da reforma não deve aumentar, como pretende o Governo português e outros por essa Europa fora. A minha formação académica em Geografia permite-me estar mais à vontade nestas questões sociais e, por isso, penso que, de facto, se torna inevitável que este Governo liderado por Durão Barroso não tenha receio em fazer aumentar a idade da aposentação.
Várias razões sociológicas, próprias dos países mais desenvolvidos, levam a que se concretize esta medida. A mais importante está relacionada com o aumento da esperança média de vida da população. Em Portugal, em 2001, a mesma era já de 73,5 anos para os homens e 80,3 anos para as mulheres, sendo ambos os valores inferiores à média da União Europeia que lhes correspondem: 75,3 e 81,4.
Ora, ao nível da sustentabilidade das Finanças Públicas, o principal campo de impacto de uma tal alteração estrutural – outros são os sistemas de saúde e de educação – é o sistema de segurança social, nomeadamente ao nível das pensões de velhice e reforma. O envelhecimento da população portuguesa e a diminuição da percentagem de população activa, devido à baixa da natalidade, repercutir-se-á num problema claro de entender: a população activa que desconta é cada vez menor em proporção com a população que usufrui das reformas e pensões do Estado.
Sendo que a taxa de natalidade em Portugal, nos próximos anos, continuará reduzida, o pagamento de pensões de reforma durante vários anos associado ao aumento da esperança média de vida poderia conduzir, dentro de alguns anos, Portugal a uma grave crise financeira.
Para Portugal, tal como para muitos países europeus, mais pessoas idosas a trabalhar poderá significar uma diminuição das despesas do Estado com as pensões de reforma, e ao mesmo tempo uma forma de combater a diminuição da força de trabalho, uma tendência que, devido ao aumento do número de mulheres a trabalhar e à consequente diminuição das taxas de natalidade, se tem vindo a acentuar nos últimos anos.
Os sistemas de reforma, que muitos portugueses pouco informados defendem, foram concebidos no início do século passado, numa altura em que se começava a trabalhar por volta dos 13 anos e aos 60 anos era-se velho. Actualmente, uma pessoa com 60 anos não é velha e o primeiro emprego surge, regra geral, depois dos 20 anos. Com os cuidados de saúde que se têm actualmente e com a diminuição do desgaste físico, uma pessoa chega à idade da reforma ainda em condições de continuar a trabalhar. Por esta razão, é fácil de entender a necessidade de alargar o período de trabalho. Claro que explicar esta realidade a sindicatos de esquerda ou aos comunistas se torna uma tarefa mais árdua, mas não impossível!

Sampaio e o susto na capital!

Hoje acordámos com a notícia de que se registou, por volta das 6.30H da manhã um sismo de 5,4 na escala de Richter, em Lisboa e na Zona Sul do território continental. Na Madeira, o Alberto João Jardim trata de provocar outro tipo de abalos! Por cá, muitas pessoas conseguiram sentir o abalo em suas casas, embora o mesmo não tenha provocado, felizmente, quaisquer danos materiais.
Eu pergunto: será que este abalo sentido na capital portuguesa se deveu ao facto do Presidente Jorge Sampaio ter juntado os principais intervenientes judiciários na noite de ontem para um jantar onde certamente o ambiente terá sido de cortar à faca?
De vez em quando, Jorge Sampaio lembra-se de se transformar numa espécie de "benemérito" com a intenção de dar a imagem de que se preocupa com tudo o que ocorre de menos bom no país. Agora anda com a mania da Justiça na cabeça e, por isso resolveu juntar à mesa de um banquete presidencial as figuras mais destacadas da Justiça portuguesa, tais como o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o presidente do Tribunal Constitucional, o procurador-geral da República e o bastonário da Ordem dos Advogados, entre outros. Enfim, um conjunto de personalidades que pela frente parecem muito amigos, mas que pelas costas libertam "cobras e lagartos" de uns e outros.
Cá para mim o que Sampaio pretende é tentar fazer os possíveis para ilibar o seu amiguinho Paulo Pedroso e forçar a que se fique com a ideia de que Ferro Rodrigues nada tem que ver com o caso Pedófilia da Casa Pia, de forma a que o mesmo se mantenha como líder do PS até umas próximas eleições legislativas.
Efectivamente, os últimos passos de Jorge Sampaio de cada vez que surje mais uma "bomba" do caso Casa Pia mostram que as consequências se assemelham a autênticos sismos que abalam as hostes socialistas, Presidente Sampaio incluído. Como decorrerão os próximos episódios desta verdadeira novela?


segunda-feira, julho 28, 2003

Para quando um pouco de juízo?

A propósito de espectáculos circenses, não é apenas em Cuba que alguns líderes políticos se prestam a fazer figuras de autênticas personagens de filmes cómicos de terceira categoria! Também, em Portugal, temos, infelizmente, o direito a assistir a espectáculos desta natureza.
Ontem, na Madeira ocorreu um verdadeiro vendaval de discursos, qual deles o melhor na arte de bem representar figuras cómicas! Aposto que o primeiro lugar foi ganho por Jaime Ramos, secretário-geral do PSD-Madeira e braço direito do Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim.
O delfim do líder madeirense tem aprendido com o seu mestre e nota-se um verdadeiro esforço no sentido de o tentar igualar na capacidade de fazer rir os outros. Desta vez, veio exigir a "libertação" e "autonomia total" da pátria madeirense, num tom agressivo no qual só faltou um pouco de sangue, já que suor e lágrimas houve em abundância.
Quando é que será que chega à Madeira (e já agora também aos Açores, mas em menor porção!) uma boa dose de juízo aos líderes insulares no sentido de que os mesmos tenham um pingo de vergonha pelas figuras a que se prestam? O caso da Madeira parece que só terá solução quando Alberto João Jardim e seus acólitos sairem do poleiro ou quando nós, continentais, nos fartemos daquelas gentes e lhes façamos a vontade de os deixar à deriva, prontos a caírem do abismo! Dos Açores falarei noutra ocasião, pois o caso patológico não me parece tão grave!

À espera da morte!

Este fim de semana tivémos a oportunidade de assitir a mais um episódio, digno de um verdadeiro espectáculo noveleiro, protagonizado pela figura circense de Fidel Castro. O ditador cubano aproveitou o seu último discurso, que durou várias horas, para demonstrar a sua teimosia e arrogância, vindo afirmar que o "seu" povo não necessita da ajuda humanitária proveniente dos governos de países livres e democráticos da União Europeia, Portugal incluído.
Será que teremos de esperar pelo desaparecimento físico do líder cubano para que a esperança democrática chegue a esta ilha comunista da América Central? Será que, tal como ocorreu em muitos países do mundo, torna-se necessário que, também em Cuba, o ditador morra para que o povo possa, enfim, esmerar a viver num país onde os cidadãos possam escolher os seus governantes através de eleições livres e democráticas?
E, como é possível que os comunistas portugueses continuem a fazer figura de parvos distraídos, não admitindo que Cuba é, de facto, um país onde impera um regime de ditadura comunista? Será que, também aqui em Portugal, se está pacientemente à espera que o patriarca Álvaro Cunhal "feche os olhos" para que surja uma luz de verdade ao fundo do túnel?

sexta-feira, julho 25, 2003

Pior só nos carrinhos de choque!

Conduzir em Lisboa a uma sexta feira é simplesmente uma aventura! Por isso, hoje propus-me em deixar o carro parado à porta de casa e utilizar um dos transportes públicos disponíveis na capital portuguesa. Tive de me deslocar a vários pontos da cidade e o meio de transporte que achei mais adequado foi o metropolitano. Este constitui, sem dúvida, nesta cidade infestada de betão e stress a forma apropriada para uma deslocação rápida, eficiente, suficientemente calma e inclusivé barata comparada com o autocarro ou o táxi.
Nas horas de ponta os tímpanos dos ouvidos começam a queixar-se com a barulheira que inunda as avenidas e ruas de Lisboa. Ao longo das avenidas novas, desde a Praça do Comércio até ao Campo Grande, a cada paragem no semáforo vermelho é possível vislumbrar as caras amuadas e empastadas de suor dos condutores lisboetas. Uns reclamam com o condutor da frente ou do lado, outros começam aos gritos às mulheres que os acompanham, outros tiram do maço de cigarros, enfim o stress acumulado naqueles corpos evidencia-se à distância.
Neste aspecto, entre outros, a qualidade de vida nas grandes cidades portuguesas é completamente irrisória! Sobretudo em Lisboa e no Porto, a opção de se andar de automóvel torna-se uma verdadeira aventura amarga que não deixa recordações a ninguém. Pior só nos carrinhos de choque, apesar de haver pessoas que se conseguem divertir nestes! Agora o que se passe em Lisboa é, neste particular um verdadeiro inferno!
Cada vez mais me convenço que vir a Lisboa é como comer hamburgueres: só apetece de vez em quando e para matar saudades!

Uma aventura na selva...

Ontem fui por volta da meia-noite, com a minha namorada e um amigo, até a um bar situado na zona do Saldanha, em Lisboa. Ao entrarmos, deparámo-nos com um verdadeiro panorama contraditório, para o melhor e para o pior! No bar encontravam-se dezenas de pessoas, que depois de uma breve análise sociológica se poderiam agrupar em três grandes grupos: um primeiro agrupando pessoas normais que apenas tinham a intenção de tomar uns copos e trocar dois dedos de conversa (nós, claro, estávamos aí incluí­dos); um outro conjunto de pessoas nas quais se destacavam umas raparigas todas jeitosas e devidamente aprumadas à caça de machos, e, finalmente, um grupo de "homens" de características algo suspeitas, dado os seus "tiques" demasiado enfemininados.
Este último grupo de pessoas, que davam, quanto a mim um toque algo "arrepiante" ao bar, e a que alguns denominam de "rabetas" ou "paneleiros" parece estar a aumentar cada vez mais aqui para os lados da capital! Ainda me lembro que, há uns dez anos atrás, quando vim estudar para Lisboa, qualquer pessoa minimamente informada sabia que esse género de pessoas, que não conseguem passar despercebidas, se juntavam em locais que lhes pareciam prédestinados. Destacavam-se nesse tempo o Frágil e mais alguns bares do Bairro Alto e da 24 de Julho. Agora, qualquer pessoa arrisca-se a ir tomar um copo com a namorada ou uns amigos a um qualquer bar de Lisboa e a ter de levar com os comportamentos algo desviantes desses seres humanos cada vez menos raros...
Claro que uma árvore não faz a floresta, mas neste caso particular, a maioria dos gays portugueses parece estar nesta altura a atravessar uma fase de quererem assumir aquilo que são, sem terem a preocupação de, pelo menos, tentarem passar um pouco mais despercebidos aos transeuntes. Como é que essa gente se quer inserir normalmente na sociedade em que vivemos, quando são eles próprios a demonstrarem descaradamente aquilo que são? Já parecem aquelas pessoas que se julgam pertencer ao jet-set e fazem tudo por aparecer nas revistas cor-de-rosa. A alguns deles, só lhes falta andar com um rótulo na testa a dizer "Eu tenho orgulho em ser gay"!
Sinceramente, para se inserir numa sociedade livre e aberta, penso que jamais se pode ir contra a liberdade dos outros. Ora, o que muitos gays fazem, sobretudo quando se encontram em grupo, é assumirem uma postura que é tudo menos discreta, chegando ao ponto de falarem num tom de voz mais elevado, mas também mais melodioso, para se fazerem ouvir, assemelhando-se mais a umas mulheres esganiçadas do que a verdadeiros homens.
Por vezes, ir a um bar já equivale quase como que ir a uma selva, onde os bichos raros já somos nós! Só espero que esta fase por que parecem atravessar os gays passe depressa, para podermos voltar aos velhos tempos em que se podia ir para um qualquer bar, café ou discoteca sem ter de aturar as manias desses tipos tão "lélés"!

quinta-feira, julho 24, 2003

A mulher, esse "bichinho" raro...

