quarta-feira, abril 11, 2007

Haverá coincidências? Continuamos sem saber...

Escrevo depois de ter assistido à mais que extremamente pouco convincente entrevista televisiva que José Sócrates concedeu, imagine-se à mais que "imparcial" RTP1, que tinha como suposto tema central os dois anos de governação, mas que, na verdade serviu como mero instrumento de auto-elogio, com ausência total de sentido de humildade ou sequer a capacidade de considerar pequenas (ou grandes) omissões, erros ou falhas dolosas (ou não).
Fica claro que as coincidências que vieram a lume neste caso (que, sublinhe-se, foi avançado pela primeira vez pelo autor do blogue Do Portugal Profundo e não pelo jornal Público) são mais que evidentes, não se devendo esquecer que quando José Sócrates adjectiva de "impecável" a forma como a Independente funcionou em 1996, as dúvidas tornam-se ainda maiores.
Ah, e não nos esqueçamos da velha frase de Jorge Coelho "quem se mete com o PS leva...". Isto porque, tão ou mais grave do que estas legítimas dúvidas que se colocam é o que se sabe sobre como o Governo tentou "controlar" a forma como a comunicação social trabalha. Quando o Director de Informação da Rádio Renascença afirma, preto no branco, que recebeu ameaças caso publicasse uma notícia sobre o caso está tudo dito...

7 comentários:

Filipe Brás Almeida disse...

Em relação à polémica, o Sócrates não tinha nada a convencer nem a explicar. Se alguém tem provas de que houve fraude ou crime então esse individuo que apresente queixa nos tribunais. Quem acusa é quem tem de provar.
Mas tendo tido a paciência de ver algumas dessas provas no Portugal profundo há bastante tempo, não vejo como se pode dizer que seja outra coisa que não um assunto de zero interesse fundado em zero dados concretos de teor ilegal ou até suspeitos. O maior fait-divers a que eu alguma vez assisti e uma prova concreta de que existem bloguistas e jornalistas com falta de coisas para fazer.

Segundo a blogosfera, o José Sócrates é um homossexual que teve um caso com o Diogo Infante e um idiota que apenas conseguiu tirar o curso graças a uma falcatrua. É caso para dizer que a vida real deve ser mesmo uma maçada para certos bloguistas.

Preferia que a entrevista tivesse sido centrada em assuntos com algum interesse para o país.

Nunca reconheci qualquer parcialidade na RTP1 o que já é mais do que posso dizer em relação à SIC. O único reparo que faço é que eu esperava que os jornalistas de ontem, o JA Carvalho e a MF Pedroso tivessem mais bem preparados e que tivessem um mínimo de noções de macro-economia. Em uma ou duas questões não pude deixar de reparar que eles não faziam a menor ideia sobre o que estavam a perguntar.

Concordo consigo num ponto. Que o Sócrates tem aquele estilo impetuoso e mandão nos diálogos e trocas com os jornalistas o que já não é novidade nenhuma. Mas até neste se há alguém que está a ser parcial aqui és tu. Provavelmente acharias que a mesma característica noutro político seria uma virtude em vez de defeito.

Quintanilha disse...

José Sócrates está a conseguir aos poucos, tirar Portugal do abismo em que os (des)Governos de Durão/Portas e Santana/Portas o enfiaram.
É claro que se tem que deitar abaixo este homem!
Viva a mediocridade!

Anónimo disse...

O maior fait-divers a que eu alguma vez assisti e uma prova concreta de que existem bloguistas e jornalistas com falta de coisas para fazer.
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O petiz está feliz.
Este filipinho é um verdadeiro achado. Pena que não seja grande cabeça, mas enfim, assim acaba por ter mais graça.

Anónimo disse...

Será que o Tecelão se está a referir ao canudo do Primeiro-Ministro? É que é em relação ao canudo de Sócrates que as dúvidas têm sido legitimamente colocadas!!!
O Filipe diz que "Sócrates não tinha nada a convencer nem a explicar". O Filipe não deve andar ao corrente do que tem vindo a público. Só assim se compreende esta sua afirmação. A verdade é que estamos perante um caso em que são legítmas as dúvidas que se colocam sobre a forma como Sócrates fez o seu percurso académico. E, ainda muito está por explicar!!!
Quanto ao comentário do Quintanilha, apenas direi que quando se aumenta a carga fiscal dos portugueses como este Governo o fez e se corta no Funcionalismo Público como se tem feito nao é difícil a um Governo reduzir o défice público que, recorde-se, foi um "monstro" criado nos Governos de António Guterres...
Anónimo(a), seria melhor que concretiza-se a sua crítica ao Filipe. Para bem do debate de ideias...

contradicoes disse...

Meu caro Pedro sobre os cursos obtidos nas Universidades privadas
mesmo nas tidas como credenciadas nomeadamente a Católica, tive sempre muitas dúvidas sobre a sua qualidade pedagógica e sabe porque o afirmo. Tenho uma sobrinha que não conseguiu face à sua média obtida no 12º. ano entrar numa universidade pública e resolveu então inscrever-se na Católica, onde se licenciou já lá vão
quase 2 décadas, em economia. E sabe meu amigo, porquê. Porque sendo o ensino Universitário Privado um negócio de alguns docentes do ensino oficial, facilita a obtenção dum curso aos alguns alunos que, no público jamais o conseguiriam. Por isso julgo que não vale a pena escolher o primeiro ministro como o bode espiatório do ensino superior privado em Portugal, quando afinal tanta gente existe licenciada com um curso não obtido, mas adquirido. Esta é a realidade mas que os adversários públicos não tendo argumentos para combater a governação, aproveitam para tentar denegrir a imagem do 1º. Ministro mas julgo por aí não terem sorte nenhuma. Um abraço do Raul

Paulo disse...

Ensino público ou privado???
Ramalho Eanes, depois de velho, tirou, recentemente, um doutoramento. Alguém sabe alguma coisa quanto a notas, tese, Universidade...?
Academia Militar: A licenciatura em "ciências" militares, onde os alunos têm ordenado e emprego assegurado, como funciona? Por mérito ou por se ser "filho d,lgo"?
Abraço
Paulo

M.B. disse...

A entrevista foi uma anedota jornalística. Tive vergonha da prestação dos jornalistas que ali estavam e das perguntas que faziam.
Preferia uma SIC tendenciosa e contra a uma RTP sem saber como se comportar para mostrar isenção à força. Que tristeza de entrevista.