segunda-feira, setembro 29, 2003

Marchar até onde?

A marcha branca que se realizou sábado passado a favor das crianças teve quanto a mim dois problemas. Por um lado, realizou-se num tempo em que a questão da pedófilia tem levado as pessoas a posições algo extremistas. Por outro lado, assistimos na marcha a uma espécie de posicionamento dos "marchantes" em favor do juíz Rui Teixeira, o que não me parece positivo, pois a justiça não deve ser instrumentalizada!
Já agora, em concreto, que resultados terá esta marcha? Talvez apenas o extremar de posições contra ou a favor dos arguidos do processo Casa Pia. O que não é nada bom...

Duelo Pacheco-Marcelo

Ontem dediquei um pouco do meu tempo a assistir aos comentários de Pacheco Pereira no Jornal da Noite da SIC e de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. Gostei mais dos comentários de Pacheco Pereira, talvez por a fórmula de Marcelo já estar um pouco gasta, mas também pela excelente capacidade de Pacheco Pereira em fazer passar as suas mensagens, que, na minha opinião, são de facto, muito mais coerentes do que as de Marcelo. Nota-se que o antigo Presidente do PSD é muito mais súbtil nas críticas que faz ao interior do partido, enquanto que Pacheco Pereira tem um pensamento muito mais independente. Por outro lado, Pacheco Pereira parece-me que vais muito mais além do que a discussão da simples vida política caseira, preocupado-se por abranger também assuntos relativos à União Europeia e inclusivé as novas tecnologias.
Penso que a fórmula seguida por Marcelo no jornal da TVI precisa de uma pequena reforma, pois está gasta e demasiado previsível. Neste momento prefiro os comentários Pacheco Pereira...

O Congresso do artista!

O que se passou este fim de semana, em Matosinhos, foi uma autêntica sessão de exibicionismo unipessoal, com o artista Paulo Portas a aproveitar a presença em peso da comunicação social no Congresso do PP para exibir a sua extrema vaidade e real capacidade oratória. De facto, Paulo Portas tem tanto de egocentrismo como de verdadeiro vendedor de ilusões. Fala bem, é capaz de hoje dizer que é a favor da União Europeia com a mesma convicção que ontem dizia que era contra e nota-se que seria um magnífico vendedor de propanganda médica!
Com o Congresso do PP, todos ficámos elucidados que este partido está refém, tanto da presença de Paulo portas no poder, como da vontade do PSD em querer manter acesa a coligação.
Logo, concluímos assim que entrámos na contagem decrescente para o fim do PP...

quinta-feira, setembro 25, 2003

Ídolos de quê?

No programa da SIC, intitulado Ídolos, ainda não percebi de a que tipo de ídolos o programa se refere? Serão ídolos dos jurís mais carrancudos, ou dos jurís mais execráveis?
É que o interessante do programa não são os concorrentes que cantam bem, mas sim aqueles que são enxuvalhados pelo jurí! Até agora, o programa tem sido falado pelo mal que se canta e pelo execrável que se avalia! Só é pena que uma moça tão limpinha faça parte daquela "mestela"!

Cuidado padre Borga!

O padre-cantor Borga tem que se acautelar, pois o Vaticano prepara-se, segundo notícia da SIC, para proibir que nas missas católicas haja lugar para canções um pouco mais alegres, acompanhadas de palmas!
Será melhor que o padre Borga vá alterando o seu reportório... e se dedica a umas músicas mais do estilo melancólico!

Sindicatos contra... porque sim...

Hoje surgiu a notícia de que o Ministro da Segurança Social, Bagão Félix, pensa vir a alterar as regras de atribuição do subsídio de desmprego, tendo em conta a constituição do agregado familiar. Perante esta notícia, já os sindicatos vieram fazer barulho, afirmando que estão contra. Mas contra o quê, se ainda não se sabem os pormenores desta intenção de Bagão Félix?
Mais uma vez, ficamos com a ideia de que os sindicatos já estão tão habituados a estar contra as medidas do Governo, que já afirmam estar contra uma proposta de que ainda se sabe muito pouco!

"Não podem ser burros!"

O Presidente do Benfica afirmou que os jogadores do Benfica não podem ser burros quando jogam. Foi assim que Vilarinho reagiu ao empate do Benfica na Bélgica para a Taça UEFA.
À tanto tempo que Vilarinho não aparecia na televisão a falar, que já pensava que quando aparecesse não fosse para dizer asneiras. Mas enganei-me! Afinal, as férias do Vilarinho devem ter sido passadas a beber mais uns litrinhos de vinho tinto!
É verdade que o que ele disse é o que todos os benfiquistas pensam, mas como Presidente do Benfica (ou já se esqueceu que ainda o é?), Vilarinho só tinha que dizer o que disse, quanto muito no balneário, olhos nos olhos dos jogadores. Ou então tinha uma conversa de homem para homem com Camacho...
Mas enfim, foi mais uma do Vilarinho...

