quinta-feira, janeiro 10, 2013

O FMI deve andar a brincar connosco!!!

O relatório apresentado pelo FMI sugere um conjunto de propostas que Portugal deve seguir com vista a equilibrar as contas públicas. Contudo, em vez de encontrarmos no relatório ideias fundamentadas e de aplicabilidade razoável e necessária, encontramos propostas absurdas que têm como único pressuposto a aplicação cega de cortes nas despesas públicas, sem ter em conta a realidade portuguesa.
As propostas avançadas são de tal forma absurdas que a sua aplicabilidade resultaria numa recessão e crise ainda mais gravosas que levariam Portugal a uma situação muito pior do que o a que Grécia está a atravessar.
Mas, é fácil de perceber como é que estes técnicos de gabinete chegaram a estes valores. Pensemos no que eles propõem para a Educação e veja-se como chegaram ao número apresentado:
Os países da OCDE apresentam uma média de 75 professores por 1000 alunos. A média de Portugal era em 2010 de 112 professores/1000 alunos (a mais alta da OCDE). Então, em três minutos, os técnicos do FMI fizeram estas contas:
Como os últimos dados conhecidos são de que há 160 mil professores, entre efectivos e contratados e entre os que têm horário completo e incompleto, os senhores do FMI chegaram à extraordinária conclusão de que há que cortar entre 30000 e 50000 professores. Um autêntico disparate, próprio de quem não sabe o que é realidade da Escola Pública portuguesa.
Uma nota final para elogiar as declarações de Pedro Mota Soares (o Ministro da Segurança Social) e criticar fortemente as palavras excessivamente pró-FMI de Carlos Moedas.

9 comentários:

Orlando disse...

Não é só o FMI que anda a brincar com os portugueses. Este governo também anda a brincar com o povo e Passos Coelho arrisca-se meter o país num poço sem fundo.
Razão tinha Mário Soares que bem avisou no que iria das este governo laranja ultraliberal.
Agora querem despedir 100 mil funcionários públicos e continuar a diminuir as reformas.
Uma vergonha.
Há que tirar este governo do poder e devolver a palavra aos portugueses.

Anónimo disse...

Medidas em cima da mesa:
- fim das reduções de componente lectiva atribuidas anteriormente (se me lembro você estava de acordo);
- aumento da componente lectiva para 25 horas (como no 1º ciclo, com o qual você tem o quid pro quo);
- aumento da dimensão dos mega agrupamentos (você, se me lembro, também concordava com «uma melhor gestão» dos recursos humanos);
- fim dos quadros de escola, sendo todos os docentes equiparados a quadro de zona pedagógica (a ver vamos se não será a quadro nacional), isto é, se está em viseu e faz também falta em Leiria, cumpre horário nos dois sítios (tipo cigano - você também via isto com bons olhos!);
- alteração da constituição da república de forma a que se possa contornar certas nuances, como por exemplo, os quadros vitalícios da função pública! Se a constituição da república passar a ser uma coisa alterável sempre que convém aos governos então para que serve? (você também se manifestou a favor)
- fim dos quadros vitalícios na função pública, concerteza preencheu o e-bio e deve ter reparado que o estatuto é agora contratado por tempo indeterminado (como é contra toda e qualquer manifestação de descontentamento, também não deve ter entregue a impugnação conforme recomendado pelo bicho papão que dá pelo nome de sindicato!), isto significa que a qualquer momento vamos para a mobilidade especial, só que agora já não por tempo indeterminado como previsto na Lei, ainda e por enquanto, em vigor, quando lhes apetecer despendem-nos!

Veja bem onde estamos metidos, e o que nos andam a fazer!

Estamos todos no mesmo barco e você, não é por se manifestar a favor do que o seu deus psd anda a fazer que se safa!

Abra os olhos, se isto tudo avançar, você, vai para a rua como os outros!

Não ponha as culpas no FMI, esses tipos andam por cá porque alguém andou, e anda, a fazer merda há quase quarenta anos!