Este post destina-se apenas a homens. Por isso, se é mulher aconselho-a a não continuar a leitura. Combinado?
Nós homens, temos que ser muito pacientes com a psicologia feminina, tantas vezes difícil de compreender. Nos últimos dias tenho-me apercebido de que o calor do Verão provoca nas mulheres portuguesas (não sei ainda se também nas estrangeiras?) um síntoma de irritabilidade que para nós, homens, é complicado de aturar. Dou vários exemplos: ou estão mais gordinhas, ou estão ainda muito branquinhas, ou querem comer gelados e não podem, ou começam a comparar-se com outras, enfim, uma série de manias que se evidenciam quando a temperatura aumenta.
Então a conduzirem é uma desgraça! Põem-se a olhar tantas vezes para o espelho que são um verdadeiro perigo na estrada! E as conversas à mesa do café? Que seca! "A Maria anda a armar-se em boazona"; "Já viste como a Ana anda vestida?"; "Olha como a Susana engordou!"; "Já sabes que a Paula se vai casar com o palerma do Fernando?"; "Olha ali a Teresa com outro rapaz!"; "A Lídia tem a mania que conquista todos os rapazes". Em conclusão, torna-se quase insuportável aturar duas ou mais mulheres juntas ao café ou em qualquer outro sítio!
Que fazer então face a esta situação deveras complicada para nós homens? Aqui deixo duas soluções: deixá-las conversar e dar um passeio pela praia sem que elas saibam. Sempre dá para arregalar os olhos! Ou então ir jogar uma partida de snoocker a um bar bem frequentado pelo género feminino, mas desde que se ouça uma musiquinha de fundo para que elas não se façam ouvir!
Entretanto, há que ter muita paciência até que chegue o Outono! Até lá, as mulheres portuguesas vão continuar com as suas conversas desinteressantes e que apenas são um sinal de como elas se deixam invadir por atitudes tão mesquinhas como a inveja e o ciúme.

quarta-feira, julho 23, 2003

Conflitos entre jornais...

Nos últimos dias, o Público e o Diário de Notícias parecem estar entretidos ao despique a propósito das escutas telefónias a que Ferro Rodrigues foi ou não alvo depois da prisão de Paulo Pedroso. O Público fala em quase 2000 escutas ao telemóvel de Ferro Rodrigues, enquanto o Diário de Notícias afirma que tal situação não se verificou.
É impressionante constatar como dois órgãos de comunicação social tidos como imparciais conseguem ter notícias de primeira página completamente antagónicas! Que se passará com os jornalistas portugueses? Em que informações é que os leitores poderão confiar se um jornal diz uma coisa e o outro diz precisamente o contrário? Se já é difícil acreditar nos políticos em quem mais se poderá confiar?
Às vezes parece que os órgãos de comunicação social (jornais, rádios e televisões) parecem estar tão por dentro dos acontecimentos, que se chegam a subtituir até aos próprios acontecimentos! Chega a dar a entender que políticos, juízes, advogados e jornalistas andam todos numa roda viva, com a cabeça no ar, ora afirmando uma coisa, ora desdizendo o anteriormente dito!
Uma coisa é certa: esta questão das supostas escutas telefónicas ao Ferro Rodrigues já chateia. Será que os jornais tidos como os mais credíveis já se politizaram, tentando imitar os conflitos existentes entre os partidos políticos?

O cúmulo da estupidez!

O que aconteceu há dois dias em Espanha, com a ocorrência de mais um atentado terrorista levado a cabo pela ETA em duas estâncias turísticas de Benidorm e Alicante constitui o exemplo tipico de como a mente humana se revela tantas vezes como refém da mais pura mesquinhez estúpida. Os terroristas do País Basco, com a intenção de fazer valer as suas reivindicações, não têm o mínimo de respeito e consideração pela vida humana de inocentes, realizando verdadeiras acções que apenas evidenciam ódio e raiva. Como pensam alcançar os seus objectivos com este tipo de actos ofensivos da liberdade de cada um?
Nós, que em Portugal ficamos assustados com qualquer ameaça de bomba que não passa disso mesmo (ainda há pouco tempo as gentes de Esmoriz ameaçaram com uma bomba na linha de caminho de ferro do norte que não se concretizou!), imaginemos o que sentirão os espanhóis que todos os dias são perseguidos pelas intenções malévolas da ETA! Como se pode governar um país que vê em risco a sua capacidade turística devido às ameaças e concretizações de uma organização terrorista que parece assemelhar-se ao mais puro fanatismo político? Aznar revela uma frontalidade que deveria servir de exemplo a muitos políticos portugueses...
Que seria de Portugal se agora uma qualquer organização exigisse a independência de uma região? Que seria de Portugal se agora as gentes de uma qualquer freguesia exigisse a sua passagem a concelho? Provavelmente, com o medo que muitos governantes de Portugal demonstram, facilmente de deixariam vergar pelos anseios dos terroristas!
Com o tipo de acções que a ETA executa, todos os seus anseios (por mais justos que sejam) devem ser negados. Por isso, apoio todos aqueles que são contra a ETA e os seus desejos independentistas...

terça-feira, julho 22, 2003

Cuidado com as máfias!

No passado fim de semana ocorreu-me uma situação que apenas demonstra ao ponto a que chegou este país que se diz de brandos costumes, mas onde na verdade impera a mentira, a ganância e o vale-tudo!
Em Caminha, no Minho, apareceu-me um sujeito que disse querer-me vender uma câmara de vídeo digital da marca Sony, que em qualquer loja da especialidade custaria à volta de 1000 euros. O sujeito propos-me vender a máquina de filmar por apenas 600 euros. Justificou a pressa de vender aquela e outras máquinas que tinha consigo devido ao facto das mesmas terem sobrado de um negócio que havia feito com um gerente bancário. Apenas exigia dinheiro fresco.
Mostrou-me o produto, embalado numa caixa da Sony, com o devido número de série e código de barras, deixou-me experimentar a máquina (posso assegurar que funcionava) e disse-me para analisar a máquina à vontade, assegurando-me que a mesma era completamente nova.
Tentei, por curiosidade, saber até que preço o sujeito estaria disponível para me vender a máquina. Não baixou dos 400 euros. Resolvi não comprar o produto, mas vim mais tarde a saber que a jogada do mafioso é muito simples: adquire máquinas digitais de filmar da marca Mustek (uma marca praticamente desconhecida) que estão à venda no mercado por cerca de 200 euros e depois coloca diversos rótulos autocolantes Sony por cima dos locais onde diz Mustek, dando a entender que está a vender um produto da marca Sony. Até o livro de instruções tem a capa alterada de Mustek para Sony. Quem adquire a máquina não sabe que o mesmo é da marca Mustek, nem tão-pouco sonha que a máquina vem com uma disquete de filmagem com capacidade para apenas 2 minutos. Se quiser uma disquete de máxima capacidade de filmagem (que nas máquinas de marca Mustek é de apenas 20 minutos) terá de desembolsar cerca de 100 euros.
Conclusão: andam por aí verdadeiras redes organizadas que se dedicam à venda de produtos de contrafacção, com milhares de euros de lucro e que são difíceis de apanhar pelas autoridades competentes. Nem os marroquinos fariam melhor!

Em espera... até quando?

Uma das situações que mais me irrita neste país, onde ser funcionário público equivale a ser quase como que um alentejano preguiçoso, é quando necessito de recorrer a qualquer repartição pública para obter uma simples informação e a mesma insiste em não sair da cepa torta.
Aconteceu-me ontem, quando tive que telefonar para um dos muitos serviços do Ministério da Educação para alterar uma simples data de nascimento. Primeiro, depois de muitas tentativas, tive que estar à espera vários minutos para que atendessem o telefone, depois apareceu-me uma senhora que me disse para esperar que passasse a ligação a outra funcionária, para depois esperar mais quinze minutos e...nada!
Conclusão: gastei dinheiro no telefone, perdi trinta minutos à espera , não resolvi o assunto e ainda ganhei uns quantos cabelos brancos sem querer!
Cada vez mais me convenço que é urgente uma nova reforma na Administração Pública. Caso contrário, continuaremos a andar tão devagar que até um caracol nos ultrapassará...

O bombo da festa!

Ontem, num dos noticiários televisivos vi uma imagem do Ferro Rodrigues em andar apressado a bater "forte e feio" num bombo. Até parecia que o Durão Barroso se tinha transformado por uns instantes naquele instrumento musical ao qual Ferro Rodrigues batia com tanta força, que até aqueles olhos esbugalhados pareciam querer saltar da sua cara. Só faltava gritar: "batamos no monstro que quer destruir o PS!".

Novela à portuguesa!

Nos últimos dias temos sido confrontados com diversas notícias respeitantes à vida privada de Pinto da Costa. Tudo se resume a uma série de confrontos verbais (e dizem que até físicos!) entre o Presidente do F.C.Porto e a sua ainda esposa no papel.
Mas, o que me deixa estupefacto com esta situação toda é a figura a que algumas pessoas se prestam (neste caso Pinto da Costa) que vêm para a praça pública, recorrendo a conferências de imprensa, para explicarem a sua versão dos factos. Quando o Presidente do F.C.Porto afirma que não se deixa afectar pelas mentiras que aparecem nas primeiras páginas dos jornais, e de seguida, convoca as televisões, rádios e jornais para mostrar extractos bancários e documentos que, supostamente, defendem a sua posição, Pinto da Costa está a rebaixar-se e não a ignorar, como afirma que faz, as notícias que chegam à praça pública.
Quando a vida que se quer privada é posta à disposição de todos através de conferências de imprensa apenas se está a incentivar a devassa da privacidade, correndo-se o risco de se fazer figura de protagonista de novela brasileira. Tudo bem, que no Verão as notícias não abundam, mas nada justifica que se tome uma medida tão mesquinha de aparecer na televisão a dizer quanto dinheiro se dá à filha, a mostrar cheques, a falar de divórcios litigiosos, enfim, uma multiplicação de factos que deveriam ficar guardados no seio da família.
Das duas uma: ou Pinto da Costa tem a consciência pesada e viu-se na obrigação de vir explicar a sua versão dos factos, ou, estando inocente, pretende fazer um espectáculo que apenas servirá de entretém e risota para benfiquistas e sportinguistas. Ou então, há uma terceira hipótese: Pinto da Costa pretende distrair-nos a todos para não se falar da possível saída de Deco para Espanha! Uma coisa é certa: Pinto da Costa parece ser como o Vinho do Porto: quanto mais velho...

segunda-feira, julho 21, 2003

Para o ano há mais!