Uma jogada só ao alcance de alguns!

O que se passa em Portugal na questão dos recursos que a lei portuguesa permite utilizar como forma de recorrer das decisões dos magistrados é, de facto, uma situação deplorável e que apenas está ao dispôr daqueles que podem, ou seja, daqueles que têm dinheiro para contratar advogados ebm caros.
Digo isto, depois da notícia que a SIC deu hoje, segundo a qual o Tribunal Constitucional aceitou um recurso interposto pelos advogados de defesa de Paulo Pedroso, no âmbito do caso Casa Pia. Ora, todos sabemos que os recursos constituem, regar geral, uma forma "legalizada" de atrasar a Justiça, por forma a permitir a prescrição e arquivamento de muitos casos, que de outra forma seriam mais facilmente julgados.
Na caso da Casa Pia o aproveitamento desta figura da Justiça portuguesa tem sido flagrante, sobretudo por parte dos advogados de defesa de Carlos Cruz. que até já afirmaram pensar em recorrer ao Tribunal Europeu...
Assim, parece cada vez mais óbvio que existem duas justiças: a dos que têm dinheiro para contratar os advogados "espertalhões" deste país e a dos que se sujeitam a um qualquer advogado...

terça-feira, setembro 23, 2003

O terror do dia sem carros!

A ideia de ter um dia do ano dedicado a sensibilizar as pessoas dos grandes centros a não andarem de transporte privado é boa, mas a sua concretização tem sido, de ano para ano, uma frustação.
As pessoas das grandes cidades não ficam sensibilizadas, pois passam o dia completamente revoltadas por terem de acordar mais cedo e, ainda assim chegarem tarde ao emprego e depois, ao final da tarde, a casa. E tudo, porque a ideia é boa, mas a sua prática não se torna compatível com a realidade das grandes cidades portuguesas.
Das duas uma: ou se acabava com este dia, ou então, tem-se uma atitude radical e deixa-se de permitir a entrada de automóveis particulares a algumas zonas das grandes cidades. Um bom exemplo foi a medida de Santana Lopes de proibir a circulação rodoviária no Bairro Alto e Alfama. Assim, sim...

A conversa do costume...

Ontem, ao chegar ao trabalho, a conversa na sala dos professores entre homens foi a do costume: futebol e arbitragem. Adeptos do Benfica e Sporting a cascar nos árbitros e adeptos do Porto, de sorriso aberto, mas, nem por isso, muito conversadores.
Mais uma vez, benfiquistas e sportinguistas fanáticos não aceitam as derrotas dos seus clubes e resolvem justificá-las com os erros dos árbitros. Eu, que sou benfiquista, mas sem ser fanático (apesar de até já ter sido sócio, quando vivia em Lisboa) assumo que o Benfica tem nos últimos tempos feito resultados negativos (com a Lázio, o Belenenses e agora com o Porto) apenas por culpa própria, apesar de em alguns jogos (com o Belenenses e o Porto) ter havido alguns erros de arbitragem, mas que não justificaram a perda de pontos.
Quanto ao Sporting, acho que o problema é mesmo não ter, por enquanto, um conjunto de jogadores que joguem como equipa. Por outras palavras, não jogam nada...
O Porto é a equipa do costume: os seus jogadores dão o que têm e o que não têm em campo, e os resultados surgem. Até que um dia...

A sondagem...

Na revista Visão da semana passada vem publicada uma sondagem referente às preferências dos portugueses se hoje se realizassem eleições legislativas e presidências.
Na dita sondagem a direita portuguesa surge como a grande força vitoriosa, tanto em termos partidários, como em termos de personalidades susceptíveis de chegarem a Presidente da República. O PSD surge à frente do PS, o PP aparece à frente do PCP e entre Cavaco Silva e Guterres, as preferências vão para o social-democrata. Claro que uma sondagem vale aquilo que cada um quiser, mas esta sondagem não deixa de ser uma "bofetada" bem dada à esquerda portuguesa!

quarta-feira, setembro 17, 2003

Isto está bonito!

