quarta-feira, agosto 18, 2004

Quando a vergonha não tem limites...

A associação "Opus Gay" resolveu incluir o Santuário de Fátima, em concreto os seus wc`s, no rol de locais de "engate" para gays. Esta falta de respeito para com todos aqueles que vão a Fátima visitar o Santuário ou simplesmente fazer as suas preces é condenável a todos os títulos e só contribui ainda mais para que o clima de "hostilidade" entre a comunidade gay e a Igreja se intensifique ainda mais.
A comunidade gay costuma queixar-se da falta de complacência e de benevolência da Igreja para com os gays, mas o que dizer desta atitude de uma organização que "ataca" desta forma toda a comunidade católica portuguesa? Será que o movimento gay necessita de ofender os católicos para se fazer ouvir e "saltar" para as primeiras páginas dos jornais?
Incluir o Santuário de Fátima num guia de propaganda gay terá apenas como único objectivo injuriar os católicos portugueses, contribuindo, inevitavelmente, para que a maioria dos portugueses continue a não ver com bons olhos as pretensões dos gays portugueses, muito por culpa das atitudes levadas a cabo pelos seus dirigentes associativos. Quanto ao facto de os ditos sanitários serem utilizados para práticas homossexuais só merece um comentário: nojento... Depois, os gays que não venham queixar-se que Portugal é que é conservador...

terça-feira, agosto 17, 2004

O boom da música "made in" Portugal...

Nas últimas semanas tenho tido a oportunidade de assistir a vários concertos de bandas portuguesas, umas cantando em português, outras em inglês, o que me tem permitido avaliar um pouco melhor o muito que se vai fazendo pelo nosso País em termos musicais.
Se não há dúvidas acerca da prestação de algumas bandas portuguesas já com créditos firmados na áera musical, tais como os "decanos" Xutos & Pontapés, Rui Veloso, GNR ou Delfins, que contam com muitos anos de músicas e concertos, ou os "alternativos" Blind Zero e Silence Four (agora com David Fonseca a solo), já com carreiras sólidas, há que dar os parabéns a uma série de bandas que neste Verão têm posto os portugueses a cantar as suas músicas. São os casos dos Fingertips, dos Toranja, dos Ez Special, dos Gomo ou dos Blunder que têm animado as festas de Verão um pouco por todo o País.
Pena é que o sucesso da maioria destas bandas se cante em inglês. Daí que seja justo prestar a devida homenagem aos Toranja por cantarem (e bem) na nossa língua. Tal como aconteceu há uns anos com João Pedro Pais, também agora os Toranja demonstram que é possível ser-se bom na música portuguesa cantando em português.
Se ainda não viram um concerto de alguma desta bandas, aqui deixo uma sugestão: aproveitem o resto do Verão para poderem "curtir" ao som de boa música pop-rock cantada por portugueses...

sábado, agosto 14, 2004

Segredo de justiça? Onde?

O mais recente caso de fuga ao segredo de justiça é apenas mais um no vasto rol de situações em que muitos dos agentes da justiça (desde juízes e advogados a procuradores e funcionários judiciais) aparecem como autênticos "passadores" de informação sigilosa a jornais que vivem das vendas e do lucro daí obtido.
Ora, importa perceber que, na realidade, o segredo de justiça não passa de pura teoria legislativa assente em paredes de vidro e que facilmente é violado, com vista à descredibilização de casos investigados e prontos a ir a julgamento, assim como com o objectivo de fazer capas de jornais que levem ao aumento de vendas. O que ontem se passou com o Independente, tal como antes se havia passado com o Correio da Manhã, é bem elucidativo da forma como em Portugal se pratica algum jornalismo obscuro e pouco dado ao cumprimento da lei em vigor. O mesmo se poderá dizer de muita gente que, aproveitando-se dos seus cargos na área da justiça, vendem informação por baixo da mesa.
A solução passa por abrir um precedente que meta medo a esta gente sem escrúpulos, por forma a que o segredo de justiça seja efectivamente respeitado e cumprido. Para quando o dia em que alguém será afastado da justiça ou do jornalismo por violar o segredo de justiça?

quinta-feira, agosto 12, 2004

Sete dias em Lisboa...

Depois de cinco anos a viver em Lisboa, mais precisamente nas zonas de Picoas e do Campo Grande, resolvi fixar-me numa cidade do interior. Nascido e criado na Covilhã, fui para Lisboa estudar no ensino universitário público por opção, mas sempre com a plena ideia de me fixar numa cidade de média dimensão que me pudesse proporcionar uma qualidade de vida acima da média.
Apesar de ter gostado de viver em Lisboa durante o tempo de estudante, sempre me fez alguma confusão a forma stressada e apressada como se vive na grande capital, sobretudo daqueles que vivem na periferia e trabalham em Lisboa. Viver numa cidade com centenas de milhares de habitantes poderá ter as suas vantagens, mas em termos de acessibilidades, segurança e ambiente fica muito atrás das cidades de média dimensão como Viseu, Leiria, Évora ou Covilhã.
Depois de ter deixado Lisboa há seis anos, tenho por hábito ali deslocar-me várias vezes ao ano para estar com a família (toda a parte paterna vive na capital) e "sentir" a verdadeira cidade, mas quando estou por lá mais de uma semana fico farto e com vontade de retornar à chamada "província". Foi o que voltou a acontecer desta vez. Depois de ter estado durante estes dias em Lisboa, com residência no bairro da Graça (onde o meu pai vive), parti até Viseu sem grandes saudades, convencido de que não há dinheiro que pague o sossego e a tranquilidade que se respira por estas bandas...
Dez anos passaram desde que cheguei a Lisboa para ir tirar o curso de Geografia e a ideia com que fico é que muitos daqueles que vivem em Lisboa têm inveja dos que com menos dinheiro possuem uma melhor qualidade de vida numa cidade do interior de Portugal.

quinta-feira, agosto 05, 2004

Túneis e rotundas...

