sexta-feira, dezembro 14, 2012

Os cortes, os reformados e a justiça social...

Portugal tem cerca de 2 600 000 reformados, o que representa à volta de 25% da população portuguesa. Um valor impressionante! Ora, todos sabemos que este número tenderá a aumentar nos próximos anos, em resultado de vários factores, com destaque para o aumento da esperança média de vida. Por outro lado, tendo em conta que a natalidade continuará a níveis muito baixos, o peso da população idosa, medido pelo índice de envelhecimento, irá aumentar progressivamente. Aliás, o INE prevê que já em 2030 metade da população portuguesa terá mais de 50 anos de idade.
Ora, sendo certo que a relação entre as contribuições e as despesas da Segurança Social é crescentemente deficitária, há que fazer alguma coisa para que a população activa que agora contribui para a Segurança Social ainda possa ter esperanças de ter direito a algo parecido com uma reforma. Diminuir as despesas com as reformas constitui uma necessidade inevitável...
Assim, uma das medidas tomadas pelo actual Governo nesta matéria foi a respeitante aos cortes nas reformas. Os princípios da progressividade e da justiça social foram assumidos, cortando-se mais aos que auferem maiores reformas.
Assim, as reformas acima dos 1350 euros sofreram cortes que vão dos 3,5% até a um máximo de 40% para os que recebem mais de 7500 euros por mês. Desta forma, protegem-se os que auferem reformas baixas, visto que os que recebem menos de 1350 euros por mês não são atingidos por esta medida. Se isto não é ter preocupações sociais, então não sei o que é ter justiça social para com os mais fracos.
Apesar de tudo, temos a notícia de uma associação de reformados, aposentados e pensionistas, liderada por uma antiga professora (que deve estar com uma reforma bruta mensal de 2300 euros) dizer que é contra estes cortes. Mais uma vez temos a lógica do umbiguismo: "Querem cortar, que cortem nos outros", parece ser a ideia desta associação. 
Seria importante que estes reformados que têm pensões superiores aos 1350 euros soubessem que 88% dos reformados recebem menos de 1350 euros e que são quase 2 milhões os têm pensões inferiores aos 500 euros!
Onde está a lógica de solidariedade destes reformados? Se são eles que auferem maiores reformas, porque não poderão também eles serem atingidos pela austeridade? Queriam que fossem os quase 2 milhões de reformados com pensões abaixo dos 500 euros a levarem com os cortes? Não percebo... 

4 comentários:

danieltecelao disse...

Os pensionistas só olham para o seu umbigo!!!

danieltecelao disse...

Quem neste país aufere uma reforma acima de 1350 euros,para a qual contribuiu,é considerado rico,logo há que o espoliá-lo da sua pensão.
Já nem vale a pena referir as excepções do banco de Portugal,onde o chefe do bando laranja,de nome Cavaco,fica isento do esbulho.
Vejamos se todos são chamados ao mesmo esforço,só quem os pensionistas e os trabalhadores são espremidos,a canalha do capital continua num bem bom protegido por este miserável governo!!!

Varandas disse...

Não me choca que quem tem reformas de 1500 euros sofra cortes iguais ou superiores em relação aqueles que trabalham. É uma questão de justiça social protegendo os que têm reformas mais baixas.

daniel tecelao disse...

Varandas,diz-me onde te perdes para eu ir lá buscar-te.
O Varandas é canhestro,conta aí porque é que um reformado que aufere os mesmos proventos que um trabalhador no activo,deve ser mais taxado!?!?
Foi o Coelho que te enfiou essa na tola?