quinta-feira, março 28, 2013

O regresso do "coveiro" de Portugal

Ontem, os portugueses tiveram a oportunidade de, passados quase dois anos, voltar a assistir a uma verdadeira actuação teatral do maior mentiroso que passou pela política nacional desde há muitas décadas.
Ficou provado que José Sócrates é mentiroso, arrogante, vingativo, prepotente, gabarolas, irresponsável, falso e com uma clara tendência para a má-educação e a vitimização. 
É mentiroso, o que se comprovou quando mentiu, de forma descarada, sobre as razões que levaram ao pedido de ajuda de Portugal à troika. Como é possível que não tenha admitido que os défices de 10,2% de 2009 e 9,6% de 2010 não tenham contribuído decisivamente para o resgate financeiro a que fomos sujeitos? E como é possível que não tenha admitido que, efectivamente, foi desleal para com Cavaco Silva, dando-lhe conhecimento do PEC 4 no mesmo dia e à mesma hora que o deu a conhecer aos portugueses.
É arrogante, o que se comprovou quando afirmou, de forma arrogante, que apenas considera um erro nos seus seis anos de governação: o de ter formado um governo minoritário. É preciso uma grande dose de arrogância para não admitir qualquer erro de governação, nomeadamente ao nível do enorme despesismo que caracterizaram os governos socráticos.
É vingativo, o que se comprovou quando disse, em tom raivoso e odioso, o que disse de Cavaco Silva e de Passos Coelho. É deveras impressionante a faceta vingativa de Sócrates. Aliás, até para com Seguro foi vingativo, imputando-lhe a incapacidade do PS de fazer oposição.
É prepotente, o que se comprovou quando tentou, de forma habilidosa, fazer ver que nada tinha que ver com o estado de pré-bancarrota a que Portugal chegou em Março de 2011, imputando culpas à crise financeira internacional, a Cavaco Silva e ao PSD.
É gabarolas, o que se comprovou quando se fez passar pelo "campeão" da luta contra o défice educativo, o défice energético e o défice de investimento privado. Chegou ao ponto de se gabar de ter trazido para Portugal a Ikea e a Pescanova (como se estes dois investimentos fossem qualquer coisa de extraordinário), assumindo a sua veia umbiguista e auto-elogiosa.
É irresponsável, o que se comprovou quando não admitiu uma única vez os erros da sua governação, nomeadamente ao nível dos autênticos "elefantes" brancos que se revelaram muitas das PPP`s rodoviárias, assim como a megalomania da "Parque Escolar" ou as próprias rendas fixas a favor dos privados que foram asseguradas pelo Estado aquando da aposta nas energias renováveis. Mas o mesmo se poderá dizer da forma irresponsável como continua a insistir no betão, quando defende o TGV, a terceira ponto sobre o Tejo, a aeroporto de Lisboa e outros investimentos que só contribuem para engrossar o nosso défice e a nossa dívida pública.
É falso, o que se comprovou quando tentou enganar os portugueses afirmando que teve de contrair um empréstimo bancário para poder ir estudar para Paris. Como se ele tivesse necessidade de pedir dinheiro emprestado ao banco para se poder governar, omitindo que, segundo grande parte da comunicação social, a sua mãe tem uma conta bancária de cerca de 300 milhões de euros (notícia que nunca foi desmentida), pelo que escusava de ter fazer figura de pobre remediado.
É uma personagem que se vitimiza constantemente, o que se comprovou quando, amiúde, disfarçando-se com uma cara de infeliz (falsa como facilmente se percebe nas suas feições) disse que tentou, com todas as suas forças (esta expressão utilizada por ele é, no mínimo, risível) evitar, através do PEC4, que Portugal recorresse à ajuda externa. O sujeito devia era ter-se esforçado por não ser despesista e não "empurrar" para os outros (vejam-se os pagamentos das PPP´s arrastados para o ano 2015) as dívidas contraídas durante os seus governos.
É importante enaltecer a excelente postura que Vítor Gonçalves e Paulo Ferreira tiveram em toda a entrevista, não se deixando enrolar na "lenga lenga" de Sócrates e chamando-o à atenção para a realidade (coisa que o deixou furioso) e para a verdade dos factos.
Finalmente, resta dizer que este Sócrates é tão falso que, certamente que daqui a uns anos, o vamos ver a querer regressar à vida política activa nacional (como candidato a líder do PS ou até para Presidente da República), ao contrário do ele afirmou. Outra falsidade bem evidente na entrevista foi quando disse que a sua única pretensão era a de querer voltar ao debate político. Ora, se queria debate político não aceitava um programa de comentário político (onde não existe contraditório), mas sim outro género de programa, ao estilo daquele onde Santana Lopes participa. Claro que aí não tinha tanto protagonismo e o que o sujeito quer mesmo é protagonismo e não ser contrariado. Mas, ontem foi e foi tão bem contrariado que se revelou por completo: mentiroso, arrogante, vingativo, prepotente, gabarolas, irresponsável, falso e com uma clara tendência para a má-educação e a vitimização. 

