
Há quem fale nos negócios dos incêndios, insinuando que às empresas de aviação contratadas pelo Estado lhes interessam que haja muitos incêndios.
Há também quem fale no lobbie da indústria da pasta de papel ou ainda dos interesses imobiliários que beneficiam com estes desastres naturais.
Há ainda quem não tenha dúvidas que a necessidade de pastagens para os animais leva a que muitos incêndios sejam provocados por pastores.
E, finalmente, temos as situações, que vêm sendo conhecidas, de autênticos loucos que têm prazer em ver arder as florestas e se dedicam a andar pelas florestas a provocarem incêndios. Disto tudo sobram poucos incêndios que tenham como justificação uma autêntica causa natural...
As estatísticas da Autoridade Florestal Nacional (AFN) indicam que a evolução anual da área florestal ardida em Portugal é bastante irregular, pelo que, dizem, não se pode concluir que cada vez haja mais área florestal ardida. Contudo, se atendermos a uma evolução analisada por década e não por ano, as conclusões acerca do impacto deste flagelo parecem mais que óbvias: na década de 1980 a área ardida foi de cerca de 700 mil hectares, na década de 1990 foi já um pouco superior a um milhão de hectares e na década de 2000 aproximou-se do milhão e meio de hectares. Ainda não chegámos a meio da década de 2010 e a área ardida já é superior a 500 mil hectares.
Parece mais que óbvio que não é a natureza a principal responsável por este contínuo aumento da área ardida verificado desde 1980. São, sem dúvida, a multiplicidade de causas humanas que justificam tão grande flagelo. As causas estão mais do diagnosticadas.
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