sábado, julho 20, 2013

Soares: o incendiário...



As declarações de há uns dias atrás de Mário Soares (ao Público e a outros jornais) sobre os esforços levados a cabo pelo Presidente da República e pelos três partidos que assinaram o memorando de entendimento com a troika com vista a chegarem a um acordo que perspective um futuro mais estável para Portugal, constituem um verdadeiro exemplo do que um ex-Presidente da República nunca deve fazer: servir-se do seu estatuto (e até da sua idade) para obstaculizar um compromisso que, neste momento, poderia ser a última oportunidade para evitar um segundo resgate e novos tempos de austeridade e de crise.
O comportamento de Soares não pode ser desculpabilizado pela idade avançada do antigo Presidente da República. Depois de quase ter incentivado à "revolta" do povo, insinuando a necessidade dos portugueses agirem de forma menos branda na defesa dos seus direitos, vimos agora Soares a tentar tirar o tapete a António José Seguro. E a estratégia de Soares deu resultado. Seguro ficou cheio de medo da facção mais radical do PS e decidiu-se por abandonar a mesa de negociações... 
Há quem diga que a idade traz consigo experiência, ponderação e até razão. No caso de Mário Soares, o que se tem visto, nos últimos tempos não passa de mera teimosia, arrogância e, sobretudo, falta de bom senso. Cada vez que Soares surge a prestar declarações em público, é visível uma notória raiva e ódio por Cavaco Silva e Passos Coelho que apenas incendeia os ânimos... Soares parece querer que o povo se revolte, quase que apelando à violência. É pena ver como alguém com o estatuto de Mário Soares insiste numa estratégia que em nada beneficia Portugal... A este propósito há que elogiar um outro ex-Presidente da República que aparece em público poucas vezes, mas que quando aparece, fala de forma ponderada, sensata e em prol dos interesses do país: Ramalho Eanes! 
Agora que Seguro mostrou o que realmente vale, colocando os interesses pessoais e partidários à frente dos interesses do país, resta esperar que Cavaco Silva reconsidere que o melhor caminho a tomar é (re)legitimar o actual Governo e recuar na ideia de que há que haver eleições mal a troika abandone Portugal. O actual Governo tem toda a legitimidade para continuar a governar, dado que tem uma maioria absoluta no Parlamento que lhe confere apoio nas decisões tomadas, para além de que não se vislumbra qualquer tipo de impasse no regular funcionamento das instituições democráticas do país. Deste modo, e caso não volte a ocorrer nada de anormal (pode ser que as consequências da atitude de Portas tenham servido de exemplo em relação ao que em política não se deve fazer), Seguro vai ter de esperar mais dois anos para tentar ser Primeiro-Ministro...

5 comentários:

Anónimo disse...

Sempre a mesma conversa da treta: tudo o que vem do lado da esquerda é negativo, seja bom ou mau. Não importa que o que este governo faz seja uma miséria, nem que esteja a destruir o país, com uma austeridade levada ao extremo, que já se viu que não leva a nada (de resto, qualquer pessoa inteligente sabia disso desde o 1º momento...)
O que interessa é (como sempre) malhar na esquerda. E a sua sorte é que o Seguro é um coitadito, o que só favorece a tranquilidade no seu querido PSD, que assim continua a ter carta branca para fazer o que quer (o Pedro chamar-lhe-á, ainda que erradamente, legitimidade) não por mérito próprio, mas por demérito da oposição, que não inspira confiança nenhuma. E isso implica que, caso Seguro chegue ao poder, isso acontecerá pelo mesma razão pela qual chegaram Passos Coelho, Sócrates e Durão Barroso: o facto de os portugueses estarem fartos do governo anterior, que pela enésima vez os defraudou, e voltarem à burrice de escolher a outra face da mesma moeda, na esperança idiota que algum dia fizessem melhor do que os seus antecessores... E isso explica bem o estado lastimável a que chegámos.

Pedro disse...

Caro anónimo,
concordamos na ideia de que Seguro é um "coitadito". Viu-se agora quando foi atrás da conversa de Soares e não teve coragem de romper com o "chefão"... O mesmo não se pode dizer que Passos Coelho, pois coragem foi coisa que nunca lhe faltou. Basta recordar os tempos em que PPC, ainda líder da JSD, "afrontava" Cavaco Silva.
De resto, só lhe peço que tenha memória e não coloque PSD e PS no mesmo saco. É que a história dos últimos 40 anos demonstra que o PS no poder afunda o país, enquanto que o PSD tem tido a responsabilidade de o resgatar da crise...
Mas, cada um tem a sua opinião!

Unknown disse...

Ó autor do blogue, olhe que «ai» não tem acento!

danieltecelão disse...

A direita fez tudo para ir ao pote.Lá chegado,por ideologia,incompetência,e servilismo aos credores,destruiu o país.Agora constactado o falhanço da sua politica,o chefe de Belem para salvar a sua camarilha tentou entalar o PS.

Anónimo disse...

Mais do mesmo: para o Pedro, é tudo muito simples: PS (ou esquerda, no seu todo) é o mau da fita, e PSD (com ou sem CDS) é o bom da fita. Nem comento mais, pois não vale a pena...