E lá acabou mais um Festival de Vilar de Mouros! Este ano, com um cartaz menos "chamativo", mas com uma adesão que não ficou aquém do esperado, pelo menos na primeira noite. Dos grupos que vi actuar na sexta feira, que quanto a mim apresentava os grupos mais conceituados, destaco dois pela positiva, um pela surpresa que suscitou e um pela negativa.
Comecemos pelo pior da noite: os Sepultura. Não sei como é que há gente que consegue suportar com o barulho que os tipos fazem. O vocalista parece que passa o concerto a "ladrar" e quando se percebe o que diz, tudo se resume a um "enlatado de asneiras porcas". De vez em quando lá falava em português, tentando ser simpático. Mas, enfim, simplesmente não consigo aguentar com o estilo de música (será que se pode chamar música?) que estes brasileiros praticam.
A surpresa positiva: os Planet Hemp. Também oriundos do Brasil, estes rapazes esforçaram-se por dar a conhecer o seu rock pesado, mas bem mais perceptível que o dos seus conterrâneos Sepultura. Embora estejam dependentes muito do som das guitarras eléctricas, os Planet Hemp tentam inovar no sentido de compatibilizar um som agressivo com a voz algo "titubeante" do vocalista. Valeu pela surpresa.
Agora o melhor da noite: HIM e Guano Apes. Destaco os primeiros pelo profissionalismo que demonstraram. Os cinco elementos do grupo finlandês encaixam na perfeição uns nos outros e ouvi-los em casa ou ao vivo é quase igual na claridade com que se percebem as músicas. O som dos instrumentos foi perfeito e a voz de Valo estava, apesar das dezenas de cigarros que constantemente fumou durante o concerto, simplesmente igual a si mesma. Depois há que destacar que os HIM não se limitaram às músicas do último álbum, tendo tocado todos os seus sucessos. Por outro lado, Valo estava bem disposto, algo sobranceiro e demasido vaidoso, mas que lhe permitiu falar com o público, explicando o significado de algumas letras, chegando mesmo a revelar as circunstâncias como algumas foram escritas. Resumindo: valeu a pena! Quanto ao segundo destaque, os Guano Apes, estiveram iguais a si próprios, como se sentissem em família. Sendo a enémisa vez em que estão em Portugal, os alemães tocaram todos os grandes êxitos na perfeição e a vocalista deslumbrou-nos com uma energia, que lhe valeu um encore.
Quanto ao resto, o ambiente de sempre, embora este ano ajudado pelo tempo que se fez sentir pela terra minhota. Foi pena o cartaz das outras noites ter privilegiado a música alternativa, que originou menor adesão por parte do público, mas o espírito de Vilar de Mouros manteve-se! Para o ano há mais...

sexta-feira, julho 18, 2003

Em pleno Vilar de Mouros!

Quem diria que em pleno Festival de Vilar de Mouros poderia estar a escrever no meu blogue! É verdade, até aqui, numa aldeia recolhida da confusão urbana, se pode ter acesso às mais recentes tecnologias da informação. E isto devido à presença deste festival, que proporciona aos seus participantes muito mais do que simples música. Sem contar, e depois de já ter passado pela tenda do artesanato, do palco de música portuguesa e do recinto dos "comes e bebes", vim parar ao camião da Fundação de Divulgação das Tecnologias de Informação, de Viana do Castelo onde pude aceder à Internet.
Por aqui, o tempo está agradável, com uma temperatura amena. Já começa a aparecer muita gente de estilos completamente dí­spares. Como hoje há concerto dos Sepultura vislumbram-se por aí muitos jovens vestidos de negro e cheios de tatuagens no corpo. Trazem botas da tropa e o cabelo comprido. São os denominados "metálicos".
Mas, o que mais me surpreendeu até agora, são aquelas raparigas (algumas bem novas!) que vêm de propósito (algumas de Espanha) para assistir ao concerto dos finlandeses HIM. Encontram-se já junto ao palco para os verem melhor e o seu traje é quase "diabolizante": estão todas vestidas de preto, munidas de piercings, brincos e anéis vistosos e com uma maquilhagem que parece saí­da de um filme de terror! Que pensarão os pais destas jovens? Será que apenas se "trajaram" de propósito para este festival, ou no dia-a-dia também se apresentarão assim? Não sei, mas que uma parte significativa da população jovem portuguesa se estão a deixar influenciar de forma, diria algo, perturbadora, por tendências que vêm de fora, isso é indiscutível. Não sou tão conservador ao ponto de pensar que tais comportamentos são errados, mas, num país de brandos costumes como o nosso, parece que a velocidade a que os jovens portugueses aderem a estas novas modas estrangeiradas não é a mesma com que evolui a mentalidade da generalidade da população. Enfim, não direi que estamos perante a geração rasca, mas talvez a geração libertina!
Bem, os concertos no palco principal estão quase a começar. Vou agora preparar-me para entrar em "ebulição cósmica"! Depois conto como foi...

Mais um Vilar de Mouros!

Estou num posto dos CTT na vila de Caminha. Agora até nos CTT se tem acesso à Internet, o que é deveras bastante útil quando se está longe de casa e do computador. Vim aqui para escrever qualquer coisa no meu blogue. Parei nestes últimos dias por terras minhotas com a intenção de vir assistir ao primeiro grande dia do Festival de Vilar de Mouros.
Nos últimos anos não tenho perdido a oportunidade de me deslocar a este encontro de diferentes estilos musicais, onde se concentram milhares de jovens para passarem uns dias diferentes do habitual.
O meu grande objectivo é apreciar os concertos dos HIM (um dos meus grupos preferidos de sempre, pela qualidade do som das guitarras, das letras das suas músicas e da voz do intérprete Valo) e dos Guano Apes. Para muitos estes grupos devem ser desconhecidos, mas digo-vos que o primeiro provém das terras frias da Finlândia com um estilo de rock metal e o segundo é oriundo da Alemanha e pratica um rock mais pesado. Ambos os grupos cantam em inglês.
É a segunda vez que vou assistir a um concerto dos HIM ao vivo e a primeira que tenho a possibilidade de apreciar os Guano Apes. Há cerca de dois anos vi os HIM no Coliseu dos Recreios com a minha namorada, em Lisboa e não me desiludiram.
Mas hoje o dia não se limita à música de culto: existe artesanato, música alternativa, jogos diversos, encontros de diferentes culturas, enfim, uma mistura de ambientes vários, que permitem libertar o stress acumulado ao longo dos últimos tempos de trabalho.
Este ano só vou assistir a um dia do festival, pois os outros grupos que vão actuar nos demais dias não são do meu gosto.
Para quem nunca teve a possibilidade de assistir a um festival deste género, aconselho, desde que goste de música, a experimentar estes ambientes, seja com a namorada, a esposa ou um grupo de amigos. Vão ver que gostam...

quarta-feira, julho 16, 2003

Mais uma do avozinho Soares!

O nosso ex-futuro candidato do PS a Presidente da República publicou hoje um novo livro, intitulado "Um Mundo Inquietante", onde vem atacar a globalização e a Presidência Bush.
Fazendo juz ao título da obra, Mário Soares aproveitou a apresentação do seu novo registo literário para, de forma inquietante, vir queixar-se de que há pessoas que pretendem silenciar a sua família. Certamente que se referia ao Ministro Paulo Portas, e tudo devido ao processo rocambulesco que originou a saída da sua esposa, Maria Barroso, da direcção da Cruz Vermelha Portuguesa.
Mário Soares sempre foi muito hábil em evidenciar uma imagem de vítima quando as coisas não lhe correm muito bem. Certamente que muitos se devem lembrar do episódio passado na campanha eleitoral para a Presidência da República, que o opôs a Freitas do Amaral e da forma como Soares se colocou numa posição mesquinha que lhe fez ganhar uns bons milhares de votos. Também nos podemos recordar do episódio ocorrido na Marinha Grande quando expulsou um agente da polícia que fazia o seu serviço, tudo para se fazer de vítima perante os portugueses mais sensíveis.
Enfim, Soares parece ser fiel aos seus princípos e, mais uma vez, veio defender a posição da sua mulher, aproveitando as câmaras televisivas para, como fez Maria Barroso, vir apregoar que querem acabar com a sua família. Até admira como ainda não falou do seu filho Joãozinho, que parece ter hibernado de há uns tempos a esta parte.
Que terá mais Soares escondido na manga?

O fim do sossego!

Estamos em pleno Verão e começa-se, aos poucos, já a persentir pelas nossas terras a presença dos nossos conterrâneos emigrados por essa Europa fora. Alguns deles chegam em carros de fazer furor, descapotáveis e apetrechados de motores ruidosos. Ao saírem das suas "bombas" gostam de falar em tom elevado e utilizam com insistência a língua dos países de onde provêm, quase sempre o francês.
À noite invadem as esplanadas deste país, sobretudo nas aldeias e vilas do interior, e contam as suas façanhas pelo estrangeiro. Falam que ganham muito bem, que a vida nos países onde estão é muito melhor e que os filhos já pensam ficar por lá.
Alguns, os mais velhos, aproveitam o Verão para irem construíndo a sua vivendazinha na aldeia de onde partiram, sonhando em viver muitos mais anos a fim de usufruírem da sua choruda reforma francesa, suíça ou alemã.
Para mim, que vivo por cá e contribuo com os meus impostos para a riqueza do nosso Portugal, torna-se algo insuportável aguentar com toda a barulheira provocada pelos nossos emigrantes. Mas, o que mais me irrita é quando, por essas terras do interior, se torna difícil conduzir ou, simplesmente passear na rua descansado sem ter de aturar as manias dessa gente estrangeirada (claro que há excepções!). Ao conduzirem, muitos pensam que estão nas estradas dos seus países, tornando-se autênticos selvagens ao volante. Nas nossas ruas, falam a gritar e alguns até se comportam como se fossem galinhas num capoeiro.
Talvez seja falta de paciência da minha parte, mas espero que chegue depressa o mês de Setembro para que o nosso país volte ao sossego do costume!

O efeito do ouro negro em África!