Hoje mandei os meus alunos do 8º ano responderem a umas quantas questões numa ficha de diagnóstico, que no início de todos os anos lectivos deve ser dada, diz o Ministério da Educação, a fim de diagnosticar alguns conhecimentos dos alunos.
Numa das questões pedia-lhes que localizassem num mapa de Portugal a cidade do Porto. Muitas das respostas revelaram-se, simplesmente, humilhantes para os tripeiros, com muitos dos alunos a localizarem a invicta bem longe do mar (género Vila Real). Noutra das questões teriam de localizar a capital de Portugal e aí portaram-se muito melhor, com alguns erros em termos de latitude, mas todos a localizarem Lisboa junto ao mar.
Conclusão: os nossos jovens muito ouvem falar do Porto (e alguns até dizem gostar do Porto, ou será do F.C.P.?), mas saber onde fica é que é pior!

Objectivo: apenas mais uns quantos milhões de dólares...

Ontem, assistimos ao lançamento em 100 países do mundo de um livro destinado às crianças e que, dizem as crónicas, foi escrito pela cantora e actriz Madona. Não me vou referir à qualidade do mesmo, pois não o li, não tenho pretensões de o ler, nem tão pouco tenho sensibilidade ou paciência para este tipo de literatura "Potteriana". No entanto, tendo em conta que neste mundo da literatura pouco ou nada se faz sem intenções materialistas, parece-me que o principal intuito de Madona e da sua editora é acrescentar uns quantos milhões de dólares na conta bancária da cantora e da sua editora, ao mesmo tempo que se passa a ideia de que Madona é uma figura angelical que escreve livros para ajudar os mais desfavorecidos.
Não dúvido de que parte das receitas das vendas deste livro e dos quatro que se seguirão serão, como afirmou a sua editora, para auxiliar os mais pobres, mas também não sou ingénuo ao ponto de pensar que a atitude de comprar um livro que, concerteza, nada trará de novo ao panorama da literatura infantil, não irá rechear ainda mais os bolsos de Madona. Já o seu último trabalho discográfico ficou muito abaixo do mínimo aceitável para uma cantora que nos anos 80 e princípios da década de 90 trouxe muito à música pop.
Mas, não fico surpreendido que muitos fanáticos da moda da novidade comprem o seu livrinho e até digam que o adoraram, entrando na onda de uma nova versão "Potteriana".

Uma ideia descabida...

A proposta de alguns dirigentes do governo israelita para a deportação ou mesmo "desaparecimento" de Arafat, como forma de resolução do conflito entre a Palestina e Israel é, no mínimo, infundamentada e irrealista. Com esta ideia, Ariel Sharon e os seus "acólitos" dão a imagem de que parecem só querer mesmo que o terrorismo não cesse de ocorrer contra a população israelita.
Claro que uma das condições para que o conflito amenize (não penso que terminará por completo) é a entrada de um novo interlocutor por parte da Autoridade Palestiniana, mas essa nova personagem deverá aparecer naturalmente e sem recurso à retirada forçada de Arafat, pois a legitimidade de Israel para tal atitude é nula. Para que os grupos terroristas do Hamas e outros sejam destruídos é necessário que a Autoridade Palestiniana o queira e julgo que Arafat não está com tal ideia no pensamento. Será pois, necessário esperar pelo tempo de um novo líder da Palestina que venha com novas intenções, baseadas na democracia e no respeito pelo Direito Internacional.
Por outro lado, o Governo de Sharon está a ter uma postura demasiadamente voltada para o radicalismo de direita, que em nada tem contribuído para que a grande generalidade dos países da União Europeia estejam com vontade de apoiar as pretensões israelitas. Talvez tenhamos que esperar também por uma nova liderança israelita para que a paz seja realizável.
Até lá, novos atentados suicídas contra Israel e bombardeamentos na Cisjordânia deverão, infelizmente, ocorrer...

terça-feira, setembro 16, 2003

Há coisas sem explicação!

Ontem tive a notícia de que um antigo colega dos tempos da Universidade (andámos juntos na mesma residência universitária e chegámos a partilhar o mesmo quarto durante dois anos) se suicidou através de enforcamento. Triste notícia, para a qual há poucas palavras. Apenas a incredulidade de como é possível um ser humano chegar ao ponto de terminar com a sua vida!
Com tanta miséria no mundo e milhões de pessoas a passarem fome e a viver de forma desumana, torna-se impressionante quando nos chega ao ouvido a notícia de que uma pessoa com quem convivemos pôs fim à sua vida...

Mais do mesmo...

