sexta-feira, setembro 12, 2003

O oportunismo dos sindicatos!

A semana passada foi dominada, no que diz respeito à política nacional, pelo processo de colocação de professores, que este ano decorreu de forma diferente dos anos anteriores. Este foi um assunto que me interessou, visto que sou professor. Neste processo que se desenrolou de forma algo confusa, destaco algumas notas.
Primeiro, e pela positiva, o facto de os chamados mini-concursos terem terminado, pondo fim a um autêntico calvário que muitos professores tinham de ultrapassar, com óbvios resultados negativos para os alunos que começavam as aulas mais tarde. Por outro lado, penso que o sistema encontrado pelo Ministério da Educação é muito mais simples e justo, já que impede que os Conselhos Executivos "guardem" na gaveta alguns horários destinados a determinados professores. Assim, o factor cunha é mais dificultado.
Agora, os aspectos negativos. O que ressaltou mais à vista foi, sem dúvida, as falsas expectativas que o Ministro da Educação incutiu na cabeça dos professores, ao afirmar que este ano os resultados seriam de consulta mais facilitada, com o recurso a mensagens via telemóvel. Pois bem, neste aspecto tudo correu de forma atribulada, com prejuízo para os professores. Mas, o maior erro foi o facto do Ministério da Educação ter recorrido a uma empresa da Portugal Telecom para realizar todo o processo informático do concurso, sem ter avisado os seus responsáveis que no ensino secundário o horário completo corresponde a 20 horas e não a 22 horas como acontece no ensino básico. Esta confusão de horários complicou as colocações, e deste modo, alguns professores foram mal colocados.
Mas, o que mais me indignou este ano no processo de colocação dos professores foi a atitude de alguns sindacatos, nomeadamente dos afectos à FENPROF. De facto, estes vieram com a exigência ao Ministério da Educação de que este deveria realizar de novo todo o processo de colocação dos professores, sem se preocupar minimamente com o início das aulas, nem com os alunos. Por outro lado, a FENPROF resolveu generalizar uma situação que, de facto, ocorreu não à maioria dos professores, mas sim em casos pontuais, que obviamente são de lamentar e criticar, mas não devem ser de aproveitar para fazer contra-informação.
Todos sabemos que a FENPROF tem fortes ligações ao PCP e, de que deste modo, tem dificuldade em ter uma postura imparcial. Desta vez, a FENPROF ultrapassou os limites e resolveu fazer uma tempestade num copo de água. A crise por que passam os sindicatos, com cada vez menos sindicalizados e uma imagem desgastada e, nalguns casos, muito negativa (basta lembrarmo-nos daqueles dirigentes dos sindicatos que apenas se preocupam com o seu poleiro) não justifica que estes recorram a ameaças infudadas por tudo e por nada. Atitude séria teve desta vez a FNE (Federação Nacional da Educação) que criticou o processo de colocação dos professores naquilo que havia a criticar, mas sem recorrer à baixeza política.
No entanto, parece que tudo já acalmou. A ver vamos como as coisas vão decorrer para o próximo ano...

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