quarta-feira, julho 15, 2009

Enganar o povo!!!

José Sócrates confessou ontem as razões que levam o Ministério da Educação a insistir na massificação dos cursos profissionais, dos CEF`s e das Novas Oportunidades, sem que qualquer estudo tenha vindo a provar a seriedade e o rigor destas novas formas de apetrechar o curriculum vitae daqueles que optam por estas vias de qualificação. Aliás, o único estudo até agora conhecido e que foi encomendado pelo Governo (o que põe em causa a sua independência) dá a conhecer as fragilidades destas opções facilitistas, que em nada contribuem para a melhoria do mercado de emprego.
Mas, vamos às declarações de José Sócrates: "Estes são cursos que têm menores taxas de abandono e de insucesso escolar e que melhoram a competitividade das nossas empresas e da nossa economia que precisa de jovens habilitados do ponto de vista académico e profissional”. Tanto disparate numa única frase.
1. Estes cursos têm menores taxas de abandono porque o regime de faltas é extremamente facilitista, o que não admira depois do que foi feito ao Estatuto do Aluno;
2. As taxas de insucesso escolar são mais reduzidas porque as instruções que os professores têm é a de não levarem a sério os programas; caso contrário seriam pouquíssimos os alunos a conseguirem terminar os cursos profissionais "pensados" nos gabinetes do Ministério da Educação e descontextualizados das características daqueles a quem se destinam;
3. Estes cursos não têm melhorado a competitividade das nossas empresas e economia, pois quem lecciona nestes cursos sabe que a grande maioria dos alunos que terminam estes cursos vão trabalhar (quando querem e conseguem) para áreas que pouco ou nada têm que ver com os cursos que terminaram;
4. A nossa economia precisa se jovens habilitados, mas não com cursos que são praticamente oferecidos ao desbarato; por isso é que continuam a ser os licenciados a serem requeridos pelas nossas empresas.
Não nos podemos esquecer que o Primeiro-Ministro se encontra em campanha eleitoral, pelo que todos os dias somos inundados com rebuçados de caça ao voto. Veja-se agora as bolsas de estudo para o secundário (cuja apresentação serviu de gargalhada, dada a confusão com os valores anunciados), o cheque dentista, o Magalhães para o secundário. Enfim, Sócrates sabe que perdeu o voto dos professores, pelo que tenta comprar o voto dos pais. Não se deixem enganar...

12 comentários:

danieltecelao disse...

Você é o tipico pica miolos da direita panhonha bota de elástico,que se pela em deitar abaixo tudo o que este governo faz.
Não consegue destrinçar o bem do mal,já que o que está em causa é deitar abaixo este governo que lhe travou a progressão automática na carreira até ao topo sem provar que o merece.
Isso você não perdoará nunca.
Quanto às suas apreciações do governo,não passam de botardas!!!

Pedro disse...

Tecelão, você é o típico comentador que apresenta muita parra e pouca uva de quem não tem argumentos para contrariar uma opinião sustentada em factos!!!

danieltecelao disse...

Desculpe mas eu nunca descurtinei uma sua opinião sustentada por coisa nenhuma,repete aquilo que a direita bacoca faz a toda a hora.
Claro que muitos professores não votarão em Sócrates,não lhe perdoam a avaliação,era bom trepar a carreira toda sem prestar contas a ninguem.
Não me diga que tem coragem de me dizer,que os professores são estranhos ao endémico insucesso escolar deste país?!?!
Mas vou pagar para ver,se quem vier a seguir irá rasgar a avaliação.
Não se deixem enganar!!!

Pedro disse...

Tecelão, você parece pensar que o actual sistema de avaliação de professores é a solução para o insucesso escolar dos alunos. Desengane-se. Só com uma Escola séria e de rigor (coisa que Sócrates detesta) poderemos ter alunos competentes.
Quanto à sua velha questão da progressão automática da carreira, apenas lhe digo que uma injustiça não se corrige com outra injustiça...

danieltecelao disse...

Ninguem pensa que a avaliação dos professores resolverá o insucesso escolar,mas uma boa parte passará por aí,quer os professores admitam ou não.
Quanto às injustiças,neste país quem não se sente injustiçado!?!?

Unknown disse...

