sexta-feira, novembro 30, 2007

Greve da Função Pública: fazer ou não fazer?

Há dez anos que sou professor de Geografia na Escola Pública. Ao longo desta década, nunca assisti, por parte do Governo, a um ataque tão feroz contra os direitos dos funcionários públicos: estatuto profissional, progressão na carreira, regime salarial, entre outros aspectos, têm vindo a ser alterados no sentido de retirar à função docente a sua credibilidade, ao mesmo tempo que se reduz, de forma significativa, o nível de vida e poder de compra destes trabalhadores do Estado...
No entanto, há algo que não posso esconder: não votei neste Governo, pelo que, em nada contribuí para que esta situação de deprezo pelos funcionários públicos viesse a vingar. Por outro lado, tenho a plena convicção de que a greve não constitui uma forma eficaz de fazer com que o Governo altere a sua política. Nunca foi e com este Governo muito menos...
Nos últimos dias recebi mails e sms da Fenprof (apesar de não ser sindicalizado) a convocarem-se para fazer greve. Nessas mensagens dizia-se que, caso não fizesse greve eu seria considerado como um "fura greves" e estaria a concordar com a política deste Governo. Não penso assim...
Daqui a um ano e pouco farei o meu julgamento sobre este Governo, mostrando-lhe um "cartão vermelho" nas eleições. Aí darei conta do meu protesto...

2 comentários:

Quintanilha disse...

Em Famalicão existe uma escola de formação profissional gerida pela CGTP com 83% de trabalhadores precários! Dez dos 12 professores do pólo Bento Jesus Caraça estão a recibo verde. O Recibo Verde é um instrumento contra o qual a CGTP luta (ou diz que luta!) e o PCP tanto contesta!

É caso para dizer: Bem prega Frei Tomás!
Nesta escola, 10 professores têm os mesmos deveres que os únicos dois do quadro, mas nenhum direito: não têm subsídio de férias nem de Natal, pagam do seu bolso a contribuição à Segurança Social e se perderem o posto de trabalho não terão subsídio de desemprego.
Dos sete pólos da escola profissional da CGTP, este deverá ser o mais problemático.

Maria Emília Leite, directora-geral da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, admite que este pólo, por “ter estado para fechar há dois anos”, é aquele que “merece mais atenção”. Esclarece, todavia, que o estabelecimento “respeita integralmente as regras do ensino particular e cooperativo”.

- Que seja imediatamente convocada uma grande manifestação seguida de uma greve para lutar pelos direitos destes trabalhadores em situação precária, e para cúmulo dos cúmulos, pagos pela CGTP!

Anónimo disse...

Ora, vai-te lixar, o cartão vermelho a este governo, já o exibiste aquando das eleições. Bem podias ser sincero, franco e transparente e assumires que não aderes a nenhuma greve porque essa é uma acção comunista...