segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Agora, a responsabilidade governativa é absoluta...

Tenho de confessar que nunca pensei que o PS conseguisse a maioria absoluta que o povo português lhe concedeu nestas eleições. Ao longo dos próximos tempos muito se dirá sobre as causas destes resultados e os tempos difíceis que o País irá enfrentar. Neste artigo muito sintético quero apenas deixar algumas notas:
1. A vitória do PS e da esquerda portuguesa são absolutas, o que prova que a maioria do povo português não compreendeu as medidas difíceis que a anterior coligação governamental teve que tomar, nem se identificou com as propostas que Santana Lopes protagonizou ao longo da campanha em termos de legislação laboral, aumento da idade da reforma, fim das SCUT`s, continuação da política de propinas nas universidades, etc., enfim, as medidas rigorosas que se impunham ao País para diminuir o défice orçamental e enfrentar os nossos parceiros comunitários. O eleitorado não gosta de verdades desagradáveis...
2. O próximo Governo liderado por Sócrates tem todas as condições para continuar a política de crescimento económico dos últimos tempos e não poderá refugiar-se na herança que o PSD-PP lhe deixam em termos de défice, inflação e contenção da despesa pública, visto que nestes três aspectos a realidade é bem positiva. Em termos de desemprego, o PS sabia muito bem a realidade que o País enfrenta, no que concerne à concorrência da China e dos países do Leste europeu, pelo que nos próximos quatro anos qualquer aumento do desemprego apenas atestará da responsabilidade que foi termos um partido em campanha eleitoral prometer que o desemprego seria combatido e reduzido. A ver vamos quem enganou os portugueses...
3. O PS muito poderá agradecer ao Presidente da República o favor que este lhe fez ao convocar estas eleições num momento sempre difícil para um Governo (a meio da legislatura), quando a fazê-lo, o deveria ter feito antes de Durão ter aceite o cargo que lhe foi proposto. Até na declaração antes das eleições, Sampaio reforçou a ideia de crise e de mudança. "Obrigado, caro Jorge", dirá Sócrates...
4. Os partidos perdedores saem de cena de diferentes formas: o PP, unido em torno do seu líder e com um resultado que, na prática, não desmerece o esforço de Portas e o PSD, dividido e envergonhado, esperando-se tempos difíceis e de cortar à faca no próximo Congresso. Sobre a atitude de Santana, penso que numa noite de derrota como a de ontem, nenhuma decisão de cabeça quente deveria ter sido tomada em termos de futuro, pelo que os próximos dias serão importantes para clarificar a intenção de Santana em relação à liderança do partido. Esperemos que o País não se distraia com o PSD, esquecendo-se das tarefas que o próximo Governo terá que tomar...

1 comentário:

Anónimo disse...

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