Eu sou aluno, caros comentadores vivaços! E sou (fui), aluno de um curso de novas oportunidades.
Não conheço esse regime de faltas facilitistas! Isso é ridículo, pois nestes cursos, quem exceder um dado número de faltas injustificadas OU JUSTIFICADAS <-ATENÇÃO!-, chumba a disciplina. O Pedro deveria saber isso enquanto professor. AH sim, podemos "apagar" as faltas justificadas (que apenas o podem ser por doença), com provas nas matérias das disciplinas a que se faltou... O que exige TRABALHO da parte dos PROFESSORES e do ALUNO!
Falta de emprego para os profissionais? E eu que assisto aos licenciados a queixarem-se que os níveis 3 e 4 se estão a apoderar dos seus lugares com rendimentos mais baixos... Portanto, não vejo grande fundamento de verdade nessa afirmação.
Não gosto do nosso governo actual, desengane-se. Não sou de nenhum partido concreto, por isso não lhe estou a armar uma guerra. Mas pare para pensar no que diz e passe a ser mais imparcial!

Outra coisa, se estes cursos são pouco exigentes tenho muito colega cuja inteligência não existe, pois numa turma de 18, apenas 3 concluímos o curso em Julho, e eu, com a matéria "pouco exigente" leccionada, fiz exames nacionais e vou inscrever-me na faculdade.

E para terminar... Já tive ofertas de emprego na minha área.

alfabeta disse...

Olá

Não sou PS, mas isto das Novas Oportunidades foi a melhor coisa que ele fez.


Então tu és contra a que as pessoas aprendam mais?

Achas que nas Novas Oportunidades, eles dão certificados a quem não mostra competências? Se achas isso, enganaste!


Seria melhor não fazer nada, para combater as empresas que para ocupar um lugar de merda e peço desculpa pela expressão, pedem o 12º ano?!


Seria melhor não dar oportunidade àqueles que por motivos de força maior não puderam continuar os estudos, mas que aprenderam muito em relação àqueles que se acabaram de formar?

Será esta tua atitude uma boa vontade para que este país tenha menos pessoas qualificadas?


Eu não gosto do Sócrates, mas isto e o Magalhães que tanta gente critica, foram as melhores coisas que alguma vez algum partido fez e olha que não vou votar nele!


;)

alfabeta disse...

Mas se fosse só para continuar com a avaliação dos professores, votava nele, há por aí muito professor que deixa muito a desejar e só lhe vou deixar um link de uma professora e veja se o que escreve deveria ser exemplo de uma professora.

http://rabiscosegaratujas.blogspot.com/

É asneiras para aqui é asneiras para ali, é atacante de quem pensa diferente dela, enfim, um, rico exemplo de uma pessoa que devia educar.

alfabeta disse...

Todos somos avaliados nos nossos trabalhos, porque não os professores também?

O que são mais que médicos e outras classes profissionais?

Por isso , não é uma questão de não nos deixarmos enganar, é uma questão de justiça e protecção de injustiça a muitos alunos que professores tendem a por de parte.

Anónimo disse...

Os professores querem é mama... não querem ser avaliados e progredir à papo-seco!!! Também eu queria!!!
Sr. Professor Pedro a sua simpatia não é compatível com a sua obsessão pela laranja!!
A caldeirada no laranjal anda infectada!!! Será do clima???

Pedro disse...

Os professores querem que no Ministério da Educação esteja alguém que realmente perceba de educação e que saiba o que é a escola do século XXI...

Unknown disse...

E o Pedro sabe?
O que está a fazer a ensinar geografia? Porque não se candidata ao Min.Edu.?
O que faz alem de falar? E ainda fala de parcialidade num comentário a um post a seguir a este.
Pedro, podemos ter ideias diferentes, mas lute pelas suas de uma forma mais condigna… Despeço-me assim deste blog. Já tive melhor impressão dele, mas realmente há coisas que não me caem nada bem…
Nunca faltei uma eleição desde que me recenseei aos 18. Espero que o senhor também não, para fazer merecer o que diz… E o que não diz.
Aplaudia o professor com os …. no sítio, e que admitisse aspectos positivos do governo actual e do ministério da educação. Vejo que a parcialidade com que aponta é recíproca.
Adeus.