O que devemos exigir, acima de tudo é a responsabilização criminal de quem nos pôs neste estado, desde o mário soares ao cavaco silva, passando pelo cherne e pelo bandalho do sócrates!

Não se esqueça, isto também lhe calha a você!

Dia 26 de Janeiro todos a Lisboa

Pedro disse...

Caro anónimo(?), está enganado quando diz que eu concordava com as medidas propostas agora pelo FMI.
Agora, pode dizer que defendo que nada pode ficar na mesma e que há muitas alterações por fazer na Educação, na Saúde, na Segurança, na Defesa, na Segurança Social, entre outras áreas do Estado.
Sempre defendi que o peso do Estado tem de ser reduzido e que o Estado Social tal e qual como está é incomportável tendo em conta a realidade socio-económica e demográfica do nosso país.
Nada pode ficar na mesma!!!
Agora, daí a dizer que defender que há que reduzir o peso do Estado é o mesmo que defender as propostas do FMI é, do ponto do vista do debate sério que se deve ter, incorrecto.
Vamos aos factos.
Você diz que eu defendi a redução da componente lectiva. É falso. O que digo é que considero injusto que quem usufrui de redução da componente lectiva (sobretudo os que têm menos 6 horas) tenha, ao mesmo tempo, um salário que chega por vezes, quase ao dobro de um colega mais novo que tem exactamente a mesma função. Discordo que dois colegas com a mesma função tenham salários tão diferenciados (um com 1100 euros e o outro com 2000 euros, quando o que recebe menos até trabalha mais horas). Isto é muito diferente de defender a proposta do FMI.
Você diz que eu defendi o aumento da componente lectiva para as 25 horas. É falso. Nunca defendi isso.
Você diz que eu defendi o fim dos quadros de escola. É falso. Nunca defendi isso.
Você diz que eu defendi a alteração da CRP. Sim, mas não no sentido que você dá a entender. Portanto, voltou a faltar à verdade.
Concordamos numa coisa. Devia-se responsabilizar criminalmente aqueles que nos levaram a este estado de coisas.
Agora, pode ter a certeza de uma coisa. Sou social-democrata, mas não sigo à risca a "cartilha" do PSD. Quando devo criticar, critico; quando devo elogiar, elogio. Não vejo o mundo a preto e branco e não sou apologista da lógica de que os políticos são todos iguais. E, mais uma coisa. Não faço como o PS que recusa o debate, nem como aqueles que pensam que o Estado Social não necessita de cortes. Necessita, mas não nos moldes propostos pelo FMI.
Espero que tenha percebido a minha posição sobre o assunto...

Júlio disse...

Nem sei o que te diga sobre isto. Uma coisa é certa. Já não vale a pena ser funcionário público.

Anónimo disse...

Você é demasiado dúbio...

Anónimo disse...

Isto só mudava se meia dúzia de malucos, assim de vez em quando, «limpassem» um gajo destes!

É só mesmo o que faz com que isto mude... eles ficarem com medo!

Sempre que a justiça não actue, diga-se de passagem que no caso destes gajos é sempre, morriam em público com um tiro nos cornos!

Maria disse...

Desculpa lá mas o elogio que fez ao livro do Camilo Lourenço não entra em contradição sobre o que disse a propósito do relatório do FMI?
Não foi você que andou a defender a ideia de ter que haver uma reforma da Administração Pública?

Pedro disse...

Cara Maria,
Elogiar o livro do Camilo Lourenço é perfeitamente compatível com criticar o relatório do FMI. Porquê? Porque apesar de ambos defenderem a reforma do Estado, a forma de o alcançar não é a mesma.
Uma coisa é fazer cortes graduais ao longo do tempo, tornando os recursos do Estado mais eficientes e evitando a destruição do Estado Social; outra coisa é fazer cortes cegos num curto espaço de tempo, ignorando todos os custos sociais e económicos daí decorrentes e destruindo o Estado Social (que parece ser a receita do FMI)...

Anónimo disse...

Nem é tanto o FMI, é mais aquela escumalha PSD/CDS/PS/