Hoje, a maioria dos noticiários televisivos e radiofónicos abriram com a notícia de mais uma tentativa de golpe de Estado ocorrida em S. Tomé e Princípe. Mais uma vez, uma antiga colónia portuguesa é alvo de uma situação anti-democrática, com a anuência de chefes militares e, imagine-se, de um partido que nem sequer tem assento no Parlamento de S. Tomé e Príncipe e que dá pelo nome de Frente Democrática Cristã!
Este tipo de situações não cessa de ocorrer em África, o que faz pensar que a democracia parece ser uma utopia a Sul do Mediterrâneo. Neste caso concreto, não é de excluir a hipótese de na origem desta tentativa de golpe de Estado estar a recente descoberta de uma enorme jazida de petróleo, que poderá trazer muita riqueza ao território são-tomense.
O problema é que a possível entrada de dinheiro em São Tomé e Príncipe, fruto da exportação do seu petróleo, poderá originar mais uma situação de enriquecimento de uma minoria governamental e dos seus amigos, e não o bem-estar socio-económico do povo são-tomense. Ainda para mais quando este país tem apenas 140 000 habitantes, que vivem da agricultura e da pesca de susistências e da exportação de matérias-primas agrícolas.
Ora, a exploração e venda do petróleo poderia significar, além do crescimento económico, o desejável desenvolvimento do arquipélago. Mas, quando sabemos o que se tem passado com outros países africanos ricos em petróleo, como o nosso bem conhecido caso angolano, não é de surpreender caso mais uma vez os políticos de uma antiga colónia portuguesa se aproveitem da riqueza do país para se enriquecerem e distribuir umas migalhas (caso o façam) pelo povo!
E pensar que na origem desta situação toda esteve o terrível e irresponsável processo de descolonização preconizado pelos europeus, que teve em Portugal a face de Mário Soares e seus acólitos!

Pura cuscuvilhice!

Ontem veio a público um estudo respeitante à tiragem dos jornais matutinos em Portugal e a principal conclusão que se retira do mesmo é a de que nos últimos tempos as publicações do género tablóide (com destaque para o 24 Horas e o Correio da Manhã) foram as que registaram um maior crescimento de vendas.
Num país onde, segundo os estudos mais recentes, apenas 83 em cada 1000 portugueses compram regularmente jornais diários é deveras preocupante que a maioria opte por gastar uns quantos cêntimos neste tipo de imprensa.
O que levará estas pessoas a preferirem comprar estas publicações populares, em detrimento de jornais minimamente sérios e credíveis como o Público ou o Diário de Notí­cias? Certamente que não será o preço dos mesmos, pois a diferença não é significativa. Logo, a resposta óbvia será o seu conteúdo! Ora, o que jornais como o 24 Horas e o Correio da Manhã nos trazem são, simplesmente, noti­cias e reportagens, sobretudo de âmbito corriqueiro e sensacionalista, do género "pai mata filho", "mais uma velhinha violada", "loja de telemóveis assaltada". Enfim , uma multiplicação de tí­tulos que apenas pode despertar o interesse de criaturas que devem sofrer de um qualquer vício de curiosidade da vida alheia. Mas, estes jornais trazem também reportagens da vida social do teórico jet set português: "Cinha almoça em Cascais", "Melão foi ao Lux", "Marisa Cruz na discoteca".
Conclui-se, deste modo, que o que parece suscitar o interesse dos leitores destas publicações é a dicotomia do estilo de vida das classes sociais mais baixas (sujeitas a crimes, roubos e violações), em contraponto com o das classes sociais mais altas (frequentadores de festas, jantares e viagens deslumbrantes).
Já sabíamos que o povo português padecia de uma iliteracia preocupante. Agora que que sofra da burrice de gastar dinheiro, em tempo de vacas magras, com publicações que apenas mostram a miséria de uns quantos, em contraste com as regalias de outros, é mais do que sí­ntoma de iliteracia. É, de facto, o cúmulo da cuscuvilhice! Dos jornais desportivos e das publicações cor-de-rosa, acho que nem valerá a pena falar!

terça-feira, julho 15, 2003

Mão de ouro e cabeça de latão!

A TVI quando faz uma asneira parece que gosta de a repetir! Foi o que se passou em relação ao Big Brother e é o que está actualmente a ocorrer com um programa intitulado "Mão de ouro". Já muitos devem saber do que trata este concurso: 20 concorrentes tentam ganhar um jipe, colocando a mão sobre o mesmo e vendo qual deles aguenta mais tempo naquela pose ridícula.
O facto deste tipo de entretenimento primário ter um elevado número de apreciadores, bem patente no número de concorrentes à selecção do mesmo (pelo que diz a TVI concorreram milhares de pessoas!), como na própria audiência da sua transmissão, obriga-me a pensar que uma grande parte da população portuguesa se encontra numa fase regressiva no que respeita à sua capacidade para discernir o que é entretenimento útil do "internamento fútil".
Penso, aliás, que uma breve análise das profissões das pessoas que participam neste tipo de programas permite fazer algumas observações sobre o estado social do país. Imaginem que já participaram neste concurso estudantes universitários dos cursos de Filosofia, Psicologia, Marketing e Economia, o que faz pensar que estas pessoas, ou estão no curso errado, ou tentam a todo o custo passar os limites da decência para ganhar um jipe, não se importando minimamente com a figura a que se prestam para entreter aqueles que acham piada ao concurso. Não acredito que estes estudantes estejam a fazer qualquer tipo de estudo prático referente às suas áreas! A estudante de Psicologia ainda teria algumas razões para tentar perceber que tipo de perturbações psicológicas sofrem estas pessoas! Mas não acredito que tivesse sido essa a sua motivação.
Não tenho nada contra os concursos da televisão portuguesa que à noite fazem companhia a muitas milhares de famílias. Aliás, neste aspecto a RTP até se tem portado ultimamente bastante bem, com a emissão de concursos, dos quais se pode aprender qualquer coisa. É o caso do programa apresentado por Nicolau Breyner.
Agora a TVI ousa passar os limites do compreensível ao emitir um concurso do qual não se consegue aprender nada, a não ser fazer ver às pessoas que tipo de figura devem evitar ter. Uma figura que evidencia uma completa desordem funcional, ainda com a agravante de ser demonstrada por alguna jovens que frequentam o ensino universitário.
É caso para dizer que este concurso também se poderia chamar "Cabeça de latão"!

Os sonhos dos jovens portugueses!

Num estudo publicado no Jornal de Notícias de hoje sobre as profissões que os jovens portugueses pretendem ter no futuro destacam-se as de médico (nas raparigas) e de futebolista (nos rapazes). Esta situação permite constatar que os jovens portugueses, em tempo de crise, desejam enveredar por uma carreira que lhes possibilite uma vida desafogada em termos monetários. De facto, a ideia que é veiculada pela comunicação social é a de que as profissões ligadas à medicina e ao futebol dão dinheiro e prestígio.
As conclusões deste estudo merecem-me outras duas considerações. A de que a população mais jovem de Portugal se começa a apreceber de que vivemos num tempo em que os gostos pessoais e a vocação de cada um não parecem ter um grande peso, quando chega o momento de decidir sobre aquilo que se quer ser no futuro. Os nossos estudantes, ao chegarem ao 9º ano de escolaridade, preocupam-se cada vez mais por prosseguirem os estudos nas áreas que lhes podem conceder melhores perspectivas de um futuro risonho, do que por uma carreira que vá de encontro à sua realização pessoal.
Por outro lado, os jovens do sexo masculino ainda têm aquela ideia de que o futebol pode permitir uma vida de sonho, esquecendo-se, no entanto, que essa realidade apenas toca a uma minoria daqueles que enveredaram popr essa profissão. Lá está o "síndrome da clubite aguda" a afectar os neurónios dos nossos rapazes!
As raparigas portuguesas parecem ter os pés mais assentes na terra do que os rapazes, o que transparece também pelo facto de cada vez mais haver um crescente número de jovens do sexo femenino a "invadirem" os territórios anteriormente ocupados pelos do sexo masculino: os cursos de direito, medicina e gestão.
Facto assente é que ninguém parece querer ocupar lugares de categoria inferior. Os portugueses quando sonham, fazem-no até às nuvens. No entanto, convém não esquecer que quanto mais alto se sobe, maior é o tombo!

Uma questão de coerência!

Nos últimos dias, o Presidente da República tem aproveitado muitas das suas aparições em público para demonstrar o seu descontentamento pela vontade que a maioria governamental teve de elevar à categoria de concelho as freguesias de Fátima e de Canas de Senhorim.
Penso que, efectivamente, Jorge Sampaio, tem tido nesta matéria o rigor e a imparcialidade que se lhe pedem, indo contra esta tentativa oportunista de anuir à vontade da população destas duas povoações, que, sem respeito pelas normas vigentes anseiam a todo o custo subir à categoria de concelhos, para, assim, receberem maiores apoios financeiros do Estado e se libertarem das suas actuais sedes de concelho.
No entanto, toda esta questão foi suscitada pela incoerência de alguns políticos, que, uns na ânsia de obterem votos e popularidade, e outros com o intuito de passarem a candidados de duas novas Câmaras Municipais, foram atrás da conversa do povo destas duas vilas, abrindo um precedente legislativo de possíveis consequências desastrosas ao nível do planeamento territorial de Portugal.
Por isso, torna-se de crescente importância que Jorge Sampaio faça valer a sua autoridade política, no sentido de não permitir o avanço deste imbróglio, que apenas reflecte a confusão e desleixo em que por vezes os nossos deputados se deixam levar.
Espero, sinceramente, que estes dois "pseudoconcelhos" morram ainda antes de terem nascido, e que o Presidente da República não vá atrás do sentimalismo bacoco que, por vezes, evidencia. O que se pede agora ao Chefe da Nação é que saiba agir com a autoridade que se lhe exige, vetando estas duas aberrações municipais a que o Parlamento anuiu.
A ver vamos se neste processo todo, Jorge Sampaio actua de forma adulta ou não! Afinal, trata-se apenas de uma questão de coerência política...

segunda-feira, julho 14, 2003

Um livro dedicado aos bloquistas!