Todos os anos é a mesma coisa: antes de o ano lectivo começar nas escolas portuguesas realiza-se um debate entre os vários representantes da comunidade educativa: Ministério da Educação, sindicatos de professores, associações de pais e de estudantes... A conversa anda sempre à volta das mesmas questões: diagnóstico dos problemas e inventariação dos responsáveis pelos mesmos!
Ontem, assistimos na RTP1 a mais um episódio deste género de debate, onde se chega ao fim do mesmo com a sensação de que não se aprendeu nada de novo... Ou seja, mais do mesmo!

segunda-feira, setembro 15, 2003

Entrada de leão manso...

O discurso de Paulo Portas na reentré do PP revelou-se no mínimo aborrecido e desinteressante. Falar em revisão constitucional num tempo em que os portugueses têm outras prioridades é o mesmo que comer carne de porco numa vila piscatória.
Paulo Portas teve quarenta minutos a discursar ao seu estilo: sério, agressivo e num tom forte, que nem um leão, mas o conteúdo transformou-o num leão mansinho, a fazer esquecer esta sua entrada neste novo ano político.
Em forma parece andar Durão Barroso: está dentro dos assuntos, responde de forma eficaz a todas as questões que lhe colocam e não entra em "rodriguinhos"!
À esquerda, Ferro Rodrigues segue no seu ritmo pastoso e pachorrento que mete dó (falar em público não é mesmo com ele!), Carvalhas toca na mesma tecla e Louçã multiplica-se nas suas charadas! Enfim, política à portuguesa...

Mais um golpe de teatro!

Ontem muito se falou do golpe de Estado que ocorreu na Guiné-Bissau. Prefiro falar em golpe de teatro, pois Estado guineense é algo que parece existir apenas no papel, se tanto...
Uma das coisas que mais me deixa intrigado na vida política das antigas colónias portuguesas é o facto de os principais protagonistas políticos destes países terem na sua maioria frequentado universidades portuguesas, que não lhes parece ter feito entrar nada na cabeça em termos de prática democrática.
Dou dois exemplos: o agora deposto Presidente da Guiné-Bissau e o antigo Primeiro Ministro de Cabo Verde estudaram na prestigiada Universidade que frequentei (Universidade Clássica de Lisboa, o primeiro em Filosofia e o segundo em Direito) e, no entanto, exerceram o seu cargo político, pelo que se diz na comunicação social, de forma déspota e sem respeito pelas mais elementares regras da democracia. Logo, que andaram eles a aprender na Universidade? Quer se queira, quer não, passa a ideia que a vida universitária na antiga potência colonial é facilitada aos estudantes africanos, que vêm para as nossas faculdades usufruírem do nosso ensino, muitos deles com bolsas de estudo bem elevadas (alguns nem precisam pois pertencem às elites africanas!) e saem daqui para as suas terras natais a fim de se tornarem em pseudo-governantes!
Não será tempo de repensar a política de ensino dos estudantes africanos em Portugal?

Benfica desilude...

É imperdoável que a faltarem cerca de três minutos para terminar a partida com o Belenenses e a ganharem por 3-1, os jogadores do Benfica não tenham tido a capacidade para controlar o resultado, tendo sofrido dois golos, que fizeram a equipa perder dois pontos, que no futuro poderão vir a fazer muita falta. Frontal foi a atitude do treinador Camacho, que soube enfrentar os jornalistas e ter uma postura séria: assumiu as responsabilidades e criticou os seus jogadores. Já o mesmo não se poderá dizer de outros treinadores, como o Mourinho, que prefere falar apenas quando lhe apetece...o que demonstra uma falta de consideração pela imprensa e pelo público.

sexta-feira, setembro 12, 2003

Pacheco goleia Soares

No debate que ontem a SIC Notícias emitiu entre Pacheco Pereira e Mário Soares a propósito das consequências do 11 de Setembro, passados dois anos do trágico acontecimento, foi visível como Pacheco Pereira cilindrou o pai dos socialistas. Quem viu este debate ficou completamente esclarecido de que Soares já não está com o mesmo vigor de à uns anos atrás. Resta saber como é possível que alguns socialistas (como Medeiros Ferreira ou Jaime Gama) ainda venham afirmar que gostariam de ver Soares como candidato a Presidente da República.
Não será tempo de Soares disfrutar da sua reforma e se dedicar à jardinagem ou a outro hobbie qualquer?

O cúmulo do descaramento...

É preciso muto descaramento para vir afirmar que a queda da ponte pedonal sobre o IC19 nada teve que ver com as obras realizadas, ou melhor que ficaram por realizar, umas horas antes de ter ocorrido esta situação que poderia ter sido de consequências muito mais graves.
Os engenheiros do IEP devem pensar que os portugueses, tirando eles próprios, devem ser uma cambada de estupidos e idiotas, para se deixarem levar pela conversa destes senhores que não devem ter um pingo de vergonha.
Só mesmo em Portugal...

