quarta-feira, novembro 07, 2007

O que não se disse sobre o acidente da A23

O recente acidente rodoviário ocorrido na A23 revela, para além do drama decorrente dos mortos e feridos que o despiste provocou, uma outra realidade que convém chamar a atenção. A conduzir o veículo ligeiro que se julga ter despoletado tamanho flagelo ia uma professora da Covilhã que tinha saído da escola por volta das 20 horas e se dirigia para casa, situada a mais de 100 Kms do seu local de trabalho.
Quem é professor sabe do drama a que me refiro. Docentes que se deslocam todos os dias largas dezenas de Kms para cumprirem o seu trabalho docente, tendo que se sujeitar ao stress emanado da indisciplina que grassa por muitas das nossas escolas, num tempo em que a imagem e a dignidade dos professores anda pelas ruas da amargura.
Certamente que esta professora se estava a deslocar para casa numa situação de desgaste absoluto: depois de se ter deslocado pela manhã mais de 120 Kms para dar aulas, teve de ficar na escola para ter uma reunião e já noite teria de fazer outros 120 Kms de volta a casa. Infelizmente aconteceu o que sabemos... Há vidas difíceis!!!

4 comentários:

Anónimo disse...

Vidas dificílimas! Nem posso compreender como se aguenta fazer mais de 100 km de manhã e outros tantos à noite depois de um dia fatigante de aulas e reuniões. Não haverá maneira de se resolver este grave problema da colocação dos professores?

Anónimo disse...

SILÊNCIO CULPADO disse...
Perante uma grande sacanice que está a ser feita sobre alguns professores que não recebem vencimento,têm horários d e12 horas ou estão a recibos verdes sugere-se que todos os blogues publiquem a notícia que está no http://cegueiralusa.blogspot.com

AnaCristina disse...

Não sabia disto mas sei o que custa conduzir 150Kms todos os dias, 2x por dia.
Mais uma vítima do ensino... ou se for a Sra Ministra a falar: "mais uma vaga disponível, mais uma incompetente que se foi!"

Marcia disse...

É inadmissível a forma como os professores são tratados neste país.
É nestas alturas que sinto vergonha por viver num país que trata as pessoas como simples mercadorias, passíveis de serem substituídas facilmente.