terça-feira, março 26, 2013

Uma boa notícia para Viseu...

Hoje ficou-se a saber que Almeida Henriques, actual presidente da Assembleia Municipal de Viseu, pediu a demissão do cargo de Secretário de Estado da Economia e Desenvolvimento Regional para se candidatar à Câmara Municipal de Viseu. É uma excelente notícia, tendo em conta que o PS apresenta um "peso pesado" para tentar conquistar a autarquia viseense.
José Junqueiro e muita gente do PS já estavam preparados para esfregar as mãos de contentes pelo facto do PSD ainda não ter apresentado candidato. Por outro lado, as "brigas" entre Fernando Ruas e Carlos Marta não perspectivavam nada de bom para as hostes sociais-democratas. Pois bem, agora Junqueiro já sabe que vai ter pela frente o candidato mais forte que o PSD poderia apresentar.
Vai ser um duelo político muito interessante e quem mais ficará a ganhar será Viseu e os viseenses. Acredito que a maioria daqueles que "confiaram", há quatro anos atrás, o seu voto a Fernando Ruas continuarão a confiar no candidato apresentado pelo PSD.
Acredito que Almeida Henriques ganhará as eleições de forma confortável (com maioria absoluta) e que continuará a fazer de Viseu um concelho onde vale a pena viver, situação bem evidenciada quando muitos dos estudos vindos a público indicam Viseu como uma das cidades com melhor qualidade de vida para os seus habitantes.

sexta-feira, março 22, 2013

A propósito do Chipre, qual é o problema de se taxarem os depósitos bancários?

Quando, há uns dias, se soube que a condição proposta pela UE para salvar o Chipre da bancarrota passava por taxar os depósitos bancários foi um "corre, corre" de críticas. E o argumento dos que contestaram a ideia da UE baseava-se no receio que poderia "contaminar" os depositantes dos restantes países da UE.
Ora, se por cá cortaram nos subsídios de férias e de Natal e aumentaram os impostos a cobrar, não vejo qual o problema se num país que se assume como paraíso fiscal se optar por taxar os depósitos bancários. Aliás, bem vistas as coisas, até considero esta opção bem mais solidária, pois apenas aqueles que têm rendimentos suficientes são chamados a contribuir para salvar o Chipre da falência. Quem vive na pobreza ou com dificuldades certamente que não tem grandes quantias de dinheiro no banco com medo que sejam taxadas. Já pelo contrário, os milionários e aqueles que se quiseram aproveitar do paraíso fiscal do sistema bancário do Chipre (sobretudo de origem russa) têm agora o reverso da medalha...
O que se pode criticar na proposta da UE é o facto de não ter salvaguardado suficientemente os pequenos depositantes, mas aí havia uma solução simples que seria a de suavizar a taxa para depósitos abaixo de um determinado valor (talvez 50000 euros).
Lembro-me de há quase dois anos Miguel Cadilhe ter avançado com a ideia de se aplicar uma nova taxa diferenciada conforme os rendimentos de cada um, em vez de se andar a cortar nos subsídios ou a mexer no IVA e IRS. Claro que a proposta foi criticada e sobretudo por quem? Por aqueles que têm mais dinheiro...
Agora, uma proposta semelhante é avançada para o Chipre, por forma a salvar o país da bancarrota, e o que vemos? Gente com pena daqueles que têm dinheiro depositado nos bancos, parecendo esquecer-se que a maior parte dos depósitos a serem taxados corresponde a rendimentos de oligarquias russas e de outros países. Considero esta das medidas mais justas porque é verdadeiramente solidária para com os mais fracos, já que estes, por serem pobres ou de baixos rendimentos não têm grandes quantias de dinheiro depositadas em bancos.
O argumento da UE é claro: “quem investir o seu dinheiro em países onde paga menos impostos, deve assumir a responsabilidade."