Nos últimos tempos, a acção protagonizada pelo Bloco de Esquerda (BE) não tem sido tão visí­vel, como a de há uns meses atrás, certamente devido à  ausência temporária do "picareta falante" Francisco Louçã no Parlamento. Todos aqueles que estão minimamente dentro da polí­tica portuguesa sabem que o BE vive muito à custa da truculência argumentativa de Louçã, que, quer esteja à  frente das câmaras, ou noutra qualquer ocasião menos mediática, aproveita cada pergunta que lhe façam para falar o mais que puder, descascando, a torto e a direito, em tudo aquilo que o Governo preconiza.
Por isso, dedico este artigo a todos aqueles que são fãs do BE e do seu lí­der, aconselhando a leitura de um livro, que trata de um problema de que todos os bloquistas padecem: o antiamericanismo primário!
Pois bem, o livro de que falo intitula-se "A Obsessão Antiamericana" e é do escritor françês Jean-François Revel, que tem nas últimas décadas realizado diversos estudos acerca deste terrí­vel sentimento de ódio contra os americanos que cada vez mais parece inundar as mentes de muitos europeus.
Ora, em Portugal, aqueles que mais lutam contra tudo aquilo que é "made EUA" e que dizem cobras e lagartos da globalização, são, para além dos comunistas (mas a esses não ha remédio que lhes valha!), os seguidores dessa agremiação partidária que dá pelo nome de Bloco de Esquerda.
Revel enuncia neste livro as causas deste misto de inveja e desprezo que muitos europeus nutrem pelos EUA, demonstrando as provas irrefutáveis de que tal situação é totalmente injustificável e injusta, sendo muito mais um sinal de fraqueza daqueles que são contra os EUA, do que propriamente um efeito do isolacionismo americano, tantas vezes, reivindicado por muitos europeus.
O facto dos EUA se terem tornado, após a Guerra Fria, na única superpotência mundial, confiou-lhes aos olhos dos socialistas mais radicais e extremistas, a ideia de que todo o mal que prolifera pelo mundo é culpa dos americanos. Ora, em Portugal, esta ideia peregrina e completamente descabida da realidade, é defendida pelo BE e pelos seus militantes, que aproveitam cada ocasião mediática para deitar achas para a fogueira do antiamericanismo. Eles, os bloquistas, que se dizem tão apologistas da solidariedade entre povos e da luta contra a discriminação, não vêem que com este palavriado de combate aos EUA, são, de facto, os primeiros a provocar a expansão da ideia do confronto entre ricos e pobres!
Por isso, aconselho todos os antiamericanos, sejam ou não do BE, a lerem com calma e atenção, a obra "A Obsessão Antiamericana", para aprofundarem um pouco dos verdadeiros motivos deste sentimento infantil e vitimista de muitos seguidores das ideias da esquerda mais radical.
Pode ser que assim se consigam "salvar", não digo os comunistas, mas pelo menos alguns bloquistas que foram na onda dessa moda actual que é ser-se do Bloco!

domingo, julho 13, 2003

Quando a escola não dá o exemplo!

Numa sociedade que apela cada vez mais à necessidade de incutir uma série de valores e princípios aos nossos jovens, é, no mínimo, surpreendente como é possível ocorrerem situações como a que passo a descrever.
Imagine o leitor que entra nas instalações de uma escola de uma vila do interior do país, escola essa frequentada por alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade. Ao passar pelo hall de entrada, junto ao Conselho Executivo da mesma, o leitor encontra um cartaz de dimensões consideráveis, onde consta a figura de um menino, com um ar tranquilo e sereno, a apontar com uma seringa (supõe-se com droga) no braço esquerdo. Por baixo de tal retrato, aparecem os seguintes dizeres: "Aqui não. Obrigado". Que pensará o leitor? Certamente que a primeira ideia que lhe vem à cabeça é a de que se pretende com o dito cartaz incutir nos alunos o princípio de que a droga é um mal, que se deve evitar. Mas em que casos? Com a mensagem transmitida, os alunos, sobretudo, os mais novos (de 11 e 12 anos) podem ficar com a ideia de que não se devem consumir drogas, mas apenas nas instalações escolares! Ora, tal situação, constitui um grave exemplo daquilo que a escola não deve ser: desleixada.
Efectivamente, com a mensagem "Aqui não. Obrigado" é possível levar os alunos a pensar da seguinte forma: "olha, aqui não nos deixam drogar, mas lá fora não há problema". É este tipo de situações que me levam a defender cada vez mais a necessidade de avaliar os professores, de forma rigrosa e imparcial, sobretudo aqueles que estão à frente dos destinos das nossas escolas. Quando alguns dos professores deste país, não sabem dar o exemplo, que se pode esperar dos nossos jovens, que, serão os homens e mulheres de amanhã.

sexta-feira, julho 11, 2003

A crise chega aos festivais de Verão!

Ontem iniciou-se o Festival das Dunas de S. Jacinto, o primeiro de uma série de festivais de música rock que todos os Verões arrastam milhares de jovens, e alguns menos jovens, com as mochilas às costas, a fim de expulsarem toda a energia acumulada nos seus corpos.
No entanto, em ano de crise, estava com alguma curiosidade no sentido de saber se, ao ní­vel deste tipo de festivais, a crise porque estamos a passar teria efeitos ou não na adesão por parte do público. Pois bem, pelas notí­cias de alguns jornais de hoje, o primeiro dia do Festival das Dunas de S. Jacinto teve pouca participação por parte dos apreciadores do rock.
Duas razões poderão explicar esta situação. Por um lado a já referida crise económica, que obriga as famílias a dispensarem menos dinheiro para os seus filhos e a estabelecerem prioridades ao nível da passagem das férias. Por outro lado, nos últimos anos tem-se assistido à  multiplicação de festivais de vários estilos musicais (rock, dance, trance, etc.) de Norte a Sul de Portugal, que, naturalmente, num país de reduzida dimensão como o nosso, obriga a que o público se espalhe pelos vários festivais.
A tendência, penso eu, será para que, no futuro, se mantenham apenas os festivais que consigam aliar um bom programa musical à imprescindí­vel beleza natural dos locais onde se realizam. E nesse particular, os dois festivais com mais pergaminhos que se realizam para os lados do Gerês (Vilar de Mouros e Paredes de Coura) são simplesmente de uma qualidade irrepriensível.
Cá por mim, prefiro o festival rock mais antigo de Portugal e, por isso, lá rumarei este Verão a Vilar de Mouros para disfrutar do encantamento da paisagem minhota e assistir a alguns concertos, dos quais destaco o dos HIM.

quinta-feira, julho 10, 2003

O Regresso da Clubite Aguda!

À medida que se aproxima o mês de Agosto e depois de umas semanas de descanso dos meus ouvidos a propósito das polémicas do futebol (se o penaltie foi bem ou mal marcado, se havia ou não fora de jogo, se a equipa mereceu ou não ganhar) começa-se já a presentir um crescente engarrafamento futebolesco nos nossos serviços noticiosos. Foi o caso de hoje, no principal noticiário da SIC: o jornal da noite abriu com três notícias relativas ao futebol, uma das quais, imagine-se, por causa de uma braçadeira de capitão de equipa.
Nos cafés, o sossego de quem quer ler um jornal ou passar os olhos por um livro também já começa a ser raro: ainda hoje, depois de almoço entrei num café da vila onde trabalho e numa mesa a um canto, lá estavam três criaturas que pareciam estar numa competição para ver qual deles conseguia falar num tom de voz mais elevado acerca do futebol. Deu para me aperceber, sem querer, tal era o ruído, que um era do Sporting e dois do Benfica e falavam sobre a tal questão da braçadeira de capitão do Benfica (se deveria ser o Hélder ou o Simão Sabrosa a ostentar tal pedaço de tecido!). Só faltava solicitar um referendo nacional!
Enfim, certamente que os nossos governantes devem estar à espera que o campeonato começe para se deixar de falar na crise portuguesa e se iniciarem, novamente, as discussões em torno do futebol português. Lá teremos nós de preparar as baterias para aguentar as polémicas em torno do Pinto da Costa, do Filipe Vieira, do Valentim Loureiro, etc. quando tantos assuntos mais importantes deveriam estar nas prioridades dos portugueses. Mas, certamente que, quando os cientistas descobrirem a genética do típico português (homem machão e bom apreciador de mulheres e vinho) lá encontrarão a justificação para esta situação: o gene da clubite aguda!

O fim da caça às "bruxas"

Recentemente, foi noticiado que o Partido Comunista Português (PCP) discorda de uma das medidas vigentes na Reforma do Sistema Polí­tico que o Executivo Governativo pretende levar a efeito. Essa medida, tão polémica para os comunistas portugueses, relaciona-se com a obrigatoriedade dos partidos terem de realizar eleições para os seus corpos dirigentes com o recurso ao voto secreto.
Ora, todos sabemos que o PCP tem uma peculiar forma de exercer a sua "democracia" interna, obrigando os seus militantes a votarem de braço no ar. Certamente que os dirigentes do PCP pensam que esta forma de eleição interna é a que melhor permite descobrir os opositores do seu partido, facilitando assim a sua expulsão do PCP. Claro que não o afirmam, mas o voto de braço no ar impossibilita que os elementos discordantes do partido se manifestem, pois caso o façam têm a porta de saí­da do partido aberta.
Argumentam eles que esta reforma legislativa constitui uma afronta ao livre prosseguimento da actividade do seu partido e uma tentativa clara no sentido da descaracterização da nossa democracia. Com que a democracia fosse o equivalente ao voto de braço no ar! Pura demagogia!
Pois bem, a verdade é que os comunistas estão com medo que, com a possibilidade dos seus militantes poderem contraiar as vontades da direcção através do voto pessoal e secreto, a unanimidade interna passe a ser uma pura ilusão.
Esperemos é que mesmo com o voto secreto, este partido, que continua arreigado ao passado (bem demonstrado nos seus símbolos - a foice e o martelo), deixe que os seus militantes menos ortodoxos se possam exprimir, aos poucos, fazendo valer as suas ideias. Com esta medida, o tempo da caça às bruxas no PCP está para acabar...

A Pseudo-reinvenção da Democracia!

A revista Visão desta semana traz uma entrevista a Manuel Monteiro (MM), o ex-lí­der do PP e agora fudador de um novo partido, o Partido da Nova Democracia (PND). Nesta entrevista, MM demonstra uma forma de falar extremanente sobranceira, disparando contar tudo e todos e, imagine-se, avisando o PSD de que se prepare para a chegada deste novo partido. MM chega ao ponto de afirmar que o seu PND "vem baralhar o jogo do sistema político tradicional". No mí­nimo dá vontade de rir!
Num partido com duzentos filiados, do qual a maioria do povo português ainda nem sequer ouviu falar, constitui de facto um abuso a forma como MM parece querer dar a entender que reinventou o conceito da Democracia.
Será que Monteiro quer seguir os passos de partidos como o PRD ou o PSN? Lembram-se deles? Chegaram a estar representados no Parlamento e depois desapareceram.
Nesta entrevista, MM evidencia toda a sua raiva por ter perdido o lugar que hoje pertence a Paulo Portas e parece inflamar de inveja por não poder estar hoje como Ministro de um Governo de direita. MM, ao longo de toda a entrevista evitar falar de Portas, preferindo referir-se sobre outras personalidades da direita portuguesa e filosofar um pouco acerca da sua pseudo-reinvenção da Democracia.
Claro que MM gostaria de ter ficado à  frente do Partido Popular para hoje poder estar como Ministro, mas o tiro saiu-lhe pela culatra e depois de ter ficado na sombra durante uns anitos à espera que alguém lhe piscasse o olho, resolveu dar um passo em frente. Talvez para o definitivo suicí­dio político!

