quarta-feira, março 11, 2015

Telhados de vidro? Quem os não tem?

Sabia ou não sabia que tinha de fazer os descontos? Pagou ou não pagou tudo o que devia? Esqueceu-se ou fez de propósito? Tem ou não autoridade moral para continuar a pedir sacrifícios aos portugueses? Devia ou não demitir-se? Enfim, as perguntas são muitas e todos têm respostas...
Ora bem, depois da assumpção de António Costa de que Portugal está melhor agora do que há quatro anos atrás e logo a seguir a ser conhecida uma sondagem que dava um empate técnico entre a coligação PSD/PP e o PS, esta foi uma notícia que muito jeito deu a António Costa e aos partidos da oposição. Até Sócrates se deve ter sentido mais aliviado pela notícia dada à estampa pelo Público, tendo aproveitado logo para vir a terreiro atacar Passos Coelho. Só faltou mesmo termos ouvido Mário Soares a exigir a demissão de Passos Coelho!!!
Mas, vamos ao que interessa. Passos Coelho não pagou aquilo que tinha a pagar à Segurança Social; isto há mais de 10 anos atrás. Afirma que não sabia que os descontos para a Segurança Social eram, à data, obrigatórios. Nunca foi notificado para o pagamento. Decidiu pagar depois da notícia do Público. Conclusão: não cometeu qualquer crime, mas sim uma falha/omissão. Um erro que exige a demissão do Primeiro-Ministro? Claro que não! É que caso fosse aberto um precedente a este nível, então não tínhamos governos que aguentassem seis meses seguidos. É que, não tenhamos dúvidas: não há político que não tenha "telhados de vidro". E, como muito bem afirmou Passos Coelho sobre ele próprio, não há ninguém perfeito, seja ou não político. Nesta trapalhada toda (que não passa disso mesmo) só vejo um erro político na forma como Passos Coelho reagiu à notícia. Não pediu desculpas aos portugueses. De resto, vi um Primeiro-Ministro sereno e com a consciência de que, tal e qual como os restantes portugueses, teve falhas. E quem nunca falhou? Recorde-se a notícia sobre António Costa de quando este era Ministro da Justiça...
Querer dar a entender que o erro de Passos Coelho configura uma espécie de roubo ou aproveitamento para enriquecimento ilícito (é inevitável que nos venha à ideia o caso "Sócrates") é pura politiquice baixa...

4 comentários:

Anónimo disse...

Você adora mesmo virar o bico ao prego!!!

Faz-me lembrar o aluno irrequieto que quando é chamado à atenção responde com prontidão «mas fulano e beltrano também estão a fazer», continuando com o argumento ad eternum...

Neste momento você iniciou por escrever sobre as aldrabices do coelho e terminou com as aldrabices do monhê... quanto a mim esse é o argumento do culpado que não quer ficar sozinho!!!

Só posso acrescentar a isto tudo - Quero é que o passos se vá encher de pulgas... ao pé do zézocas! E, já gora, não seja tão obtuso!

Pedro disse...

Apenas "ressuscitei" o caso do IMI de António Costa para demonstrar que, de facto, não há político algum que não tenha telhados de vidro. Daí que se a solução para erros, omissões ou falhas cometidas por políticos fosse a sua demissão, então não teríamos Governos que durassem mais do que seis meses...

Anónimo disse...

Ao pé do zezócas há muito espaço!
É pô-los lá todos!

Anónimo disse...

Um Otelo, um campo pequeno, uma g3 e um caixote de balas, isto resolvia-se!