A moda dos túneis e rotundas veio, definitivamente, para ficar. Agora, até Viseu, que era conhecida por ser a cidade das duzentas rotundas (meio a sério, meio a brincar, pois nunca as contei...) , tem o seu primeiro túnel, obra esta que custou cerca de quatro milhões de euros e que, segundo o edil camarário, irá facilitar o tráfego rodoviário.
Ora, será que as Câmaras Municipais deste País não têm outra finalidade a dar ao dinheiro dos seus contribuintes que não seja a de construirem rotundas, túneis e estradas? Com quatro milhões de euros pode-se fazer muita obra, bem menos vistosa do que um túnel, mas talvez mais necessária para o bem comum, nomeadamente acabar com os bairros de lata, criar espaços verdes e investir em estruturas de apoio à juventude a aos mais idosos.
Cada vez mais as cidades portuguesas se assemelham a estruturas do "lego", onde proliferam autênticas "auto-estradas" em plena cidade, "buracos" rodoviários de quatro faixas e viadutos quase a "rasgarem" o céu...

quarta-feira, agosto 04, 2004

A culpa é do facilitismo...

Os mais recentes números vindos a público sobre a reduzida taxa de conclusão do 12º ano de escolaridade (mais de metade dos alunos matriculados no último ano do ensino secundário em 2001 não o concluíram) só podem surpreender os mais distraídos ou menos conhecedores do actual estado do ensino em Portugal.
Nas duas últimas décadas, a Educação no nosso País tem vindo a ser alvo de sucessivas medidas legislativas "subservientes" que apenas têm conduzido a um estado de crescente facilitismo, com graves consequências ao nível da (não) aquisição de conhecimentos científicos dos alunos portugueses quando avaliados em exames nacionais. Ou seja, o que se passa é que no ensino básico o grau de exigência tem vindo a decrescer de tal forma que os alunos quando chegam ao ensino secundário começam a "tropeçar" na barreira do mínimo exigível. Deste modo, quando postos à prova em exames rigorosos de âmbito nacional, muitos dos alunos que foram sendo empurrados à "força" para prosseguirem os seus estudos, enfrentam a verdade nua e crua do seu real estado de ignorância.
Com um ensino básico que "condecora" os professores que dão boas notas, independentemente das mesmas corresponderem ao real valor dos alunos, e que desprestigia e cria problemas aos docentes que são exigentes para com os seus alunos, temos que muitos dos alunos que não demonstram capacidades para prosseguirem os seus estudos a partir do 9º ano de escolaridade embarcam numa "aventura" de irem para o ensino secundário (não obrigatório) sem as mínimas condições de concluírem o 12º ano de escolaridade.
Muito mais se poderia dizer sobre as reais causas deste problema educacional, desde a existência de professores sem a mínima vocação para estarem no ensino, ao excesso de disciplinas dos 2º e 3º ciclos do ensino básico, ao desprezo manifestado por muitos pais em relação à situação dos seus filhos na escola, até à forma desleixada como muitas escolas são geridas. Mas, continuo a pensar que mais vale termos poucos alunos no ensino geral, mas com reais capacidades de sucesso, do que termos um ensino facilitista, mas ilusório em termos das reais capacidades de muitos dos nossos jovens. Enquanto se pensar que todos os jovens portugueses têm de ser licenciados em alguma coisa, continuaremos a ter de enfrentar notícias que apenas nos envergonham face aos demais parceiros da UE...

terça-feira, agosto 03, 2004

Assuntos quentes...

Depois de uns dias de férias pela costa ocidental portuguesa, retorno à blogosfera para aqui manifestar a minha opinião sobre o que vai sendo notícia por este País fora. Durante este período de tempo muito se falou dos incêndios florestais e da campanha eleitoral que está em curso no PS.
Gostaria de deixar aqui expressa a minha opinião sobre estes dois assuntos que estão na ordem do dia. Em relação aos fogos florestais, penso não haver dúvidas de que se trata de um flagelo nacional já de há muitos anos, que ultrapassa Governos de direita ou de esquerda. Por muita prevenção que possa ser assegurada em termos de vigilância ou de abertura de caminhos, penso que só se poderá combater eficazmente este problema quando os municípios tiverem competência legal para poderem fiscalizar as condições em que os proprietários privados da floresta portuguesa (não) conservam os seus terrenos florestais. Todos sabemos que mais de 90% da floresta portuguesa é privada; ora, para quem é detentor de um bem, não basta detê-lo, é preciso saber geri-lo. Esta situação faz-me lembrar os proprietários de prédios em estado de ruína que insistem em não fazer nada para os recuperar (veja-se o mais recente caso).
Já no que respeita às eleições internas do PS, se por um lado é positivo que estejam em confronto diversos candidatos com ideias e posturas diferentes, já se torna contraproducente que os mesmos entrem em quezílias acerca da (falta de) transparência e legalidade que envolve a eleição do líder do PS. Penso que a forma directa como os militantes do PS podem escolher o seu Secretário-Geral deveria ser seguida pelos demais partidos portugueses, pois o voto secreto e universal é a verdadeira base da democracia. Ora, se há que elogiar o PS por ser o primeiro partido português a avançar para este novo modelo de democracia interna a nível partidário, já é pena que a mesma seja dominada por uma névoa de desconfiança e intriga que em nada dignifica o maior partido da oposição.