quarta-feira, julho 09, 2003

Conversas em Família

A mais recente polémica em torno do Pagamento Especial por Conta (PEC) tem, por agora, dado a evidenciar uma firmeza e rigor inabaláveis por parte da nossa dama de ferro, a Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, que não se deixou vergar pelas ameaças infundadas das associações de taxistas. Estes tentaram até quase ao último instante esticar a corda, afirmando que, caso as suas pretensões não fossem aceites iriam engarrafar Lisboa de taxistas.
Pois bem, a ministra actuou de forma séria ao explicar ao povo português, em pleno noticiário das oito horas, que o PEC não constitui nenhum novo imposto, mas tão somente um adiantamento a fazer pelos empresários (tanto taxistas como de outros ramos de actividade) e comparável à retenção na fonte dos trabalhadores por conta de outrém.
É este tipo de política que interessa ao país! É importante que os nossos governantes se habituem a vir falar com o povo português, explicando os pressupostos e implicações das suas políticas, de forma a que a sociedade portuguesa esteja devidamente informada, não se deixando enganar pelo que muitos dos nossos jornalistas vêm dizer para a praça pública.
Há uns largos anos atrás, ainda no tempo da ditadura, havia um programa na televisão portuguesa, intitulado "Conversas em Família", onde eram postas em dia as novidades legislativas e outras, a fim de que a população estivesse suficientemente informada. Claro que nesse tempo, as intenções dos governantes eram sobretudo de camuflar a verdade.
Seria muito positivo que este Governo fizesse mais vezes o que fez na questão da polémica do PEC com os taxistas. Que tal uma revitalização de uma espécie de "Conversas em Família", falando "olhos nos olhos" com os portugueses sobre as reformas que se têm vindo a realizar, as medidas que se têm vindo a aplicar e o estado real da nossa economia, educação, saúde, etc. Uma espécie de "Balanço Mensal das Actividades Governativas". Esperemos que o nosso Executivo continue no bom caminho...

A Lógica do Vinho

Há situações caricatas na vida social e económica portuguesa, que advêem de um certo imobilismo nacionalista, e que reflectem a existência de pormenores sem qualquer tipo de lógica, mas que a sociedade portuguesa considera como sendo perfeitamente normais.
Uma dessas situações que só em Portugal poderia acontecer é o facto de existirem uma série de produtos regionais que vendem muito à custa do nome que apresentam nos seus rótulos, para além da própria qualidade intrí­nseca do produto em si mesmo.
Proponho hoje uma reflexão séria sobre o Vinho que é produzido a partir das castas de uvas que crescem nas margens do rio Douro (em Peso da Régua, em Mesão Frio, no Pinhão, etc.) e que é reconhecido interna e externamente por "Vinho do Porto". Bem sei que as gentes da cidade do Porto defendem esta situação como algo normal, que lhes pertence, muitos sem saberem porquê e alguns argumentando com a manutenção de uma tradição meramente histórica.
Contudo, importa saber um pouco da verdadeira história deste tão apreciado vinho. A primeira referência escrita de que se tem conhecimento e ligada ao nome "Vinho do Porto" é referente ao Vinho do Douro exportado pela Alfândega do Porto e que data dos finais do ano de 1678. Para o baptizado dos vinhos dourienses, aos quais se juntava aguardente, conferindo-lhes o seu inconfundível sabor, muito contribuiu o espírito mercantil revelado pelos negociantes ingleses da época, radicados na cidade do Porto. De facto, até se poderá dizer que os verdadeiros expansionistas do "Vinho do Porto" foram os ingleses e não os portugueses da cidade invicta. Sabiam disto?
Assim, terá lógica denominar um vinho que pertence a uma região (a do Douro) como um vinho de uma cidade que actualmente nada tem que ver com este produto? Acho que não! Claro que para esta minha opinão algo controversa muito contribui a minha costela alfacinha!
No entanto, importa realçar que uma das particularidades caricatas do "Vinho do Porto" é ter uma Região Demarcada para a sua produção (a região do rio Douro) e outra zona vocacionada para o seu envelhecimento (o entreposto de Vila Nova de Gaia), não tendo, actualmente, nenhuma afinidade com a cidade que lhe dá o nome, para além dos lucros económicos que confere ao turismo do Porto. É caso para dizer que o Porto até dos vinhos dos outros se aproveita para fazer dinheiro!
Que lógica teria denominar os vidros da Marinha Grande como "vidros de Lisboa" apenas porque são exportados a partir desta cidade? E que tal chamar ao queijo produzido na Serra da Estrela como "queijo alfacinha" por ser comercializado para o Brasil e outros paí­ses a partir da capital portuguesa?
Bem sei que, caso algum tripeiro esteja a ler este artigo, certamente já deve estar, por esta altura, com os cabelos em pé e a argumentar com a justificação tradicionalista para a manutenção desta "lógica da batata". Ou será a "lógica do vinho"?
Quanto a mim, prefiro ser pragmático e coerente: espero que um dia alguém tenha a coragem de aplicar a verdadeira denominação de origem ao vinho produzido nas margens do Douro! Até lá, um brinde ao Vinho do Douro!

A Dama de Ferro Superstar!

Na última edição da prestigiada revista dos E.U.A., Business Week, o destaque principal é dado às 25 "estrelas" que estão a protagonizar uma autêntica revolução na Europa, no sentido de esta se tornar cada vez mais desenvolvida e capaz de fazer frente ao colosso norte-americano. Entre as "estrelas "europeias encontra-se a nossa tão controversa Manuela Ferreira Leite, alvo, tanto de amores como de ódios por parte da população portuguesa.
Na revista afirma-se que a ministra das Finanças, quando tomou posse, teve de enfrentar a "maior confusão orçamental da Europa", dando relevo a algumas medidas de rigor que aplicou para resolver o problema do défice. O artigo da dita revista termina com um elogio de esperança nas capacidades da ministra.
Este destaque concedido à  nossa Dama de Ferro vem confirmar que, a crise de que tanto se fala agora, é fruto do desgoverno guterrista, que tomou conta do paí­s durante seis anos de forma irresponsável e esbanjadora. O problema é que muitos portugueses continuam a estar obsecados com a sua costela socialista e não demonstram a capacidade lúcida de ver as causas da situação com que agora o paí­s agora está mergulhado.
A Business Week, uma revista especializada na área das Finanças e de cariz imparcial, concedeu diversos elogios à  governação da nossa Ministra das Finanças, e, no entanto, por cá a maioria da imprensa continua sem dar relevo à  questão. E se fosse o contrário? Se qualquer revista internacional falasse mal deste Governo? Nesse caso, certamente que as nossas televisões abririrão os seus noticiários com grandes destaques de "bota abaixo" à  Ferreira Leite.
Daqui se conclui que a comunicação social detém cada vez mais um poder de influência junto da opinião pública portuguesa, e, que esta, devido aos seus elevados í­ndices de iliteracia se deixa enganar com grande facilidade.
Resta-nos ter um pouco de paciência!?

terça-feira, julho 08, 2003

Um Portugal cada vez mais brasileiro?

Nos últimos anos, a crescente corrente imigratória brasileira tem trazido inúmeros benefícios para Portugal, sobretudo no espí­rito contagiante de alegria e felicidade que as mulheres brasileiras incuntem na população masculina nacional. A excepção, dirão as mulheres portuguesas, consistirá nos excessos que as beldades brasileiras provocam para os lados de Bragança.
Mas, o título deste artigo relaciona-se com outra questão, que nada tem que ver com o que atrás afirmei. Efectivamente, a questão centra-se no facto de Portugal, segundo os últimos dados do relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), se encontrar no primeiro lugar do ranking dos paí­ses da União Europeia com uma maior desigualdade entre ricos e pobres. Esta realidade vem confirmar que o nosso país parece, aos poucos, vir a sofrer de um "abrasilamento" não apenas social, mas também económico, pois todos sabemos que o Brasil é dos países com maiores desigualdades sociais e económicas.
Claro que esta evolução nada tem que ver com a presença dos nossos "irmãos" brasileiros em Portugal, pois caso essa relação existisse, certamente, que o Luxemburgo já teria passado para a cauda da Europa com a quantidade de portugueses que lá vivem!
A principal causa para esta tendência de Portugal em aprofundar as diferenças entre ricos e pobres terá mais que ver com o facto dos ricos enriquecerem mais depressa do que os pobres. Claro que os partidários do PCP ou do BE (os do PS talvez se calem pois estiveram no poder há bem pouco tempo!) aproveitarão esta ocasião para vir gritar, qual disco riscado, que esta situação se deve, segundo eles, aos efeitos da globalização e do liberalismo desenfreado que grassa na economia portuguesa. Talvez, cheguem a dizer que a classe social mais baixa portuguesa vive, actualmente, pior que no tempo da ditadura!
Interessa desmistificar esse "papão" que para muitos utópicos socialistas é a globalização da economia. O facto dos ricos enriquecerem mais rapidamente que os pobres não será, com certeza, a situação ideal, mas caso vivessemos numa economia planificada (como idealizam os profetas da esquerda mais ortodoxa portuguesa) a realidade era outra: não haveria ricos, à  excepção dos governantes, e tudo o resto seria considerado pobre! Há dúvidas? Vejam a realidade dos paí­ses do Leste europeu que até há bem pouco mais de dez anos atrás tinham uma economia estatal e que com a introdução do liberalismo fizeram aumentar o seu PIB/per capita para valores bem elevados, alguns dos quais superiores aos de Portugal (exemplo da República Checa).
Enfim, se por um lado é positivo que tanto ricos como pobres vejam aumentado o seu poder de compra, por outro lado torna-se algo frustante ver o os ricos enriquecerem a um ritmo mais rápido que os pobres. Mas lembremo-nos: os pobres só poderão enriquecer se houver ricos! O resto é pura utopia...


O Canudo da Angústia!

