quinta-feira, agosto 28, 2014

Filhos de estimação, uma ova!!!

A revista Visão desta semana apresenta como principal assunto de destaque os animais de estimação, tratando-os como "os novos filhos de estimação", alertando para o facto de nas famílias portuguesas já existirem mais cães do que crianças. Triste país este onde há gente que pensa que um cão substitui um filho. 
Já escrevi aqui inúmeras vezes sobre aquele que considero ser o problema que mais irá contribuir para que Portugal se torne num país ainda mais desigual, mais envelhecido e mais insustentável a longo prazo: a reduzida taxa de natalidade (actualmente a mais baixa de todos os países da UE). Contudo, não me admiro nada que sejamos um dos países europeus com maior número de animais de estimação por agregado familiar! 
Não tendo nada contra aqueles que optam por ter um cão, um gato, um pássaro ou qualquer outro animal de estimação em suas casas, já me incomoda que algumas dessas pessoas tenham a necessidade de falar dos seus bichinhos cada vez que a conversa vai parar ao assunto dos filhos... E então quando quase "equiparam" cães ou gatos acabados de nascer a bebés é que me passo da cabeça!!! Bem sei que os tempos estão difíceis, que há quem queira ter filhos e não o consiga (por razões de saúde ou de falta de dinheiro), mas daí a tentar-se sugerir que quem tem um cão ou um gato em casa é como quem tem um filho, devido às responsabilidades inerentes é, no mínimo, de uma imbecilidade que dá arrepios. 
Eu próprio tenho colegas de trabalho que quando começam com a conversa dos afazeres dos seus bichinhos de estimação me obrigam a que me contenha para não deixar de ser simpático. É que se há coisa que me irrita profundamente é que quem não tem filhos (quaisquer que sejam as razões) tenha a necessidade de fazer o "relatório" descritivo das idas dos seus animais de estimação ao veterinário, do que compraram de alimentação ou vestuário, dos seus passeios ao final da tarde ou até da sua higiene canina ou outra. Para mim é simplesmente insuportável...
Querem ter cães e gatos, façam favor. Agora meter cães, gatos e filhos no mesmo saco como se fosse tudo igual é que não... Um filho não é um entretenimento ou uma simples companhia; é sangue do nosso sangue...

9 comentários:

Anónimo disse...

Por uma vez, não podia estar mais de acordo com o Pedro. Não tenho nada contra o facto de as pessoas terem animais de estimação, apesar de eu não ter, nem ter interesse em ter. Agora fazerem a mais remota comparação entre um animal de estimação e um filho, só pode ser sinal de graves problemas mentais.
E uma coisa que acho igualmente estúpida é haver gente (e conheço alguns assim) que perde imenso tempo e gasta muito dinheiro com animais, e não tem filhos porque diz que não tem tempo e/ou dinheiro para isso...

Anónimo disse...

Não prejudicam ninguém e são felizes assim mesmo!

Acima de tudo a felicidade, quanto aos gostos, isso, já é pessoal.

Sou a favor de tudo (e mais alguma coisa) que nos faça feliz, desde que para isso não se prejudique ninguém!

Não compreender é uma coisa, não aceitar é, no mínimo, fascismo!

O Pedro é fascista?

Um abraço,
Fernando

Pedro disse...

Fernando, cada um tem a sua opinião, mas o argumento de que não prejudicam ninguém não é totalmente verdade. Já tantas vezes que vi o meu sossego incomodado por causa dos cães de outras pessoas, seja no café, em casa ou simplesmente na rua. Bem sei que a culpa é, muitas vezes, dos donos, mas até os donos que se dizem responsáveis não conseguem, muitas vezes, "domar" os seus animais de estimação.
E alerto-o que o que critiquei foi sobretudo a lógica de passar a apelidar de "filhos" de estimação aqueles que, de facto, não passam de animais de companhia. São animais e não filhos...

Anónimo disse...

Subscrevo na íntegra o que Pedro escreveu na resposta ao Fernando.

Nan disse...

É tudo um pouco mais complexo do que isso. Um animal é com frequência muito mais do que uma companhia ou um entretenimento. E quem não foi já incomodado e muito pelos filhos de outras pessoas, no café, na rua e em casa? Quantos pais levam filhos que não controlam minimamente para espaços públicos (e para casa de amigos) para depois as incautos vítimas terem de aturar birras homéricas com gritos ultrassónicos, escoamentos e outras delícias?

Nan disse...

«escoamentos» está obviamente mal. O computador tem opiniões próprias...

Anónimo disse...

As crianças podem por vezes ser incomodativas para os outros, tal como os animais, nisso estou de acordo. No entanto, a Nan acha que isso é relevante para podermos considerar um mero animal de estimação como equivalente a um filho? Se for esse o caso, sugiro-lhe uma visitinha a um hospital psiquiátrico. Claramente, está a precisar...

daniel tecelão disse...

Curioso,sobre a colocação de professores,nem uma linha!!!

Pedro disse...

Tecelão, vá ao meu outro blogue e poderá ler muitos dos artigos que escrevi sobre as trapalhadas ocorridas com a colocação de professores. Aqui não há temas tabus...