O oportunismo dos sindicatos!

A semana passada foi dominada, no que diz respeito à política nacional, pelo processo de colocação de professores, que este ano decorreu de forma diferente dos anos anteriores. Este foi um assunto que me interessou, visto que sou professor. Neste processo que se desenrolou de forma algo confusa, destaco algumas notas.
Primeiro, e pela positiva, o facto de os chamados mini-concursos terem terminado, pondo fim a um autêntico calvário que muitos professores tinham de ultrapassar, com óbvios resultados negativos para os alunos que começavam as aulas mais tarde. Por outro lado, penso que o sistema encontrado pelo Ministério da Educação é muito mais simples e justo, já que impede que os Conselhos Executivos "guardem" na gaveta alguns horários destinados a determinados professores. Assim, o factor cunha é mais dificultado.
Agora, os aspectos negativos. O que ressaltou mais à vista foi, sem dúvida, as falsas expectativas que o Ministro da Educação incutiu na cabeça dos professores, ao afirmar que este ano os resultados seriam de consulta mais facilitada, com o recurso a mensagens via telemóvel. Pois bem, neste aspecto tudo correu de forma atribulada, com prejuízo para os professores. Mas, o maior erro foi o facto do Ministério da Educação ter recorrido a uma empresa da Portugal Telecom para realizar todo o processo informático do concurso, sem ter avisado os seus responsáveis que no ensino secundário o horário completo corresponde a 20 horas e não a 22 horas como acontece no ensino básico. Esta confusão de horários complicou as colocações, e deste modo, alguns professores foram mal colocados.
Mas, o que mais me indignou este ano no processo de colocação dos professores foi a atitude de alguns sindacatos, nomeadamente dos afectos à FENPROF. De facto, estes vieram com a exigência ao Ministério da Educação de que este deveria realizar de novo todo o processo de colocação dos professores, sem se preocupar minimamente com o início das aulas, nem com os alunos. Por outro lado, a FENPROF resolveu generalizar uma situação que, de facto, ocorreu não à maioria dos professores, mas sim em casos pontuais, que obviamente são de lamentar e criticar, mas não devem ser de aproveitar para fazer contra-informação.
Todos sabemos que a FENPROF tem fortes ligações ao PCP e, de que deste modo, tem dificuldade em ter uma postura imparcial. Desta vez, a FENPROF ultrapassou os limites e resolveu fazer uma tempestade num copo de água. A crise por que passam os sindicatos, com cada vez menos sindicalizados e uma imagem desgastada e, nalguns casos, muito negativa (basta lembrarmo-nos daqueles dirigentes dos sindicatos que apenas se preocupam com o seu poleiro) não justifica que estes recorram a ameaças infudadas por tudo e por nada. Atitude séria teve desta vez a FNE (Federação Nacional da Educação) que criticou o processo de colocação dos professores naquilo que havia a criticar, mas sem recorrer à baixeza política.
No entanto, parece que tudo já acalmou. A ver vamos como as coisas vão decorrer para o próximo ano...

sexta-feira, setembro 05, 2003

Retomar a escrita....

Depois de três semanas sem escrever neste humilde blogue, espero retornar às lides da escrita. Esta interrupção não se deveu a nenhuma espécie de desistência precoce, mas tão somente ao facto de ter passado umas férias de descanso especial (versão lua de mel) que foram incompatíveis com o normal funcionamento deste blogue.
Agora que as férias acabaram e o trabalho recomeçou, espero deixar aqui as minhas notas pessoais sobre os principais assuntos da actualidade. Nestas três semanas de interrupção bloguista, penso que nada de especial ocorreu no nosso país, a não ser, talvez, pela negativa, a não passagem do Benfica à Liga dos Campeões. Mas, também depois do resultado da primeira mão não esperava nenhum "milagre". Quanto ao resto, tudo na mesma: a conversa dos incêndios passou para a conversa do caso Casa Pia e a política nacional continua no seu rumo normal, com o fim das férias e o reinício do combate Governo/oposição.
A crise parece começar a querer deixar-nos, embora alguns de nós pareçam não querer deixá-la ir embora. Falo dos sindicatos e dos partidos da oposição, que aproveitam qualquer notícia menos boa para falarem em crise económica. O Governo tudo tem feito para que o défice não ultrapasse os 3% do PIB e o desemprego desacelerou. A ver vamos como com vai acabar o ano 2003...