Pelos mais recentes dados do Instituto Nacional da Estatística, dos mais de 400 mil portugueses desempregados que se encontram registados nos Centros de Emprego, cerca de 35% são licenciados (e alguns deles dotados até de mestrado e doutoramento). Ou seja, os contribuintes portugueses encontram-se, actualmente, a financiar cursos superiores que se destinam a formar indiví­duos destinados ao desemprego.
Tendo em conta que a tendência dos próximos anos será para nos confrontarmos com uma época de "vacas magras", com o desemprego a aumentar nas camadas da população com mais estudos, importa tomar medidas para evitar este desperdício de dinheiro e de massa humana literada.
Que fazer? Primeiro, há que apoiar o Executivo governativo no sentido de alterar a Lei de Bases do Ensino Superior, com o objectivo de colocar em funcionamento somente os cursos superiores que fazem, actualmente, falta ao país. Neste âmbito, não há que ter medo de fechar muitos dos cursos de letras e outros, continuando a impor limites na entrada de alunos para cursos que não fornecem mais valias para o paí­s. Por outro lado, o financiamento do Ensino Superior tem que deixar de estar dependente do número de alunos inscritos, para, gradualmente, estar afecto à  qualidade do ensino ministrado. Desta forma, os professores das universidades, sobretudo os efectivos, devem ser avaliados de forma rigorosa, não se aproveitando das suas regalias actuais para realizarem trabalhos de investigação particulares, e, deixando o ensino das matérias para os professores auxiliares.
Seguidamente, importará reforçar o ensino profissionalizante nas escolas públicas, mas, desde que este seja dotado de rigor e exigência, o que não acontece, actualmente, em muitas das escolas profissionais de cariz particular. O que se passa, hoje em dia, em muitas das escolas profissionais privadas é uma autêntica vergonha, com a utilização de fundos comunitários em prol de um ensino com um nível de exigência extremamente reduzido (numa escola profissional só não tira um curso quem não quer!). É necessário dotar a economia portuguesa de uma verdadeira mão-de-obra qualificada de nível médio, pois o investimento exterior só será canalizado para Portugal se tivermos mais do que "simples pensadores" altamente qualificados ou jovens profissionais especializados em "enroscar lâmpadas"!
Outro aspecto importante no sentido de evitar o desperdício de "indiví­duos com canudo" será não especializar tanto o ensino superior como se fez nas últimas décadas: um engenheiro tem de diversificar as suas capacidades e não especializar-se apenas num único ramo (hoje abundam engenharias de todos os tipos, havendo muitas que nem se sabe para que servem!). Que fará um licenciado em engenharia da linguagem? Talvez blogar?
Finalmente, ao nível laboral, há que ser exigente com o trabalhador português que trabalha em Portugal! E isto porquê? Todos sabemos que os portugueses que trabalham na França, Alemanha, Luxemburgo e Suiça são dos mais produtivos da União Europeia. Porque não acontece o mesmo em Portugal? Apenas devido à  influência dos sindicatos e à  mentalidade do típico trabalhador português, que preferiria trabalhar ao fim de semana e descansar de segunda a sexta feira. Esperemos que o Governo consiga fazer cumprir o novo Código Laboral, que em princí­pio, será aprovado.
Talvez, assim, a posse de um canudo deixe de significar uma angústia para muitos dos licenciados portugueses e Portugal consiga, finalmente, saltar para o pelotão da frente da Europa mais desenvolvida.

A Síndrome de Castro ataca de novo!

Há uns dias atrás o tão enebriátrico Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, veio a terreiro afirmar que os deputados da Nação se preparavam para atacar o princí­pio democrático da livre representatividade, por se pretender limitar os mandatos dos representantes eleitos a dois ou três mandatos.
Esta afirmação, vinda de quem vem, só demonstra que a Síndrome de Castro voltou a atacar, desta feita, para os lados do Atlântico. Por vezes, alguns dos políticos portugueses, parecem querer imitar ou tentar-se fazer passar pela personagem de Fidel Castro, esse dinossauro da ditadura e da repressão de todos aqueles que não concordam com as suas teorias. Pelo menos, Alberto João Jardim ainda não chegou ao ponto de tentar igualar o seu vizinho atlântista Castro na realização de discursos que demoram mais de dez horas. Mas para isso, há uma justificação plausí­vel: Jardim não tem propriamente uma capacidade argumentativa que lhe permita falar durante muito tempo sem ingerir uns quantos copos de vinho ou imperiais! Poderemos até dizer que Castro está para os charutos, como Jardim está para os finos!
Bem, mas a questão principal que aqui importa realçar é a da intenção que o Governo tem de limitar os mandatos dos Presidentes de Câmara e outros titulares de cargos polí­ticos. Penso que constitui uma boa medida, mas que não se pode ficar por aí­. Não é de aceitar que um Presidente de Câmara que cumpra dois mandatos tenha o direito a receber uma reforma compensatória choruda ao longo do resto da vida, como acontece actualmente! Importa moralizar esta questão, tendo em conta que os eleitos do povo não devem encarar a política a pensar na reforma que mais tarde irão receber, mas sim como um serviço de cidadania!
A moralização da política passa por uma série de medidas que urge aplicar: transparência no financiamento aos partidos e aos candidatos a eleições, limitação de mandatos, adequação das regalias financeiras e de representatividade, fiscalização efectiva dos eleitos, etc. Mas, estas questões não poderão dar resultado caso não se alterem as formas de financiamento de toda administração autárquica (câmaras municipais, juntas de freguesia, empresas municipais). A ver vamos se este Governo tem a coragem suficiente para mexer nestas questões que já devem estar "mumificadas". Pode ser que assim os polí­ticos se vacinem contra a Sí­ndrome de Castro!

segunda-feira, julho 07, 2003

Pipas ao Volante!

Urge realizar um estudo que relacione a peculiar e sinistra genética do povo português com a elevada taxa de sinistralidade em Portugal. Isto a propósito de uma nova teoria que defende a lógica da "dialéctica timidez-álcool".
Na última semana foram apanhados nas estradas portuguesas cerca de 3000 automobilistas com excesso de álcool no sangue. Quantos acidentes e mortes se terão evitado pela acção da Brigada de Trânsito? Não sabemos, mas certamente não foram os suficientes, e, com certeza, que alguns dos desastres entretanto ocorridos foram provocados pelo consumo de bebidas alcoólicas.
Estes números são reveladores de que é ao fim de semana, durante a madrugada, que se torna mais perigoso conduzir nas estradas portuguesas.
Muitos dos frequentadores da noite, seja em bares ou discotecas, não passam sem o consumo de umas cervejas ou bebidas espirituosas, provavelmente, não pelo seu "valor energético", mas sim pelo seu "contributo libertino". De facto, todos sabemos que o típico frequentador destes locais de divertimento nocturno é, maioritariamente, do sexo masculino (por pouco tempo, pois as mulheres saem cada vez mais!) e solteiro, que, acumula álcool, a fim de "libertar os seus neurónios" e, assim, partir à conquista das donzelas. É este tipo de criatura transformada em "pipa humana", que muitas das vezes, provoca acidentes nas estradas portuguesas de extrema gravidade.
Desta forma, prova-se que em Portugal, a maior parte das mortes ocorridas nas estradas, não se deve ao trajecto das mesmas, mas sim, à relação existente entre a necessidade dos jovens noctí­varos de ingerirem lí­quidos (porque não Red Bull?) que provoquem um estado de alma mais provocador e extrovertido, com consequências nefastas ao nível da condução irresponsável (provocada pelo álcool e sono).
Solução: enquanto esperamos pela transformação genética resta-nos um pedido: que as mulheres portuguesas não se façam tão dificeis?!

A Ilusão do Esplendor

Nos últimos dias, a comunicação social tem dado destaque à tentativa de separação de duas siamesas iranianas, que se está a realizar em Singapura num hospital privado. Temos ficado a par desta situação e a curiosidade das pessoas incide sobre o esperado sucesso da mesma. No entanto, alguns contornos deste acontecimento, que, à primeira vista, parece ser algo de completamente milagroso e espectacular ao nível da ciência médica, não estão completamente esclarecidos.
Chegam-nos relatos de que só agora, quando as gémeas estão quase na casa dos trinta anos, uma equipa médica resolveu arriscar nesta operação de cariz extremamente delicado (dizem os médicos!), além de que o hospital comportará com todas as despesas inerentes.
Não temos dúvidas de que, pelas imagens que nos chegam a casa, a realidade das duas gémeas impressiona e que os resultados da respectiva operação não devem ser "favas contadas". Contudo, através de uma entrevista concedida à SIC pelo Prof. Gentil Martins, prestigiado cirurgião português que já realizou operações desta envergadura, ficamos a saber que, porventura, para além do sucesso final que se espera, o objectivo da equipa médica e do respectivo hospital será conseguir propagandear os seus méritos e, assim, espalhar o nome deste hospital privado pelos vários cantos do mundo. Afinal, pelo que nos é dado a conhecer do caso pelo cirurgião português, a operação não é tão inédita como nos querem fazer crer, nem tão pouco eram necessários tantos médicos e enfermeiros para a realização da mesma. O próprio chega a dizer que a avançada idade das gémeas é favorável em variados procedimentos da operação.
Enfim, está-se perante um caso de aproveitamento mediático, no qual o hospital privado de Singapura apostou, no sentido de fazer deste caso uma espécie de telenovela, da qual as pessoas querem saber o seu desenrolar e ansiado sucesso. Esperamos que o tiro não lhes saia pela culatra. Até lá, em todos os noticiários vão-nos chegando notícias do desenvolvimento da operação, ao mesmo tempo que os directores do hospital onde a mesma é realizada vão esfregando as mãos de contente com tamanha publicidade mundial.
É caso para dizer, a espectacularidade deste caso só ilude quem quer.

Porque não tenho pai?

Esta poderá bem ser a questão que muitas crianças farão às suas mães quando tomarem consciência que não tiveram o direito a ter um pai. E, isto, por terem sido fruto de uma auto-inseminação feita em casa por casais de lésbicas. Crianças que foram concebidas por um acto de narcisismo irresponsável e egoísta de mulheres, que não compreendem a importância da figura paternal na educação de uma criança.
A falta de legislação que proíba os casais de lésbicas de terem filhos, torna possível que o homem se limite a ser um mero "dador", ou até "vendedor" de sémen, na concepção de uma criança. Esta deixa de constituir um acto natural protagonizado entre dois seres de géneros diferentes, para se poder tornar num acontecimento negociado, como se de uma banalidade se tratasse. Tudo se passa assim: a lsbica adquire, com a ajuda da sua companheira e, geralmente, junto de um gay, uma porção de sémen que é injectado, durante o período fértil, em si mesma, com o auxílio, apenas, de uma seringa. Depois de várias tentativas a lésbica fica grávida.
Torna-se urgente que, na defesa dos princípios mais elementares da vida e da liberdade (e não da libertinagem), os legisladores do nosso país não permitam que este de instrumentalização da procriação se torne possível.
Como será a vida social de um jovem que toma consciência que não teve direito à presença de um pai e que tipo de ensinamentos, ao nível da família, lhe poderão dar duas mulheres "homofóbicas" que se consideram suas "mães"?
A questão não tem a ver com a defesa de um pensamento conservador e tradicionalista de ideal cristão, como costumam afirmar as associações de defesa das lésbicas, mas sim da defesa dos mais simples valores do bom-senso e da liberdade responsável. Trata-se de não permitir um acto "contranatura".
A procriação humana sempre foi e deverá continuar a ser fruto de um acto entre um homem e uma mulher, e o que as lésbicas pretendem é considerar a concepção numa lógica de puro narcisismo egocêntrico. Estas mulheres têm de compreender que, se optaram por um tipo de orientação sexual desviante, não podem usufruir da capacidade de instrumentalizarem a vida alheia, apenas para seu consolo pessoal.
A auto-inseminação caseira defendida pelas lésbicas não é mais do que a demonstração do abuso de liberdade de que este tipo de pessoas se aproveitam, como se viver numa sociedade democrática e livre fosse o equivalente à completa desregulação dos mais elementares princípios morais e éticos da vida.
Esperemos que, num país em que, felizmente, o racismo e a xenobobia parecem estar a desaparecer, fruto de uma mentalidade cada vez mais aberta e responsável, não haja condescendência para atitudes do mais grosseiro egoísmo levadas a cabo por casias de lésbicas. Não se trata de discriminação, mas sim da defesa de princípios sérios pelos quais uma sociedade se deve reger.

