Há uns dias atrás o Público noticiava que existem politécnicos e universidades que concedem uma bonificação na nota final de curso aos alunos que têm um percurso escolar "exemplar", ou seja, que completam o curso no número de anos previstos, sem qualquer chumbo pelo meio. Há situações em que a média final de curso pode ser acrescida de um valor!

De facto, a proliferação de institutos e universidades um pouco por todo o país, isto já para não falar das instituições de carácter privado, fez com que a qualidade média do ensino ministrado no superior decaísse a pique. É a velha lógica da lei da oferta e da procura, só que agora aplicada ao ensino superior. Com centenas de cursos a invadir o país a qualidade média dos mesmos decai e apenas alguns (os do costume!) continuam a ter como pressupostos básicos a exigência, o rigor e a qualidade.

A autonomia do ensino superior é positiva quando os interesses financeiros não se colocam acima dos interesses pedagógicos. Ora, sabemos que o lóbi dos politécnicos e das universidades tem um interesse a preservar: o posto de trabalho de milhares de docentes universitários. Deste modo, ninguém fala em encerrar politécnicos ou pólos universitários e todos dizem que têm uma missão a cumprir em prol do desenvolvimento regional. À custa de quê? Da menorização da exigência que no ensino superior deveria ser bem elevada...
Sabemos que, por exemplo, no ensino não superior já há alguns anos que se inventaram umas fórmulas "mágicas" para evitar que os alunos reprovem de forma sistemática quando não querem nada com a escola. Mas, estas fórmulas, assentes nas siglas PCA`s ou CEF`s, que muitos conhecem inserem-se num ensino que é obrigatório. Isto já para não falar do escândalo das Novas Oportunidades! Já o ensino superior não é obrigatório, pelo que o facilitismo nunca deveria ter a porta escancarada dos politécnicos e das universidades.
Urge uma reforma séria de todo o ensino superior e se para isso for necessário retirar autonomia aos politécnicos e universidades que se retire. É que há quem não saiba compatibilizar exigência com autonomia e muitos reitores não o sabem!!!
4 comentários:
É verdade. Muito do ensino superior que existe em Portugal deixa muito a desejar e parece cada vez mais assemelhar-se a um mero negócio.
E já nem me refiro a muita da investigação que é feita. Se há bons exemplos, também há e não são poucos, casos de trabalhos de investigação muito duvidosos. Aliás muitos professores universitários inventam trabalhos e cursos apenas para justificarem a manutenção do seu posto de trabalho.
As universidades portuguesas são um verdadeiro antro de promiscuidade e leviandade, onde os professores fazem o que querem, dão as aulas que querem e como querem, apenas pensam nas suas teses e investigações e em conseguirem subsídios para os seus trabalhos.
Porque é que o Pedro nunca escreveu nada sobre a vergonha que se passa em muitas das universidades privadas criadas no tempo do cavaquismo e que venderam canudos a muitos ministros de agora? Isso é que é negócio. Um negócio vergonhoso de que Relvas e outros beneficiaram.
Aliás porque é que o Pedro nunca escreveu nada sobre a forma como o ministro Relvas se licenciou? Partidarite aguda não é?
Há pior que os politécnicos. Ao Relvas, por exemplo, subiram as notas por acabar antes do previsto!
Eh! eh!
Então o relvas deve ter saído de lá com média de 35!... Acabou antes de ter começado!
Enviar um comentário