sábado, julho 06, 2013

Pode ser que tenham aprendido alguma coisa...

A crise política originada pela atitude irresponsável de Paulo Portas em pedir a sua demissão deveria ter, pelo menos, a vantagem de fazer abrir os olhos a alguns dos protagonistas políticos do nosso país, por forma a alterarem algumas das suas posições.
Depois da tempestade política que assolou o país durante uma semana, ficou claro que a fórmula encontrada por Passos Coelho para dar novo rumo à governação do país foi a menos má das soluções, pois da dissolução do Parlamento e da convocação de eleições antecipadas apenas poderíamos esperar mais crise, mais juros da dívida, mais austeridade, mais desemprego, enfim, o deitar a perder de todos os sacrifícios que têm sido exigidos aos portugueses.
Bastou apenas uma semana de crise política e de risco de novas eleições para se perceber que os interesses do país devem estar acima dos interesses pessoais e partidários dos protagonistas políticos de Portugal.  
Pode ser que Passos Coelho perceba agora que preside a um Governo de coligação, pelo que não deve simplesmente ignorar o seu parceiro na aplicação de medidas governamentais. Passos deve meter na cabeça que o PSD não tem maioria absoluta, pelo que deve ser mais dialogante com o CDS-PP...
Pode ser que Paulo Portas perceba agora que desempenha um papel determinante na estabilidade política de Portugal, pelo que deve pensar mais no país do que nos seus interesses pessoais e partidários. O seu pedido de demissão foi de uma enorme falta de respeito para com o país, pelo que o voltar atrás na sua decisão, mais do que um sinal de assumpção do seu erro, deve constituir uma nova oportunidade que não pode ser desperdiçada para bem do país...
Pode ser que José Seguro perceba agora que as eleições antecipadas apenas agudizariam ainda mais o estado do país e que não seriam a solução para abrandar com a austeridade. Seria bom que Seguro mete-se na cabeça que enquanto não mudar os protagonistas do PS que nos aparecem todos os dias nas televisões a exigir eleições, a credibilidade deste PS é nula. É que ainda há quem tenha memória e não se esqueça que foi este PS quem levou o Portugal à bancarrota.
Pode ser que os sindicatos, nomeadamente a UGT, perceba agora que não deve imitar a CGTP, mas sim assumir uma posição de charneira entre o governo, a troika e o patronato. Este novo líder da UGT parece querer ser um segundo Arménio Carlos, quando o que interessa ao país é apostar no diálogo, no consenso e no entendimento,,,
Pode ser que Cavaco Silva perceba agora que deve reunir mais assiduamente com todos estes senhores por forma a evitar que estes tenham posições extremadas e pouco consensuais. Cavaco Silva foi quem menos errou nesta crise, tendo assumido sempre uma posição ponderada nos interesses de um Portugal que, recorde-se, vive tempos de excepção...
Quanto ao BE, PCP e CGTP, nem vale a pena pensar que tenham aprendido alguma coisa com esta crise... Estes são os de sempre: os que só sabem dizer mal de quem nos governa, que vivem à custa das angústias, dos medos, das incertezas dos portugueses, enfim, das más notícias. São aqueles que aproveitam a crise como uma oportunidade de protagonismo e que não mudam a cassete...
E, já agora, pode ser que o povo português perceba que, quer queiramos quer não, somos um país que se encontra intervencionado, (ainda) sem autonomia económica e financeira e completamente dependente de um acordo assinado com a troika, pelo que a austeridade é algo que estará para ficar durante muitos anos, independentemente do governo que estiver à frente dos destinos do país... E, não tenhamos dúvidas que, como diz o povo, "há males que vêm por bem": esta crise deu para ver até que ponto é que ainda não nos livrámos do estado de bancarrota em que os socialistas deixaram o país!

2 comentários:

Anónimo disse...

Só não se percebe como é que o Portas ainda sai com mais poder depois dos disparates que fez. Assim até parece que o crime compensa.

Anónimo disse...

anonimo: dai se ve a competencia desse eterno jota:)