sexta-feira, julho 04, 2003

O Prolongamento da Guerra

Faz agora dois meses que o Presidente dos E.U.A., George W. Bush, deu por finda a guerra travada no Iraque. No entanto, desde esse culminar, apenas teórico e formal, o número de baixas entre os aliados (E.U.A. e Reino Unido) já equivale quase ao número das registadas durante o conflito. O que nos faz pensar que a guerra apenas terminou como combate travado entre dois exércitos, pois, na realidade, está-se agora a assistir ao prolongamento da mesma, mas pondo em conflito as tropas "ocupantes" e grupos de terroristas pró-Saddam que se tentam aproveitar da desordem ainda existente no Iraque para conseguirem uma espécie de vingança sobre os aliados vitoriosos.
Reveste-se, pois, de grande urgência, a necessidade de instaurar uma verdadeira elite iraquiana no poder, que possa dar lugar mais tarde à convocação de eleições livres e democráticas. Neste âmbito, e até lá, devem todos os países aliados fazer um esforço no sentido de cooperar com mais esta "batalha" em prol da democracia.
A meu ver, Portugal está a prestar um bom serviço ao nível internacional, demonstrando o seu potencial diplomático com a possível ida de José Lamego para a administração do Iraque. Também ao nível das forças de segurança, o envio de um contingente da GNR como força de paz é um sinal positivo dado pelo nosso Governo. Esperemos que os estilhaços provocados pelo prolongamento desta guerra não atingam as nossas forças.
É pena que aqueles que foram contra a guerra continuem agarrados aos aspectos formais que lhe deram origem e não compreendam que, apesar das justificações da mesma não terem sido cabais, o que mais importa agora é analisar as consequências deste conflito para o Médio Oriente, tanto no que concerne à instauração de mais regimes democráticos, como à possível caminhada para a paz entre israelitas e palestinianos.
Mas, quando é que será que estes "opositores de tudo o que é made E.U.A." passam a ter uma visão mais abrangente da realidade política internacional, colocando na gaveta o as teorias do socialismo empoeirado!

quinta-feira, julho 03, 2003

O "Circo" e a Nação

Todos os anos, por esta altura, os nossos deputados realizam um debate parlamentar sobre o estado da Nação. Pelo menos é o que eles dizem! Contudo, basta um pequeno olhar mais atento sobre este debate, para concluir que, o que os nossos representantes eleitos fazem, de facto, se circunscreve a umas quantas leituras de discursos escritos em casa, ora com boas notícias (veiculadas pelo Governo e deputados da maioria), ora com más notícias ( ditas pela oposição). Sobram depois umas quantas discussões, inundadas de "bocas" irónicas e, por vezes, mesmo de baixo nível, que se resumem a uma espécie de troca de galhardetes.
Quanto ao conteúdo do que é dito durante este debate, o mesmo fica-se pelo desfraldar de números, taxas e estatísticas, que uns defendem e outros atacam. O Governo apresenta os indicadores económicos que mais lhe interessa (nem que seja o número de telemóveis por cada 100 habitantes, que em Portugal é o maior da UE!) e a oposição debita as taxas que mais favorecem a sua teoria de que o país está de rastos (ignorando o estado em que o deixou quando saiu do poder).
É, desta forma, repetitiva e monótona, em que todos os anos se realiza o debate do estado da Nação (dizem eles!), que deveria servir para fazer uma análise rigorosa e séria do estado real do país, mas que não passa, efectivamente, de um combate de frases feitas e gastas.
E o povo? O que ganha com o debate? O mesmo de sempre: um sentimento de maior distanciamento face à política e políticos, com que os nossos deputados parecem não se preocupar.
No entanto, n�o se pense que este fenómeno ocorre apenas em Portugal. Esta é uma situação corrente, tanto nos países mais desenvolvidos da Europa, como da América e da Ásia. Felizmente que em Portugal ainda não chegámos ao ponto de assistir a confrontos físicos entre deputados, como já ocorreram em países como a Itália ou a Coreia do Sul!
Para quando uma mudança de atitude? Até lá, que remédio temos senão assistir a este "circo" que nem sequer vontade de rir dá!

Cuidado com elas!!!

Num recente estudo publicado pela OCDE, fica-se a saber que em 17 dos 30 países da OCDE (Portugal incluído) as mulheres já ultrapassam o número de homens a frequentar as universidades. Se, por um lado, esta constatação é positiva, pois revela o desenvolvimento crescente dos países da OCDE em termos de igualdade de oportunidades e de sucesso, por outro lado, é algo preocupante, pois deixa-nos a dúvida da real importância da maternidade para muitas das mulheres.
Não quero dizer com isto que uma das principais condições da maternidade é ter poucos estudos! Longe de mim tal ideia. Apenas me pergunto como é possível, nos dias de hoje, compatibilizar o direito e dever da maternidade com o sucesso profissional, que implica casamentos mais tardios e, muitas vezes, a opção pelo absentismo.
Em Portugal, a situação assemelha-se à dos países mais desenvolvidos. Caso esta evolução continue, arriscamo-nos a agudizar o nosso problema da reduzida taxa de natalidade, pois, todos sabemos que, há medida que as mulheres se "apoderam" dos cargos mais importantes aos níveis económico e político, o tempo dis ponível para os filhos diminui.
Não penso ter uma visão machista acerca deste assunto. Apenas dou conta de uma realidade dos nossos tempos: a femenização crescente da economia e da politica e a, consequentemente, diminuição da natalidade!
A solução passa, não por cortar o acesso das mulheres ao ensino superior, mas sim, penso eu, por criar condições que permitam o acesso a uma maternidade responsável, válida e consciente, complementada pela possibilidade de ter uma vida profissional de sucesso. Tal solução não é fácil de por em prática, mas, as mulheres têm de ter a consciência que o direito à emancipação não deve colidir com o direito à maternidade, que só elas detêm.
Penso em, mais tarde, voltar a este assunto.

Onde páram os polícias em Portugal?

Na entrevista concedida ao Diário de Notícias pelo Inspector Geral de Administração Interna, Rodrigues Maximiano, é-nos dado um breve retrato sobre a situação das forças de segurança em Portugal. Ficamos a saber que um dos grandes males da polícia portuguesa (PSP, GNR e PJ) é o facto de grande parte das funções de secretaria serem efectuadas por agentes fardados, que deveriam estar, efectivamente, ao serviço das populações e não atrás de secretárias. O Inspector diz-nos também que se este tipo de funções fossem realizadas por funcionários públicos, teríamos agentes suficientes para a realidade portuguesa e, porventura, nem seria necessário aumentar o número de agentes da segurança.
Ficamos, assim, a saber que existem em Portugal 46000 agentes, mas que muitos deles não realizam um efectivo serviço de vigilância e segurança, pois estão apenas a tratar de papelada. E, cúmulo dos cúmulos, somos o país da UE com o melhor rácio de habitantes por polícia (apenas 218 habitantes por cada polícia).
Pois bem, concordo plenamente com as ideias veículadas por Rodrigues Maximiano. Nas escolas, centros de saúde, hospitais e tribunais deste país o serviço administrativo não é assegurado por funcionários públicos? Então, porque não acontece o mesmo nas esquadras portuguesas?
Esperemos que este Governo tenha a coragem de resolver esta situação e colocar todos os agentes fardados onde são necessários, ou seja, nas ruas e avenidas deste país.

Alexandre, o Grande Gay!

Ontem, andava eu a navegar por alguns sites de música, quando deparo com uma caixa de publicidade onde constava a seguinte questão: que tiveram eles em comum? Fiquei expectante por saber quem eram os denominados "eles". E vá veio a resposta! Sócrates, James Dean, Alexandre o Grande, entre outros foram todos gays, e, por isso, deveria ter-se mais respeito pelos gays, apenas pela simples razão de terem existido uns quantos de renome inconfundível.
Fiquei estupefacto! Mas que argumento é este que permite a condescência por comportamentos desviantes, apenas porque os mesmos são ou foram praticados por individualidades reconhecidas, não pela sua condição sexual, mas por um dom artístico ou outro.
Suponhamos que o Aristóteles tinha sido pedófilo. Aceitariamos a pedofilia só porque tinha sido praticada pelo génio da Filosofia Grega. Com este tipo de argumentação, reforço cada vez mais a minha posição de que os grupos minoritários (felizmente que são minoritários) representados por gays, lésbicas, transexuais e outros que tais, sofrem de um decadentismo atroz que os tornam cada vez mais incompreendidos.
Juro que não consigo compreender as tendências sexuais destes homens e mulheres, que penso, não terem culpa daquilo que sofrem (ou melhor, que apresentam), mas, ao menos, podiam não ter o desplante de se exibirem da forma que o fazem, através de parades e manifestações, que são elas sim discriminatórias.
Pronto, e assim, ficam já a saber um pouco da minha posição acerca deste assunto.

quarta-feira, julho 02, 2003

As aberturas dos noticiários.

Fiquei abismado com a abertura do noticiário da SIC: nada mais do que a recente chegada de Becham a Madrid! Com tanta notícia mais importante, é deveras impressionante como um canal de televião como a SIC (se fosse a TVI não me chocava tanto!) decide abrir o noticiário das 13 horas com tal presente. Ainda por cima retrata o número da camisola da vedeta (o 23) como se fosse uma relíquia ou uma dádiva de "Deus". Já no que se refere à vida do jogador em si mesma, é intrigante ver como é que alguém consegue viver com 20 guarda-costas (neste caso não devem guardar só as costas, mas porventura também as pernas, a barriga, o pescoço; enfim, devem ser uma espácie de guarda-que-não-se-pode-tocar).

Já a RTP decidiu, e bem, fazer a abertura do Jornal da Tarde com o criação (ainda não se sabe se tal criação é legal!) de dois novos concelhos: Canas de Senhorim e Fátima. Mas deu mais relevo ao facto da população de Esmoriz se ter revoltado com a não subida da sua terra ao mesmo nível das outras duas. É triste ver como a população esmorizcense (será que é assim que se diz?) reaje a tal (não)decisão. Cá para mim, nenhuma das vilas consideradas deveria passar a concelho (para já não falar da Tocha e de Samora Correia); qualquer dia Portugal passa a ser um país de pequenos feudos, às turras uns com os outros!

terça-feira, julho 01, 2003

Estreia

Sou caloiro nestas andanças dos blogues. Espero poder transmitir as minhas ideias acerca de alguns assuntos nos próximos tempos. Até já.