terça-feira, março 12, 2013

Recordar aos mais distraídos...

Há quem seja distraído por natureza e há quem se faça de distraído por mera conveniência. A propósito da crise financeira em que Portugal está mergulhado (e vai continuar por muitos anos), com óbvias consequências de âmbito social (redução do poder de compra, diminuição do consumo, aumento das falências, crescimento do desemprego, etc.), Cavaco Silva apresentou no prefácio dos seus "Roteiros VII" um texto muito claro sobre os os factores que nos fizeram chegar até aqui.
Claro que para muitos só interessa criticar os "males" da cura, fazendo "tábua rasa" de anos de incompetência e irresponsabilidade governativa que nos conduziram ao estado de bancarrota que tomou conta do país há dois anos atrás e que só não se agudizou ainda mais porque a troika entrou em Portugal. Há quem não tenha memória! Mas, também há quem a tenha e não ignore as circunstâncias históricas tão necessárias de serem relembradas aos mais distraídos e aos que se fazem de distraídos.
Por isso, deixo aqui apenas alguns dados concretos, apresentados no prefácio de Cavaco Silva, que provam que os erros cometidos durante o perído socrático terão consequências nefastas ao longo de muitos anos. E é bom que, de vez em quando, se recordem os mais distraídos das circunstâncias que nos trouxeram até este estado de "definhamento" sócio-económico de Portugal:
- "há que ter presente o diagnóstico, saber como chegámos a uma situação para a qual, em devido tempo, alertei os Portugueses. A principal razão da crise portuguesa reside na acumulação insustentável de desequilíbrios das contas externas – entre 2005 e 2010, o défice anual foi, em geral, superior a 9 por cento do PIB – e no consequente aumento do endividamento do País para com o estrangeiro e do respetivo encargo de juros." pág. 3
- "o saldo devedor da nossa Posição de Investimento Internacional, que corresponde grosso modo ao grau de endividamento líquido da economia para com o exterior, subiu de 67,4 por cento do PIB, no fim de 2005, para 107,2 por cento, em 2010." pág.3

sábado, março 02, 2013

Uma manifestação que erra nos pressupostos...

Aqueles que hoje vão aderir ao protesto do movimento "Que se lixe a troika", impulsionador da manifestação do passado dia 15 de Setembro, defendem a queda do Governo e a saída da troika de Portugal. Estas são duas das razões que me levam a não aderir a este movimento de protesto.
Não nego a importância de fazer ver aos nossos governantes a insatisfação que grassa no país pelo estado a que chegámos, tanto ao nível da redução do poder de compra das famílias, como no que respeita ao aumento das famências e do desemprego: sinais evidentes do empobrecimento do país. O direito à liberdade de expressão e à contestação não pode ser coartado, desde que essa liberdade seja efectivada de forma responsável, sem injúrias e sem violência.
Se a manifestação tivesse outros pressupostos até a poderia apoiar. Se fosse uma manifestação de contestação contra a situação a que os sucessivos governos nos conduziram, sem deitar as culpas apenas em cima deste governo e da troika (como se os anteriores nada tivessem que ver com o estado a que chegámos) o carácter apartidário e independente da manifestação seria mais evidente e, certamente que aí, o apoio de muita gente que não esquece o passado seria maior.